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Patogênese Da Doença Periodontal

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Por:   •  28/10/2013  •  8.289 Palavras (34 Páginas)  •  886 Visualizações

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PATOLOGIA PERIODONTAL - DP-321, FOP/UNICAMP

ÁREAS DE SEMIOLOGIA E PATOLOGIA

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PATOGÊNESE DA DOENÇA PERIODONTAL

Introdução:

As reações inflamatórias e imunológicas à placa bacteriana representam as características

predominantes da gengivite e da periodontite. A reação inflamatória é visível, microscópica e

clinicamente, no periodonto afetado e representa a reação do hospedeiro à microbiota da placa e

seus produtos. No capítulo anterior encontramos uma abordagem acerca dos componentes e

características da placa microbiana. O presente capítulo enfatizará o mecanismo pelo qual o

hospedeiro responde a esta agressão microbiana e as alterações patológicas resultantes nos

tecidos periodontais, as quais são clinicamente diagnosticadas; como doença periodontal.

Os processos inflamatórios e imunológicos agem nos tecidos gengivais para proteger

contra o ataque microbiano e impedem os microrganismos de se disseminarem ou invadirem os

tecidos. Em alguns casos, essas reações de defesa do hospedeiro podem ser prejudiciais porque

também são passíveis de danificar as células e estruturas vizinhas do tecido conjuntivo. Além

disso, as reações inflamatórias e imunológicas cuja extensão alcança níveis mais profundos do

tecido conjuntivo, além da base do sulco, podem envolver o osso alveolar nesse processo

destrutivo. Assim, tais processos defensivos podem, paradoxalmente, responder pela maior parte

da lesão tecidual observada na gengivite e na periodontite.

Embora as reações inflamatórias e imunológicas no periodonto possam parecer

semelhantes às observadas em outras partes do corpo, há diferenças significantes. Isto ocorre, em

parte, devido a uma conseqüência da anatomia do periodonto, ou seja, a permeabilidade

característica do epitélio juncional resulta em um processo notavelmente dinâmico envolvendo

células e fluidos, preservando todo o tempo a integridade epitelial através da interface tecido

duro e tecido mole. Além disso, os processos inflamatórios e imunológicos nos tecidos

periodontais não representam respostas a uma espécie microbiana simplesmente, mas a um

grande número de microrganismos e seus produtos, agindo durante um período de tempo

relativamente longo. As bolsas periodontais podem conter mais de 400 espécies diferentes de

microrganismos, cada uma apresentando potenciais diferentes para a indução de doença, os quais

vão variar de acordo com o meio e o estágio de colonização. A doença periodontal tem sido

referida algumas vezes como uma "infecção bacteriana mista" para assinalar que mais de uma

espécie microbiana contribui para o desenvolvimento da doença. As espécies microbianas

interagem e, embora algumas possam não ser patógenos suspeitos, ainda influenciam o processo

da doença, participando através de fatores específicos de crescimento ou defesa que aumentam o

potencial de virulência de outros microrganismos. A microbiota, nas bolsas periodontais,

encontra-se em um estado de fluxo contínuo; espécies que são relevantes em uma fase da doença

podem não ser importantes para uma outra. Em outras palavras, a destruição periodontal pode ser

o resultado da combinação de fatores bacterianos que variam com o tempo, Esta situação

contrasta com a maioria das demais doenças infecciosas clássicas (p. ex., tuberculose, sífilis,

gonorréia), nas quais o hospedeiro enfrenta apenas um, em vez de vários microrganismos, e o

diagnóstico de uma fase ativa da doença está relacionado à presença ou à ausência do patógeno,

sendo, portanto, muito mais simples. Os eventos moleculares que desencadeiam e mantêm as

reações inflamatórias e imune na doença periodontal podem estar sofrendo alterações

constantemente e isso pode ser devido a múltiplas espécies microbianas, muitas das quais são

considerados organismos comensais.

É provável que os atributos de virulência dos microrganismos também estejam

relacionados a um estado inflamatório ou imune próprio do hospedeiro tanto quanto à ação direta

das próprias bactérias. A destruição periodontal poderia ser causada pelas enzimas virulentas

produzidas pelas bactérias que induzem a inflamação, por uma reação imunológica que libera

produtos, ou pelo lipopolissacarídeo, componente da membrana externa dos microrganismos

Gram-negativos.

PATOLOGIA PERIODONTAL - DP-321, FOP/UNICAMP

ÁREAS DE SEMIOLOGIA E PATOLOGIA

2

Estudos epidemiológicos têm demonstrado que, embora seja freqüente a redução da

altura do periodonto com o avanço da idade, um número relativamente pequeno de indivíduos

em cada grupo etário experimenta destruição periodontal avançada, ou seja, os grupos de risco

existem. Além disso, mesmo no próprio indivíduo, a gravidade da lesão do tecido periodontal

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