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Projeto Hipertensao

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Por:   •  23/8/2013  •  1.844 Palavras (8 Páginas)  •  514 Visualizações

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AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL E DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA DE PACIENTES HIPERTENSOS ATENDIDOS POR UMA EQUIPE DO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (P.S.F.).

INTRODUÇÃO

A hipertensão arterial é uma doença altamente prevalente, atingindo cerca de 15 a 25% da população adulta, podendo chegar a 50% nos idosos. Esta patologia constitui um fator de risco para a doença cérebro-vascular e coronária, insuficiência cardíaca e renal. Ela se associa e interage com outros fatores de risco, como dislipidemias, resistência à insulina, intolerância a glicose, obesidade central, aumento da atividade de fatores de coagulação, hipertrofia e alteração da função diastólica do ventrículo esquerdo (Mion, Pierin, 2001).

No Brasil, apesar da inexistência de um estudo nacional, estudos regionais realizados com diferentes critérios de definição da doença e de medida de pressão arterial mostram que na região Nordeste as prevalências vão de 7 a 40%, no Sudeste de 5 a 38%, no Sul de 1 a 27% e, no Centro-Oeste de 6 a 17% (Mion, Pierin, 2001). Outros estudos mostram que o grau de controle da hipertensão arterial ainda é bastante baixo. A investigação de Muxfeldt et al (2004) constatou que dos indivíduos hipertensos com alta intensidade de tratamento, apenas 27% atingiram o controle dos seus níveis pressóricos, embora utilizassem três ou mais drogas; enquanto Gus et al demonstraram que somente 40,5% da população de hipertensos estudados seguiam o tratamento, no entanto 30,1% não apresentavam um adequado controle da pressão arterial.

O tratamento da hipertensão arterial tem como finalidade controlar a pressão arterial a valores inferiores a 140mmHg para sistólica e 90mmHg para diastólica, visando a redução da morbi-mortalidade cardiovascular. Para tanto são utilizadas medidas farmacológicas e não farmacológicas. O tratamento não farmacológico objetiva a redução dos níveis pressóricos, como também a menor utilização de medicamentos. A adoção deste tipo de tratamento requer mudanças de hábitos de vida dentre as quais se destacam uma dieta balanceada e atividade física programada (CBHA, 1998).

A prática de exercícios físicos regulares reduz a pressão arterial, auxilia na redução de peso e no tratamento das dislipidemias, melhora a resistência à insulina, o controle do estresse e auxilia no abandono do tabagismo. Além disso, elimina os sintomas da ansiedade e da depressão, e aprimora o humor (Powers, 2000).As atividades físicas mais indicadas para os hipertensos incluem caminhada, natação e ciclismo, com duração de 30 a 45 min/dia ( mion).

Tendo em vista estes aspectos surgem os seguintes questionamentos: a prática de exercícios físicos tem alguma influência sobre os níveis pressóricos no hipertenso? Qual a relação existente entre padrão alimentar e atividade física na melhoria dos níveis pressóricos e na composição corporal dos hipertensos? De que forma os fatores de risco sócio-demográficos estão correlacionados à pressão arterial?

Partindo desta perspectiva é de extrema importante a realização deste estudo visando associar a hipertensão arterial com padrão alimentar e a prática regular de exercícios físicos e verificar a influência da composição corporal sobre os níveis pressóricos.

REFERENCIAL TEÓRICO

A hipertensão arterial é uma doença multifatorial e assintomática, caracterizada pela manutenção de níveis elevados de pressão arterial. É importante do ponto de vista de saúde pública por apresentar grande prevalência na população e conseqüências altamente lesivas (Shoji, et al 2000). A hipertensão não ocorre isoladamente, assim freqüentemente encontramos hipertensos com múltiplas anormalidades metabólicas, como obesidade, em especial abdominal, resistência à insulina e dislipidemias (Powers, 2000).

As causas da hipertensão são desconhecidas em mais 90% dos casos. As estatísticas indicam que pressão arterial ótima é em média 110mmHg para pressão arterial sistólica e de 70mmHg para pressão arterial diastólica. Valores acima disso resultam em maior risco de doença cardiovascular (Mcardle, 2002). Esta patologia tem como principais fatores de risco o tabagismo, as dislipidemias, diabetes melitos, idade acima de 65 anos, mulheres pós-menopausa, história familiar de doença cardiovascular em mulheres com menos de 65 anos e em homens com menos de 55 anos (CBHA, 1998).

Atualmente, uma atenção especial tem sido dada aos portadores de hipertensão leve e/ou moderada, definida como pressão arterial diastólica entre 90 e 105mmHg e/ou pressão sistólica entre 140 e 180mmHg. Esses indivíduos representam a maioria dos hipertensos, sendo responsável pela maior parte da morbi-mortalidade associada à hipertensão (Powers, 2000). Os riscos de complicações cardiovasculares como acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência cardíaca e renal e cardiopatia isquêmica aumenta paralelamente ao aumento da pressão arterial, tornando-se epidemiológicamente e clinicamente importante para grupos de indivíduos cuja pressão arterial situa-se entre 130 e 139mmHg para pressão arterial sistólica e entre 80 e 89mmHg para a diastólica (CBHA, 1998).

A prevenção e o tratamento da hipertensão arterial envolve mudanças nos hábitos de vida. As recomendações dietéticas para o controle da pressão arterial incluem uma redução da ingestão de sódio, diminuição da ingestão calórica para os indivíduos com excesso de peso, aumento da ingestão de potássio, controle das dislipidemias com redução do consumo de gordura saturada e aumento da ingestão de gorduras mono e poliinsaturadas. Entre as demais modificações no estilo de vida também deve ser evidenciado a redução ou abandono do álcool, a prática de exercícios físicos regulares, suplementação de cálcio e magnésio e o abandono do tabagismo (Mcardle, 2002, Powers, 2000; CBHA, 1998).

Há muito tempo o sal (cloreto de sódio – NaCl ) tem sido considerado importante fator no desenvolvimento e na intensidade da hipertensão arterial. A restrição no consumo de sal diminui a mortalidade por AVC e auxilia na regressão da hipertrofia ventricular

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