TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Os Revisão de Artigos e Periódicos

Por:   •  1/5/2021  •  Pesquisas Acadêmicas  •  3.303 Palavras (14 Páginas)  •  179 Visualizações

Página 1 de 14

Aluna: JULIEN KARINE DA ROSA HOFF

PANCREATITE AGUDA: Revisão de Artigos

        A pancreatite aguda (PA) (Figura 1) trata-se de uma patologia complexa qual pode resultar na necrose pancreática, com aspectos fisiopatológicos ainda desconhecidos. Um tipo de inflamação anormal nas enzimas pancreátricas amilase e lípase, qual libera uma série de mediadores inflamatórios e atinge além do pâncreas, os demais tecidos peripancreáticos, podendo esporadicamente afetar outros órgãos (LOPES, 2017; DUARTE et al, 2019).

        Segundo a literatura, a pancreatite aguda é mais comumente ocorrida em crianças e adultos. A incidência anual varia de 4,9 a 35 por 100.000 habitantes, acometendo em seu grau mais grave 20% dos pacientes, com taxa de mortalidade de até 30%. No Brasil a cada 100 mil habitantes pelo menos 19 desenvolvem tal patologia. Entre os principais fatores associados a ocorrência desta doença, concebe-se a litíase da bílis, o consumo de álcool e demais causas variadas ou desconhecidas. A etiologia mais comum para esta é a litíase biliar (70%), seguida de etilismo agudo, do exame CPRE (Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica) e da hipertrigliceridemia (Figura 2) (LOPES, 2017; DUARTE et al., 2019).

        

Figura 1 – Tomografia de abdome de paciente com Pancreatite Aguda (PA)

[pic 1]

Fonte: <https://www.sanarmed.com/pancreatite-aguda-diagnostico-sintomas-e-tratamento>. Acesso em: 23 abr. 2021.

Figura 2 – Principais fatores etiológicos da PA

[pic 2]

Fonte: GUIMARÃES FILHO et al. (2009).

Em que pese o diagnóstico, há necessidade de realizar-se análise clínica e bioquímica, passíveis também de método de imagem para comprobatória. Isso pois, apenas o diagnóstico clínico com relato dos sintomas de desconforto abdominal agudo, reitera inúmeras hipotéticas de investigação quanto à origem da patologia e, na presença de hemorragia digestiva alta (HDA), a origem da dor e sua irradiação principalmente decorrentes no epigastro e mesogastro com irradiação para dorso, provarão caso de pancreatite aguda grave (DUARTE et al., 2019).

1. TRATAMENTOS

A literatura atualizada informa que, quando aos tratamentos preexistentes, estes podem ser o tratamento clínico, o tratamento na fase aguda, de reposição de fluídos, de gestão da dor, de antibioticoterapia – terapia antibiótica medicamentosa, nutrição, de tratamento da pancreatite aguda por cálculo biliar, tratamento da necrose pancreática infectada ou por procedimento cirúrgico, quais estão melhormente descritos a seguir:

