Metabolismo Do Glicogênio Muscular Durante O Exercício físico: Mecanismos De Regulação
Trabalho Universitário: Metabolismo Do Glicogênio Muscular Durante O Exercício físico: Mecanismos De Regulação. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: lionkzar • 25/3/2014 • 6.316 Palavras (26 Páginas) • 1.059 Visualizações
GLICOGÊNIO MUSCULAR E EXERCÍCIO FÍSICO | 417
Rev. Nutr., Campinas, 20(4):417-429, jul./ago., 2007 Revista de Nutrição
COMUNICAÇÃO | COMMUNICATION
1 Instituto Superior e Centro Educacional Luterano Bom Jesus, Laboratório de Avaliação Multidisciplinar. R. Mafra, 84, Bairro
Saguaçú, 89201-207, Joinville, SC, Brasil. Correspondência para/Correspondence to: A.E. LIMA-SILVA. E-mail:
<limasilvaae@hotmail.com>.
2 Universidade do Estado de Santa Catarina, Centro de Educação Física e Desportos, Laboratório de Pesquisa Morfo-Funcional.
Florianópolis, SC, Brasil
3 Universidade Estadual de Londrina, Centro de Educação Física e Desportos, Grupo de Estudo das Adaptações Fisiológicas ao
Treinamento. Londrina, PR, Brasil.
Metabolismo do glicogênio muscular durante
o exercício físico: mecanismos de regulação
Muscle glycogen metabolism during exercise:
mechanism of regulation
Adriano Eduardo LIMA-SILVA1,2
Tony Charles FERNANDES2
Fernando Roberto DE-OLIVEIRA2
Fábio Yuzo NAKAMURA3
Monique da Silva GEVAERD2
R E S U M O
Uma série de estudos tem sido realizada para compreensão do metabolismo de glicogênio muscular durante
o exercício. Estudos clássicos apontaram uma associação entre as reservas iniciais de glicogênio muscular e o
tempo de sustentação do esforço. O glicogênio muscular diminui de forma semi-logarítmica em função do
tempo, mas a concentração desse substrato não chega a zero, o que sugere a participação de outros mecanismos
de fadiga na interrupção do exercício prolongado. Nesse tipo de atividade, a depleção de glicogênio, primeiro,
ocorre nas fibras de contração lenta, seguida pela depleção nas de contração rápida. A diminuição na taxa de
utilização de glicogênio muscular está sincronicamente ligada ao aumento no metabolismo de gordura, mas
o mecanismo fisiológico é pouco compreendido. Estudos recentes sugerem que uma diminuição da insulina
durante o exercício limitaria o transporte de glicose pela membrana plasmática, causando um aumento no
consumo de ácidos graxos. Alguns estudos têm demonstrado, também, que a própria estrutura do glicogênio
muscular pode controlar a entrada de ácidos graxos livres na célula, via proteína quinase. Fisicamente, a
molécula de glicogênio se apresenta de duas formas, uma com estrutura molecular menor (aproximadamente,
4,105 Da, Proglicogênio) e outra maior (aproximadamente, 107 Da, Macroglicogênio). Aparentemente, a forma
Proglicogênio é metabolicamente mais ativa no exercício e a Macroglicogênio mais suscetível a aumentar com
dietas de supercompensação. Maior concentração de hipoxantinas e amônia no exercício com depleção de
glicogênio muscular também foi relatada, mas estudos com melhor controle da intensidade do esforço
podem ajudar a elucidar essa questão.
Termos de Indexação: glicogênio muscular; hipoxantinas; insulina; metabolismo; exercício.
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Revista de Nutrição Rev. Nutr., Campinas, 20(4):417-429, jul./ago., 2007
A B S T R A C T
A large number of studies have been conducted to understand muscle glycogen metabolism during exercise.
Classical studies demonstrated a relationship between the pre-exercise muscle glycogen content and duration
of exercise. Muscle glycogen declines in a semilogarithmic manner in function of time, but glycogen
concentration does not reach zero, which suggests that other fatigue mechanisms participate in the interruption
of prolonged exercise. In this type of activity, glycogen depletion occurs first in slow twitch fibers followed by
fast twitch fibers. The decrease in the rate of muscle glycogen utilization is synchronized with an increased rate
of fat uptake, but the physiological mechanism is not well understood. Recent studies suggest that the decline
of insulin during exercise could be a limiting factor of glucose transport through the plasma membrane, which
increases the uptake of fatty acids. Others studies have also demonstrated that the structure of muscle
glycogen itself can regulate the cellular uptake of free fatty acids via protein kinase. Physically, the glycogen
molecule has two forms, one with a smaller molecular structure (approximately 4.105 Da, proglycogen) and
another one with a larger molecular structure (approximately 107 Da, macroglycogen). Apparently, the
proglycogen form is more metabolically active during exercise and the macroglycogen form is more susceptible
to increase with supercompensation diets. Higher concentrations of hypoxanthines and ammonia during
exercise with muscle glycogen depletion have been reported, but studies that control exercise intensity better
are necessary to help shed light on this issue.
Indexing terms: muscle glycogen; hypoxanthines; insulin; metabolism; exercise.
I N T R O D U Ç Ã O
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