O SISTEMA COMPENSATÓRIO NO ESTADO DE CHOQUE
Por: Deivid Batista • 12/12/2017 • Exam • 979 Palavras (4 Páginas) • 2.889 Visualizações
CHOQUE
É o quadro clínico que resulta da incapacidade do sistema cardiovascular em prover circulação sanguínea suficiente para os órgãos.
ENTENDENDO A DEFINIÇÃO
É o quadro clínico - Não é uma doença - são sinais e sintomas que indicam que o sistema cardiovascular não está conseguindo prover circulação sanguínea para os órgãos. Portanto o primeiro passo na abordagem do choque é reconhecer sua presença. Nenhum teste diagnostica imediatamente o choque.
SISTEMA COMPENSATÓRIO NO ESTADO DE CHOQUE
O organismo, na tentativa de manter a perfusão cerebral e cardíaca, por ação do sistema nervoso autônomo (liberação de adrenalina) provoca uma vasoconstrição em órgãos não essenciais e o aumento das freqüências respiratórias e cardíacas e da força de contração do coração.
CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO DE CHOQUE
As causas do estado de choque podem ser divididas em quatro grupos principais:
- Hipovolêmico – causado pela perda de fluído em quantidade suficiente para evitar o enchimento do sistema cardiovascular
- Cardiogênico – incapacidade do coração em bombear o sangue com eficiência.
- Distributivo – produzido pela dilatação dos vasos sanguíneos, que torna o volume sanguíneo insuficiente para encher o sistema circulatório, mesmo que este volume em termos absolutos seja normal.
- Obstrutivo – devido à obstrução do retorno venoso ao coração ou do bombeamento cardíaco
ETIOLOGIA DOS ESTADOS DE CHOQUE
[pic 1]
CHOQUE HIPOVOLÊMICO HEMORRÁGICO
Provocados por hemorragias intensas com perda considerável de voluma sanguíneo. Podem ser secundários a causas traumáticas (Traumatismos fechados e abertos) e não traumáticas (Hemorragias digestivas, Rupturas de aneurismas, Hemorragias ginecológicas e obstétricas).
CHOQUE HIPOVOLÊMICO NÃO HEMORRÁGICO
Não ocorre perda externa de sangue, há uma descompensação do nível circulatório. Geralmente ocorrem em casos de perda de plasma em queimaduras graves ou desidratação intensa (perspiração excessiva, diarréia, vômito).
CARDIOGÊNICO
É causado principalmente pelo Infarto Agudo do Miocárdio, com destruição de grande massa de músculo ventricular, arritmias e cardiopatias graves.
[pic 2]
DISTRIBUTIVO
Causado pela dilatação dos vasos sanguíneos, que causa uma hipovolemia relativa.
TIPOS DE CHOQUE DISTRIBUTIVO
O choque distributivo é causado pela dilatação dos vasos sanguíneos, o que leva a uma hipovolemia relativa. Esse tipo de choque possui algumas subdivisões, tais como:
CHOQUE NEUROGÊNICO
Desenvolve-se quando o controle autonômico dos vasos sanguíneos falha. Normalmente o sistema nervoso controla a contração e dilatação dos vasos sanguíneos, controlando a pressão arterial. A causa mais comum é o traumatismo raquimedular, que interrompe a comunicação entre as fibras do sistema nervoso autônomo e os vasos sanguíneos e coração. Ocorre a bradicardia.
CHOQUE SÉPTICO
Ocorre em infecções graves devido à liberação de toxinas pelos agente causadores da infecção com efeito vasodilatador de aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos. Geralmente esses microorganismos são bactérias, mas este quadro clínico pode ser produzido por vírus e fungos.
CHOQUE ANAFILÁTICO
Resulta da reação alérgica severa, que produz liberação de substâncias vasodilatadoras como a histamina. Várias substâncias podem ser responsáveis por reações anafiláticas: venenos de insetos, medicamentos, alimentos e polens.
OBSTRUTIVO
É produzido por obstrução ao enchimento e ao bombeamento cardíaco. As principais causas são o pneumotórax hipertensivo, o tamponamento cardíaco e a embolia pulmonar maciça.
ESTADO DE CHOQUE NO TRAUMA
O estado de choque secundário ao trauma pode ser causado por cinco condições:
- Hemorragia interna ou externa
- Tamponamento cardíaco
- Choque cardiogênico por contusão cardíaca
- Pneumotórax hipertensivo
- Choque neurogênico por lesão medular
FASES DO ESTADO DE CHOQUE
A ausência de tratamento consiste em um quadro com agravamento progressivo, que se apresenta em três fases:
- Choque compensado – é o primeiro estágio. O organismo consegue por meio de mecanismos compensatórios se equilibrar. A perfusão dos órgãos é mantida e os sinais e sintomas são mínimos. Não há dano permanente, se o tratamento reverter a causa básica.
- Choque em progressão – nesta fase ocorre redução na perfusão, cianose de extremidades, queda na pressão arterial e alterações do estado mental. O tratamento é eficaz neste estágio se realizado rapidamente.
- Choque irreversível – a redução da perfusão leva ao dano celular irreversível e à morte celular, com dano aos órgãos vitais.
DIAGNÓSTICO DO ESTADO DE CHOQUE
Não existe nenhum teste ou exame de laboratório que efetue este diagnóstico. O socorrista deve correlacionar os dados clínicos para efetuar um diagnóstico da causa do choque: evidências de trauma, hemorragias externas, dor torácica, etc. Inicialmente o paciente está lúcido, porém ansioso e com sensação de morte iminente.
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