Mecanismos E Efeitos Da Aplicação De Calor E Frio Na Modulação Do Processo Inflamatório
Exames: Mecanismos E Efeitos Da Aplicação De Calor E Frio Na Modulação Do Processo Inflamatório. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: anygenz • 13/1/2015 • 1.222 Palavras (5 Páginas) • 770 Visualizações
MECANISMOS E EFEITOS DA APLICAÇÃO DE CALOR E FRIO NA MODULAÇÃO DO PROCESSO INFLAMATÓRIO
Mecanismo da inflamação
A inflamação é uma reação do tecido vivo vascularizado a uma injuria local, ou seja, é o mecanismo de defesa (resposta protetora normal) do organismo contra uma lesão tecidual causada por agentes físicos (trauma mecânico, radiação, calor, frio), químicos (substâncias irritantes, álcalis e outros) ou biológicos, provocada por microorganismos tais como fungos, bactérias, vírus ou protozoários. No processo de inflamação, células imunologicamente competentes são acionadas e agem no sentido de inativar ou destruir microrganismos invasores, remover substâncias irritantes e proteínas antígenas, além de iniciar a reparação tecidual. Esse processo possui quatro sinais característicos, descritos há mais de 2000 anos por CELSUS: rubor, calor, tumor e dor. [1]
A inflamação que ocorre logo após a lesão é chamada de aguda, e dura até 72 horas. Observa-se muita dor, vermelhidão, calor local e inchaço. Depois disso, a inflamação que persiste é chamada de subaguda, e a partir de 15 dias, crônica. [2]
A aplicação do calor ou do frio são recursos valiosos na prática da fisioterapia as terapias usando o calor (termoterapia) e usando o frio (crioterapia) não levam à cura de nenhuma enfermidade, porém são instrumentos importantes que auxiliam no tratamento de várias patologias ortopédicas e neurológicas. São recursos sintomáticos, que quando aplicados adequadamente, reduzem o espasmo muscular e a sintomatologia dolorosa, preparando a região afetada para a aplicação das técnicas terapeuticas. [3]
Ainda há muitas discussões e controvérsias sobre o uso do gelo ou calor, mas um consenso é geral: na fase aguda da inflamação apenas o gelo é indicado. Nesta fase os vasos sanguíneos ainda estão lesados, perdendo muito liquido no local, por isso o inchaço (edema), sendo que o calor só faz piorar este processo. Já o gelo diminui o extravasamento deste líquido, promove a recuperação dos vasos sanguíneos, reduz danos celulares e a dor. Portanto, é a melhor técnica para ser utilizada imediatamente nas contusões esportivas. [2]
Calor
O processo é diferente na fase crônica da inflamação, quando os vasos sanguíneos já estão recuperados e a dilatação dos vasos melhora a dor, ajuda a cicatrização e relaxa a musculatura. O que os especialistas contra-indicam é o uso do calor, mesmo na fase crônica da lesão, imediatamente após a atividade física. [2]
Efeitos sobre o Metabolismo Celular
A taxa metabólica pode sofrer uma elevação de aproximadamente 13% para cada elevação de 1º C na temperatura do tecido e o aumento será maior na região onde é gerada a maior parte do calor. Em decorrência disto, ocorre uma elevada demanda do tecido por oxigênio e nutrientes e um aumento da eliminação dos produtos do catabolismo. O metabolismo celular acelerado pode produzir muitos efeitos terapêuticos benéficos nos tratamentos das lesões ou infecções.
A elevação da temperatura num tecido produz em primeiro lugar um incremento na atividade enzimática até um valor de pico a que se segue um declínio e, finalmente a abolição da atividade enzimática.
Em temperaturas acima de 45ºC ocorrem queimadura de pele e danos nas membranas celulares [4]
Efeitos sobre o Fluxo Sanguíneo
Quando a pele é aquecida, a sua superfície torna-se avermelhada caracterizando o eritema e os vasos sanguíneos sofrem uma dilatação o que leva a um aumento do fluxo sanguíneo. Para a cura ou cicatrização é essencial uma boa irrigação sanguínea, principalmente nos casos em que há infecção quando o aumento do número de leucócitos e de exsudato fluido auxiliam na destruição das bactérias. [4]
Efeitos Sistêmicos do Calor
Quando o aquecimento é localizado observamos uma elevação na temperatura dos tecidos e uma vasodilatação reflexa em áreas remotas do corpo. Quando o aquecimento é extenso e prolongado nota-se uma elevação geral da temperatura central.
O sangue aquecido pelos tecidos próximos ao calor transporta a caloria por toda a circulação. Dessa forma, os centros hipotalâmicos recebem estímulos tanto por mecanismos reflexos proporcionados pelos termorreceptores periféricos como por estímulo térmico direto proveniente do sangue.
Inicia-se como resposta sistêmica imediata uma vasodilatação cutânea generaliza da que transporta o calor por condução e convecção desde o centro anatômico até a periferia. [4]
Contra-indicação
Não aquecer regiões do corpo que estiverem anestesiadas, edemaciadas, inflamadas, feridas com sangramento, em áreas onde haja tumores, sobre os testículos, sobre o abdome de gestantes ou em áreas do corpo de pessoas inconscientes. [5]
Frio
Efeitos fisiológicos: Incluem efeitos na função celular em geral, circulação (fluxo sanguíneo, edema, hemorragias), colágeno, tecido neural (dor, espasmo), músculo (velocidade e intensidade de contração, agilidade) e reparo dos tecidos. É importante lembrar que os métodos de resfriamento por contato produzem apenas mudanças relativamente superficiais, de modo que os efeitos serão limitados nos tecidos mais profundos do corpo. [6]
Riscos
A lesão devido ao uso terapêutico de frio é rara. Contudo, podem ocorrer queimaduras por gelo se o uso de frio for excessivo ou se a patologia do paciente seja tal que predisponha à lesão a temperaturas que seriam normalmente aceitáveis. A lesão aparece, poucas horas após a aplicação do frio, na forma de eritema e hiper-sensibilidade.
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