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Lúpus Eritematoso Sistêmico

Por:   •  3/5/2017  •  Trabalho acadêmico  •  4.241 Palavras (17 Páginas)  •  474 Visualizações

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SISTEMA IMUNOLÓGICO

Nosso organismo frequentemente é submetido a agentes etiológicos como: bactérias, fungos, vírus e parasitas, muitas espécies são encontradas, sob condições normais e em graus variados na pele, em mucosas, nas vias respiratórias, no trato urinário etc. Apesar de estarem em simbiose com o nosso corpo, muitos desses agentes podem provocar desequilíbrios graves na fisiologia de nosso organismo e até mesmo a morte se não tratados adequadamente. Além disso, existe aqueles organismos do meio externo, que constantemente somos expostos, agentes que são extremamente infecciosos, que podem causar doenças graves, como pneumonia e febre tifoide (GUYTON, HALL, 2011).

Por isso, nosso corpo têm um sistema de extrema importância para o combate das mais diversas infecções e agentes tóxicos. Assim, o sistema que tem essa competência é o Sistema Imunológico, este é caracterizado por uma complexa rede de células e moléculas presentes em todo organismo. Biologicamente, tem como função o reconhecimento de estruturas danosas ou antígenos e posterior desenvolvimento de uma resposta efetora, levando à morte ou inativação desses agentes. Portanto, este é um sistema capaz de defender o corpo contra microrganismos externos e contra modificações celulares malignos.

A defesa do corpo contra os mais diversos patógenos está divida em dois tipos de reações: a imunidade inata e a adquirida. A inata pode ser chamada também de natural e é aquela permeada por células e proteínas que tem como função a proteção do organismo contra microrganismos. Os principais constituintes da imunidade inata são as barreiras naturais do organismo como as epiteliais, do trato gastrointestinal e respiratório, os leucócitos, uma célula especializada chamada Natural Killer (NK) e várias proteínas circulantes. Ela é capaz da prevenção e controle de muitas infecções. Já a imunidade adaptativa (adquirida ou específica) é normalmente silenciosa e responde à invasão de agentes infecciosos, ativando-a e gerando dispositivos para inativar ou eliminar estes agentes. Os constituintes do sistema adaptativo são linfócitos e seus derivados. (KUMAR, 2013).

Algumas deficiências nas defesas imunológicas podem resultar no aumento da vulnerabilidade às infecções e estas podem ser fatais se não forem sanadas. Ademais, o sistema imunológico é capaz de causar prejuízos à saúde de um indivíduo e de ser o precursor de doenças incuráveis (KUMAR, 2013).

As doenças autoimunes representam um grupo de mais de 100 doenças e que envolvem qualquer órgão ou sistema do organismo, são exemplos de doenças autoimunes: diabetes tipo 1, febre reumática, esclerose múltipla e sistêmica e lúpus. Estas doenças atingem uma proporção de três vezes mais as mulheres que homens, sendo que em alguns casos pode ser mais elevada e elas são uma das 10 causas mais recorrentes de morte nas mulheres com idade inferior a 65 anos (NEDAI, 2016).

Uma doença autoimune é uma reação imunológica aos antígenos próprios, ou seja, quando anticorpos atacam as células de tecidos e órgãos do organismo. Estima-se que 2 a 5% da população de países em países em desenvolvimento tenham alguma das doenças e que esse número está aumentando. Ainda que estudiosos não atingiram o real motivo do organismo a promover um ataque a si mesmo, sabe-se que fatores como infecção por vírus, bactérias, toxinas, fármacos podem ter influência no desencadeamento desse processo (NEDAI, 2016; KUMAR, 2013).

 As doenças autoimunes são, frequentemente, denominadas como específicas de órgão e como não específicas de órgão. Como a própria classificação diz, específicas de órgão ocorrem quando o processo é dirigido exclusivamente a um único órgão. Em contrapartida, o processo em que lesões são causadas em múltiplos órgãos e tecidos é denominado como não específicas de órgãos (NEDAI, 2016).

No presente trabalho haverá uma abordagem acerca de uma doença autoimune não específica de órgão: o lúpus. Haverá a discussão sobre diferentes tipos de lúpus, como o Lúpus Eritematoso Induzido por drogas, o Lúpus Eritematoso discorde crônico, o Lúpus Eritematoso Cutâneo Subagudo e, como foco principal, o Lúpus Eritematoso Sistêmico.

DEFINIÇÃO

O lúpus é uma doença autoimune em que o sistema imunológico se vira contra si mesmo e o ataca, esse ataque gera inflamação e a alteração da funcionalidade dos mais diversos sistemas do organismo. As principais reações sintomatológicas são: dor, calor, rubor e inchaço. Cabe salientar que não existe causa conhecida da doença e tão pouco cura, é uma doença crônica e acomete principalmente as mulheres (NEDAI, 2016).

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é um exemplo de uma doença multissistêmica e caracteriza-se por um vasto conjunto de anticorpos, especificamente anticorpos antinucleares ou fatores antinúcleo. Segundo Kumar, 2010: “Agudo ou insidioso em seu início, é uma doença crônica, remitente e recidivante, muitas vezes febril, caracterizada principalmente por lesões da pele, das articulações, do rim e das serosas”. É uma doença que pode ocorrer em qualquer idade, mas o LES geralmente se desencadeia na terceira e quarta década de vida (KUMAR, 2010).

PATOLOGIA

Espectro de Autoanticorpos no LES

A autenticidade do Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) está na produção de autoanticorpos. Os anticorpos ou fatores antinucleares (FANs) são direcionados contra antígenos nucleares e reunidos nas categorias: anticorpos contra DNA; anticorpos contra histonas; anticorpos contra proteínas não histonas ligadas ao RNA; anticorpos contra antígenos nucleares. Além dos FANs, alguns autoanticorpos se conduzem contra as células sanguíneas (hemácias, plaquetas, linfócitos); outros respondem contra proteínas em complexo com fosfolipídios. O método vastamente utilizado para detectar os FANs é a imunofluorescência indireta, que pode reconhecer os anticorpos que se ligam a vários antígenos nucleares (DNA, RNA e proteínas).

Desta forma, há um padrão de fluorescência nuclear que sugere o tipo de anticorpo presente no soro do paciente, sendo reconhecidos como: coloração nuclear homogênea ou difusa (reflete anticorpos contra cromatina, histonas, DNA de cadeia dupla); coloração na orla ou periférica (anticorpo contra DNA de cadeia dupla); padrão pontilhado (presença de pontilhados uniformes com tamanhos variados. Anticorpos contra constituintes nucleares não DNA); padrão nucleolar (presença de pontos distintos de fluorescência no interior do núcleo e representa anticorpos contra RNA).

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