O Atendimento ao paciente no hospital psiquiátrico
Por: Daiane Ribeiro • 15/6/2018 • Trabalho acadêmico • 851 Palavras (4 Páginas) • 386 Visualizações
- Como podemos descrever o atendimento ao paciente no hospital psiquiátrico de Barbacena? Elabora um parecer/opinião sobre os impactos deste atendimento no sujeito portador da doença.
O Hospital Colônia de Barbacena/MG, foi fundado em 1903 e possuía capacidade para 200 leitos, porém chegou a abrigar 5.000 mil pacientes.
O atendimento no hospital colônia, no qual ficou conhecido como “maior hospital psiquiátrico brasileiro” resultou em um genocídio de aproximadamente 60 mil mortes e atendimentos totalmente desumanos violando os direitos básicos dos seres humanos.
Pessoas que chegavam ao hospital em trens (chamados de “trens de doido”) com vagões lotados iam direto para o inferno “como ficou conhecido” e era uma viagem sem volta.
Pessoas que ao chegarem no hospital colônia tinham suas cabeças raspadas e as roupas arrancadas. Perderam o nome e junto a sua dignidade, foram rebatizados pelos funcionários, começaram e terminaram ali.
Viviam nus no corpo e na identidade, a humanidade foi de um modo terrivelmente sequestrada, homens, mulheres e crianças, ás vezes, comiam ratos, bebiam esgoto ou urina, dormiam sobre capim amontoados um em cima do outro na tentativa de sobreviver. Muitos não alcançavam as manhãs.
Eram espancados e violentados, sofriam eletrochoques que eram tão fortes, que a sobrecarga derrubava a rede do município. Os pacientes da colônia morriam de frio, de fome e de doença.
Os impactos do atendimento no sujeito portador da doença “óbvio que muitos eram internados sem ter o devido diagnóstico de doença mental”, foi de grande impacto na vida dessas pessoas, muitos dos sobreviventes da Colônia ficaram internados até o fim de suas vidas porque não conseguiram estabelecer vínculos sociais, devido ao excesso de torturas e traumas sofridos no hospício e muitas das vezes por não terem mais nenhum contato familiar.
Pacientes como Sebastiana Marques que vive em uma residência terapêutica em Barbacena quem tem o diagnóstico de esquizofrenia, possui o hábito de se isolar-se de todos e não consegue se expressar. Pacientes estes que carregaram pelo resto de suas vidas graves sequelas pelo tratamento desumano oferecido no Hospital Colônia de Barbacena.
- De que maneira se pode medir o impacto das políticas públicas ofertados no hospital tendo em vista a finalidade que a instituição possuía?
O Hospital Colônia de Barbacena passou longe do que diz respeito “tratamento psiquiátrico para pessoas que possuíam o diagnóstico de doença mental”, visto que se estima que 70% da população internadas no hospital Colônia não possuíam qualquer diagnóstico da doença.
Eram pessoas que se tornara indesejadas para a sociedade, jogadas ali para serem humilhadas, espancadas e violentadas.
A crueldade do tratamento ofertado no hospital era tão grande que em 1979, o psiquiatra italiano Franco Besaglia, pioneiro da luta pelo fim dos manicômios, esteve no Brasil e conheceu o Colônia. Em seguida, chamou uma coletiva de imprensa, na qual afirmou: “ Estive hoje num campo de concentração nazista. Em lugar nenhum do mundo, presenciei uma tragédia como esta”.
- Você acredita que o objetivo do serviço prestado no hospital era uma cura ou na pior das hipóteses a humanização do sujeito portador da doença? Justifique.
Não. O objetivo do hospital Colônia passou longe de ser uma cura ou humanização do sujeito portador da doença.
Se realmente o hospital seguisse esse objetivo estabelecido, 60 mil pacientes não teriam suas vidas tiradas por conta das barbaridades oferecidas naquele local.
E no quesito “Humanização” não chegou nem perto do que é isto, a partir do momento em que eles não respeitavam os direitos básicos dos seres humanos, levando em consideração também que, alguns dos sobreviventes jamais puderam se ressocializar-se novamente com a sociedade.
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