  1. Tratamento clínico: Consiste primariamente no diagnóstico, com ajustamento da reposição dos fluidos por via intravenosa, analgesia efetiva, monitoramento e apoio de doenças em outros sistemas de órgãos, com identificação precoce dos pacientes susceptíveis de exigir gerenciamento de cuidados intensivos. Para evitar recorrências, necessita de avaliação nutricional, suporte e colecistectomia precoce após recuperação de pacientes com crises induzidas por cálculos biliares.
  2. Fase aguda: Ainda não existem tratamentos direcionados especificamente para a pancreatite aguda, por isso o tratamento preventivo é a melhor alternativa para reanimação dos fluídos e gestão da dor.
  3. Reposição de fluídos: Em razão da ocorrência de hipoperfusão, hipovolemia e falha do órgão em casos mais graves, a reposição de fluídos por meio de cristaloides na forma de Ringer lactato, observando-se as taxas de reposição hídrica e observância a demais parâmetros como frequência cardíaca <120/min, pressão arterial entre 64 e 85 mmHg e produção urinária de pelo menos 0,5mL/kg/h.
  4. Gestão da dor: O tratamento da dor deve ser imediato e adequado. Normalmente utiliza-se de opioides para este tratamento, todavia, a literatura ainda é limitada e, por este motivo, designa-se gerenciamento em acordo com os últimos protocolos de dor de última geração.
  5. Antibioticoterapia: O uso de antibióticos só é fomentado quando há comprovação de inflamação ou suspeita clínica da patologia. É obrigatório quando detectado marcadores inflamatórios como procalcitonina e interleucina. A droga ideal deve ser capaz de penetrar o pâncreas durante a PA e ter capacidade clara para redução da necrose infectada, como por exemplo imipenem, clindamicina, piperacilina, fluoroquinolonas e o metronidazol. Para casos de pacientes com aumento de leucócitos ou sinais de sepse, recomenda-se a profilaxia. O emprego dos antibióticos deve ser acompanhado por drenagem cirúrgica ou percutânea.
  6. Nutrição: A nutrição enteral proporciona ingestão calórica adequada e melhora o resultado clínico. Ela corrobora com a redução na translocação da mostilidade intestinal, reduz o crescimento de bactérias e mantém a integridade intestinal mucosa. Além disso, estudos demonstram que a alimentação precoce de tipo nasoentéria corrobora com a diminuição das taxas de infecção. Atualmente, novos testes vêm sendo realizados para identificar se o uso de bactérias probióticas incide sobre a microbiota intestinal, a fim de evitar a translocação bacteriana.
  7. Tratamento por cálculo biliar: Este tipo de pancreatite advém do impacto dos cálculos biliares que migam na ampola de Vater, resultando em inflamação no pâncreas e dor no abdome. Por meio da colecistectomia é possível prever a formação das pedras na vesícula biliar e reduzir a recorrência da pancreatite. Caso haja obstrução na ampola de Vater, pode agravar-se o caso da patologia, por este motivo a descompressão e a remoção das pedras utilizando-se de ERC (Colangiografia Retrógrada Endoscópica) com a ES (Esfincterotomia Endoscópica) pode apresentar intervenções potenciais nos resultados clínicos para pancreatite aguda biliar.
  8. Necrose pancreática infectada: Estima-se que 20% dos pacientes desenvolvam necrose parênquima pancreática ou extra-pancreática. Quando não há incidência de translocação ou sintoma, o tratamento é conservador. Já para casos em que ocorre a liquefação da necrose e esta pré-dispõe ocorrência de fluídos encapsulados, a necrose passa a ser infectada e, consequentemente, necessita de tratamento intensivo por meio da administração profilática de antibióticos que não tem aspecto de prevenção, apenas de tratamento. Caso suspeita colangite, a drenagem da bílis é obrigatória.
  9. Procedimento cirúrgico: Caso não se constate melhora clínica em pacientes com pancreatite necrosante infectada, uma alternativa é realização de desbridamento retroperitoneal por vídeo, este método reduz risco de morte ou complicações de 40% a 69%. As técnicas sugeridas são as abertas e as minimamente invasivas, quais, para a segunda opção, apresentam menor risco de complicação.

Em resumo, não há evidenciação de terapias curativas especificamente, apenas a abordagem de tratamento precoce de suporte clínico e a suspensão da ingestão oral são fundamentais, que consistem na manutenção da perfusão tecidual através de reposição volêmica vigorosa – reanimação de fluídos e manutenção da saturação de oxigenação, analgesia e suporte nutricional, para gestão da dor. Em casos de inflamação na necrose, persistem indicativos para procedimento cirúrgico por vídeo.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (23 Kb)   pdf (330.4 Kb)   docx (220.4 Kb)  
Continuar por mais 13 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com