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Morfologia Da Plântula Em Desenvolvimento De Astrocaryum Aculeatum Meyer (Arecaceae)

Relatório de pesquisa: Morfologia Da Plântula Em Desenvolvimento De Astrocaryum Aculeatum Meyer (Arecaceae). Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  25/12/2014  •  Relatório de pesquisa  •  2.323 Palavras (10 Páginas)  •  247 Visualizações

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BOTÂNICA

Morfologia da plântula em desenvolvimento de Astrocaryum aculeatum Meyer (Arecaceae)1

Morphology of Astrocaryum aculeatum Meyer (Arecaceae) seedlings in development

Daniel Felipe de Oliveira GENTIL2, Sidney Alberto do Nascimento FERREIRA3

1 Financiado pelo CNPQ e pela FAPEAM

2 INPA - COAD, Caixa Postal 478, CEP. 69011-970, Manaus - AM, gentil@inpa.gov.br

3 INPA - CPCA, Caixa Postal 478, CEP. 69011-970, Manaus - AM, sanf@inpa.gov.br

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RESUMO

Astrocaryum aculeatum (tucumã) é uma palmeira amazônica, cuja polpa dos frutos, rica em vitamina A, pode ser consumida ao natural ou na forma de sorvete, suco, licor e doce. Sua propagação é demorada, existindo pouco conhecimento sobre a germinação das sementes e o desenvolvimento das plântulas. O presente trabalho teve como objetivo descrever o processo germinativo das sementes dessa espécie, submetidas ou não ao pré-tratamento de embebição, e caracterizar cronologicamente os estádios morfológicos da plântula. A germinação das sementes é do tipo adjacente ligulada, criptocotiledonar e hipógea. O tempo para alcançar cada estádio foi menor para as sementes embebidas, indicando efeito benéfico da embebição sobre a velocidade do processo germinativo, com média de emergência do pecíolo cotiledonar de 99 dias e de completa expansão da primeira folha bífida de 253 dias.

PALAVRAS-CHAVE: Palmeira, tucumã, embebição da semente, germinação.

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ABSTRACT

Astrocaryum aculeatum (tucumã) is an Amazonian palm tree, whose fruit pulp is rich in vitamin A and can be consumed fresh or in ice creams, juices, liqueurs and sweets. Its propagation is slow and little knowledge exists about the seed germination and seedling development. This study describes and characterizes the morphological stages of seedling development, during the germination of seeds, pre-treatmented or not with soaking in water. The germination of seeds is of the adjacent ligular, cryptocotylar and hypogeal type. The time to each stage was shorter for the soaked seeds, indicating a beneficial effect on the speed of the germination process, with mean time of emergence of the cotyledonal petiole being 99 days and complete expansion of the first leaf bifid by 253 days.

KEY WORDS: Palm, tucumã, seed soak, germination.

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INTRODUÇÃO

Astrocaryum aculeatum Meyer (tucumã) é uma palmeira que ocorre no ecossistema de terra firme da Amazônia central e ocidental e está freqüentemente associada a ambientes degradados e de vegetação secundária (FAO, 1987). Sua importância econômica baseia-se principalmente na exploração da polpa dos frutos, que pode ser consumida ao natural ou na forma de sorvete, suco, licor e doce. Da polpa dos frutos e das sementes podem ser extraídos diferentes tipos de óleos comestíveis, além de poderem ser utilizadas na suplementação alimentar humana e na fabricação de ração animal (Mendonça, 1996). O estipe pode ser usado na construção de cercas vivas, currais e casas rústicas. As fibras das folhas são empregadas artesanalmente na fabricação de redes de pescar e de dormir, linhas para arco de flecha, cestos e balaios; o endocarpo é usado na confecção de brincos, anéis, pulseiras e colares (Souza et al., 1996).

A planta apresenta estipe solitário, ereto, medindo 10-25 m de altura e 30 cm de diâmetro, sendo guarnecido de espinhos negros, finos, longos e pungentes, dispostos em anéis que se adensam em sua metade superior. As folhas pinadas medem 4-5 m de comprimento e apresentam espinhos por toda sua extensão, embora sejam mais freqüentes na bainha. A inflorescência ereta mede até 2 m de comprimento, tendo as flores pistiladas mais concentradas na parte basal das ráquilas do espádice, e as estaminadas, em maior quantidade, ocupando o restante de cada ráquila (FAO, 1987; Cavalcante, 1991). Os frutos, drupas subglobosas a elipsóides, medem 4,5-6 cm de comprimento, incluindo 0,6-1 cm de rostro, e 3,5-4,5 cm de diâmetro; pesam em torno de 60-80 g e apresentam cálice e corola persistentes; o epicarpo, liso e duro, possui coloração verde-amarelada e mede 1-1,5 mm de espessura; o mesocarpo, que mede cerca de 7-8 mm de espessura, é compacto, firme, levemente fibroso, oleaginoso e de coloração amarelada ou alaranjada; o endocarpo é preto, consistente e lenhoso, mede 2-5 mm de espessura e apresenta três poros, dispostos como vértices de um triângulo, sendo que em apenas um deste acontecerá a emergência da plântula; em geral, ocorre uma semente por fruto, mas pode apresentar duas (FAO, 1987; Cavalcante, 1991; Kahn & Millán, 1992; Mendonça, 1996). As sementes globulares, oblongas e raramente elipsóides, medem cerca de 4 cm de diâmetro e pesam 22-53 g; o tegumento fino possui coloração pardo-castanha; o endosperma apresenta-se na forma sólida (parte externa, homogênea, consistente e branca) e líquida (parte interna e incolor); o embrião, que está encerrado no endosperma sólido e mede aproximadamente 4 mm de comprimento e 2 mm de diâmetro, é reto, cilíndrico e apresenta duas regiões: a proximal, que corresponde ao pecíolo cotiledonar e envolve o eixo embrionário; e a distal, que equivale ao limbo cotiledonar e se transformará em haustório, durante o processo germinativo, para absorver os nutrientes do endosperma e nutrir a plântula em formação (Mendonça, 1996).

O padrão de dispersão primária da espécie consiste na chuva de sementes, geralmente concentrada no raio de projeção da copa (3,5 m). A dispersão secundária é feita por cutias (Dasyprocta sp.), que depositam sementes nas proximidades das plantas, em distâncias inferiores a 15 m (Bacelar & Pessoni, 2000). Raramente são encontrados plantios comerciais. A ocorrência em fazendas, sítios e quintais, está geralmente associada à dispersão natural e à dispersão involuntária feita pelo homem e, ainda, à manutenção de plantas jovens e adultas, mesmo em áreas destinadas a pastagens. A propagação, até o momento, pode ser feita somente por via sexuada.

O conhecimento da germinação, envolvendo os aspectos morfológicos,

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