Legalização De Maconha

Legalização da maconha gera debates

RIO, TAINAH TORRES

Diversos pontos de vista fazem o assunto se tornar polêmico e centro de muitas conversas.

A regulamentação da maconha é tema que ganhou destaque na mídia e traz diversas opiniões à tona. Há quem seja a favor da descriminalização, porém contra a legalização. Há quem seja a favor da criminalização e da proibição. E ainda aqueles que não possuem opinião formada. Do ponto de vista científico não está claro que a maconha possa provocar dependência química, não existe consenso popular da existência ou não dessa dependência. Muitos defendem tratar-se de uma droga que não vicia e que a dependência é meramente psicológica. Outros asseguram que vicia sim e, por isso, deve ser mantida na ilegalidade.

O fato de o álcool e a nicotina serem comercializadas no Brasil, apesar de comprovadamente fazerem mal ao organismo, faz com que a maconha seja alvo de muitos questionamentos. Jordan Drummond, aluno de Comunicação Social e usuário de maconha, afirma ser a favor da legalização, porque não sente que é dependente da droga: "Acho que só se torna dependente quem não sabe dosar. O álcool e o cigarro são mais prejudiciais à saúde e regulamentados. Mas apesar de ser a favor, acho que no Brasil iria virar bagunça. As pessoas iriam fumar em qualquer lugar, como o cigarro. A cultura do nosso povo não é igual às pessoas de outros países onde há a legalização".

A religião também é um fator importante na discussão do Brasil, onde a maioria da população é cristã, logo contra. "Eu acho que a maconha não pode ser legalizada, porque a família do usuário sofre com a dependência e fumar baseado acabaria virando um costume. As crianças teriam um péssimo exemplo. Apesar de ser evangélica e minha religião também ser contra, não sou influenciada. Os países que optaram por legalizar, não têm governantes competentes para combater o tráfico e acabam legalizando porque é mais fácil para eles" afirma Therezinha Torres, obreira da Igreja da Graça de Deus.

Apesar de tantos argumentos, ainda há quem tenha dúvidas se é ou não o melhor para o país. É o caso de Cátia da Cruz, jornalista e professora de história, que afirma não ter opinião formada: "Já li e ouvi muita coisa, mas ainda não consigo saber se é o melhor para combater o tráfico e ajudar os usuários. É muito relativo, cada experiência tem que ser de acordo com o contexto do lugar. O que funciona em um país pode não funcionar para outro. Existem drogas piores sendo comercializadas, como álcool e cigarro, mas isso não quer dizer que tenha que legalizar a maconha também, nem proibir essas. Tudo é questão de educação e instrução que as pessoas vão receber para saber o que exatamente os efeitos do que vai usar".

No Uruguai, está sendo votado um projeto de lei que prevê a legalização, na Holanda já é legalizado e em alguns estados dos Estados Unidos. No Brasil, temos apenas a discussão. O importante é ler, se informar e acompanhar o que está por vir.