Modelos explicativos sobre os processos de saúde, doença e cuidado - Atividade módulo 1 qualificação de gestores do SUS
Por: aagc • 28/1/2018 • Trabalho acadêmico • 825 Palavras (4 Páginas) • 819 Visualizações
Atividade Módulo I
Modelos explicativos sobre os processos de saúde, doença e cuidado:
Modelo mágico-religioso ou xamanístico
As causas das doenças eram derivadas tanto de elementos naturais como de espíritos sobrenaturais, e a explicação para o adoecer se baseava na idéia de transgressão às relações com as divindades. O cuidado era organizado através da religião – sacerdotes, feiticeiros ou xamãs eram encarregados de liderar os processos para retomar a ligação com os deuses e espíritos.
Modelo holístico
A saúde é entendida, segundo esse modelo, como uma relação de equilíbrio entre os elementos e humores que compõem o organismo humano. A doença deriva então do desequilíbrio desses elementos. Desequilíbrio esse que estava relacionado ao ambiente físico, como o clima, os astros, a presença de insetos. Dessa forma, as relações de cuidado compreendiam os ajustes necessários para restabelecer o equilíbrio do corpo, em sua totalidade, com o ambiente. Pressupondo um sistema no qual atuaria, sobre o indivíduo, simultaneamente, diferentes forças.
Modelo empírico-racional
Tentativa de encontrar para as relações de saúde e doença explicações não-sobrenaturais. A Teoria dos Humores (Hipócrates) define a relação homem-meio através dos elementos água, terra, fogo e ar, subjacentes às explicações sobre saúde – equilíbrio dos humores, e doença - desequilíbrio. A noção de cuidado nesse modelo depende da compreensão dos desequilíbrios para buscar atingir o equilíbrio.
Representa um avanço no pensamento médico, uma vez que há um desvio de foco das forças sobrenaturais para o portador da doença, passando esta a ser vista como um fenômeno natural, que pode então ser compreendido e liberado da intromissão de forças divinas.
Modelo biomédico
Modelo predominante na atualidade, tem suas raízes no Renascimento, e está centrado na explicação da doença. Ela é entendida como uma falha, um desajuste nos mecanismo de adaptação do nosso organismo, ou ainda como a falta de reação aos estímulos a que está exposto e que podem perturbar sua estrutura. Baseado no Método de Descartes, esse modelo reduz o corpo em partes cada vez menores, fragmentadas, e o homem é visto como um corpo-máquina. Saúde é então o bom funcionamento mecânico do corpo, e a doença definida por causas externas que interferem nesse funcionamento. O cuidado é baseado em uma visão reducionista e praticado por especialistas, que vão tratar de cada parte defeituosa do corpo-máquina e do controle do espaço social.
A ênfase na divisão do indivíduo e seu corpo em partes, dificulta a compreensão do sujeito como um todo, contribuindo para que sejam ignorados ou negligenciados os fatores subjetivos que acompanham as doenças. Além disso, essa fragmentação valoriza a idéia do médico como um especialista, que detém o saber sobre aquele corpo doente, favorecendo uma relação verticalizada entre médico e paciente.
Modelo sistêmico
Começa a ganhar força no fim década de 1970 como uma tentativa de tentar compreender de forma mais abrangente o processo saúde-doença. Baseado na concepção de sistema, compreende esse processo através da idéia de um conjunto de elementos interligados que interferem e influenciam uns aos outros – qualquer mudança no estado de um elemento, influencia, provoca mudanças nos estados dos demais elementos do sistema. Esse modelo incorpora a idéia de todo, em contraponto a visão fragmentária do modelo
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