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QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO COMO MECANISMO DE SUPERAÇÃO DE DIFICULDADES NO AMBIENTE HOSPITALAR

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Por:   •  12/5/2014  •  3.977 Palavras (16 Páginas)  •  827 Visualizações

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QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO COMO MECANISMO DE SUPERAÇÃO DE DIFICULDADES NO AMBIENTE HOSPITALAR

Ronaldo Machado da Silveira Simplício de Miranda1

Resumo:

O mundo moderno é marcado por diversas transformações. Através delas podemos comprovar que as organizações estão investindo, continuamente, em modelos de gestão direcionados para as pessoas, considerando que estas estão enfrentando problemas consideráveis em seu ambiente de trabalho, potencialmente, aquelas que atuam em serviços de saúde. Neste artigo, destacaremos a unidade de saúde hospitalar pela complexidade da gestão presente nessa organização. Por essa ótica, este artigo propõe realizar um estudo sobre a Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), propondo sua inserção como mecanismo de superação de dificuldades no ambiente hospitalar.

Palavras-chave: Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), Ambiente Hospitalar, Superação.

Abstract:

The modern world is marked by several transformations. Through them we can prove that organizations are, continually, investing in management models targeted for people considering they are facing considerable problems in their work environment, potentially, those who work in health services. In this article, we will highlight the health unit by hospital management complexity present in this organization. From this viewpoint, this paper proposes a study on the Quality of Work Life (QWL), proposing its inclusion as a mechanism to overcome difficulties in the hospital environment.

Key words: Quality of Work Life (QWL), Hospital Setting, Overcoming.

____________________________

1 Servidor da Secretaria de Estado da Saúde Pública do Estado do Rio Grande do Norte (SESAP-RN), Técnico em Radiologia e Supervisor Técnico do Setor de Radiologia do Hospital Giselda Trigueiro (Natal-RN). Discente do Curso Superior Tecnológico em Gestão Hospitalar pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN-2014) Contato: ronaldomiranda@r7.com

INTRODUÇÃO

Desde os tempos mais remotos da civilização, o homem busca maneiras de tornar mais amena sua luta pela sobrevivência. Por exemplo, se analisarmos a História e a Paleontologia, verificaremos diversos indícios de que este, desde os primórdios, busca desenvolver artefatos, ferramentas e métodos que permitam amenizar os desgastes por consequência das atividades laborais e/ou ainda transformá-lo, também, em uma fonte de seu prazer. Entretanto, somente com o advento da Revolução Industrial e a sistematização dos métodos de produção, nos séculos XVIII e XIX é que as condições de trabalho e sua ligação direta com a produção e o moral dos trabalhadores tornaram-se prática de estudos científicos.

Adam Smith, um dos primeiros pensadores da intitulada Escola Liberal trouxe as precursoras teorizações acerca de questões relativas à satisfação do trabalhador e sua produtividade. Em um dos trechos de A Riqueza das Nações (1776) destaca:

Assim como a remuneração generosa do trabalho estimula a propagação da espécie (humana), da mesma forma aumenta a laboriosidade. Os salários representam o estímulo da operosidade, a qual, como qualquer outra qualidade humana, melhora em proporção ao estímulo que recebe (...) Portanto, onde os salários são altos, sempre veremos os empregados trabalhando mais ativamente, com maior rapidez do que onde são baixos (...) (SMITH, 1983 p.103).

No entanto, é com o surgimento da Administração Científica que o estudo do trabalho humano, de suas potencialidades e de seu relacionamento com o ambiente ganha uma nova perspectiva. O trabalho passa a ser estudado de forma detalhada, buscando-se os melhores resultados dos esforços dos trabalhadores. Taylor compartilha com Smith a crença em uma possível coligação de interesses entre patrões e empregados, afirmando que a prosperidade dos trabalhadores está associada à prosperidade dos patrões e, desse modo, explica, ainda que sob uma visão de eminência econômica com racionalidade, a importância de se levar em conta a questão da satisfação do trabalhador:

O principal objetivo da administração deve ser o de assegurar o máximo de prosperidade ao patrão e, ao mesmo tempo, o máximo de prosperidade ao empregado. A expressão o máximo de prosperidade é usada em sentido amplo, compreendendo não só grandes dividendos para a companhia ou empregador, como também desenvolvimento, no mais alto grau, de todos os ramos de negócio, a fim de que a prosperidade seja permanente. Igualmente, máxima prosperidade para o empregado significa, além de salários mais altos do que os recebidos habitualmente pelos obreiros de sua classe, este fator de maior importância ainda, que é o aproveitamento dos homens de modo mais eficiente, habilitando-os a desempenhar os tipos de trabalho mais elevados para os quais tenham aptidões naturais e atribuindo-lhes, sempre que possível esses gêneros de trabalho. (TAYLOR, 1987: p.31).

Apesar da preocupação com a satisfação do trabalhador e até com o seu desenvolvimento – ao mencionar, por exemplo, a expressão “trabalhos mais elevados” – a aplicação do modelo da “Administração Científica”, contrariando o que acreditava Taylor (1987), resultou na generalizada insatisfação do núcleo da classe trabalhadora (MECEDO, 1990). Através da fragmentação excessiva do trabalho e da transformação do ser humano em uma simples “peça da engrenagem” do sistema de produção, os métodos de tayloristas provocaram em pouco espaço de tempo uma cadeia de reações explícitas de descontentamento: aumento dos níveis de ausência no trabalho (absenteísmo), aumento do número de sabotagens, movimentos grevistas e os mais variados conflitos. Em uma leitura crítica da Escola Clássica e dos métodos taylorianos propriamente ditos, Braverman (1977 p.72), salienta o ser caráter desumano:

(...) enquanto a divisão social do trabalho subdivide o homem e enquanto a divisão da sociedade pode fortalecer o indivíduo e a espécie, a subdivisão do indivíduo quando efetuada com menosprezo das capacidades e necessidades humanas é um crime contra a pessoa e a humanidade.

Por esse conflito, potencializado pelo elevado nível de conscientização da classe trabalhadora e pelo crescimento da mobilização sindical, as organizações, assim como os estudiosos que possuem o interesse em melhor esclarecer as searas relacionadas com o binômio indivíduo-organização, se empenharam em busca de maneiras para retificar reações negativas em decorrência da rigidez dos

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