Lesoes Traumáticas Do Nervo
Pesquisas Acadêmicas: Lesoes Traumáticas Do Nervo. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: bibimelo • 30/8/2014 • 1.063 Palavras (5 Páginas) • 533 Visualizações
• INTRODUÇÃO
A maioria das lesões dos nervos periféricos é produzida por estiramento, laceração ou tração, sendo pouco freqüente a secção completa do nervo. Isto se deve ao fato de serem estruturas muito plásticas.
Numa lesão traumática, o nervo é freqüentemente comprimido, distendido e algumas vezes rompido. Em qualquer destes exemplos, a lesão do nervo provoca modificações orgânicas ou funcionais no músculo e na pele que é inervada.
Nestes casos existem três tipos de alterações patológicas dos nervos periféricos que foram descritos por Seddon. Esses três são Neuropraxia, Axôniotmese e Neurotmese.
• NEUROPRAXIAS
A neuropraxia caracteriza-se por desmielinização segmentar das fibras de grande calibre, sem interrupção axonal. Na condução nervosa motora podemos observar a presença de bloqueio de condução ou diminuição significativa da velocidade de condução através do segmento lesado.
Entretanto, a velocidade de condução acima e abaixo da lesão permanece normal. Na condução nervosa sensorial observamos diminuição da amplitude ou ausência do PANS no segmento lesado.
Há apenas um dano discreto do nervo com perda transitória da condutividade, nas suas fibras motoras. A degeneração walleriana (decomposição química das bainhas de mielina em material lipídico e fragmentação das neurofibrilas) não acontece e a recuperação completa pode ser esperada dentro de alguns dias ou semanas. Isso pode não requerer tratamento porque a recuperação tem probabilidade de ocorrer dentro de poucas semanas, contudo um paciente pode precisar de aconselhamento para realizar o máximo de movimento possível no membro e receber garantias sobre a recuperação gradual da função normal.
Ocasionalmente, com a neuropraxia aparente, algumas fibras podem ser mais extensamente danificadas (axonotmese) com degeneração resultante e, então, é necessário tratamento. O exemplo mais clássico de neuropraxia são as mononeuropatias compressivas agudas, como a paralisia do sábado à noite (paralisia radial no sulco espiral do úmero) e a paralisia da perna cruzada (paralisia fibular na cabeça da fíbula). A recuperação ocorre dentro de semanas e o prognóstico é favorável.
2.1 Diagnóstico e Tratamento
A diferença entre lesão degenerativa e não-degenerativa é determinada pelas reações elétricas dos músculos paralisados. Se depois de três semanas os músculos paralisados responderem aos estímulos de longa e curta duração, então a lesão é do tipo não-degenerativo do axônio, a paralisia é devida à neuropraxia.
No tratamento para as lesões não-degenerativas, serão usadas medidas para prevenção de a mobilidade articular, com exercícios passivos diários de todas as articulações atingidas pela paralisia motora e métodos de estímulos nervosos como Método de Kabat e Bobath. Ocasionalmente, alguma forma de tala temporária é conveniente. É preciso cientificar-se de que a completa recuperação ocorrerá rapidamente.
• AXÔNIOTMESE
A axonotmese caracteriza-se por lesão axonal e da bainha de mielina, porém com preservação do endoneuro. Este tipo de lesão danifica os axônios, mas não há dano na formação estrutural do nervo em si.
Os axônios distais à lesão sofrem uma degeneração walleriana. Na fase aguda provoca quadro eletrofisiológico semelhante ao da neuropraxia, chamado de pseudo bloqueio da condução. Entretanto, após o quinto dia de lesão, os potenciais motores e sensoriais tornam-se anormais distalmente à lesão e após há segunda semana, potenciais de desnervação começam a surgir, em grande quantidade.
As pressões locais mais acentuadas no nervo podem causar interrupção da continuidade dos axônios sem lesão significativa para o seu estroma. Em conseqüência, os axônios distais ao local da agressão degeneram e há paralisia motora e sensitiva completa. Este é o tipo mais comum de lesão traumática de nervo associado com fraturas. Como resultado dessa degeneração do axônio, cessa a condução de estímulos elétricos do nervo, ficando alterada a excitabilidade elétrica dos músculos paralisados.
Em axôniotmese, desde que o estroma de nervo seja preservado, ocorre a regeneração dos axônios e ele atravessa o foco da lesão, continuando distalmente até as terminações nervosas motoras e sensitivas. Os axônios em grande número permanecem em suas respectivas bainha de Schwann, e o grau de recuperação após essas lesões se aproxima do normal. Há possibilidade, todavia, de que o tempo necessário para completar a regeneração venha há exceder o tempo limite que é imposto para o desenvolvimento de lesões secundarias
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