RELATÓRIO DAS AULAS E DAS VISITAS DOMICILIARES : INTRODUÇÃO À MEDICINA SOCIAL
Por: Camila Gibaut • 17/6/2018 • Trabalho acadêmico • 2.497 Palavras (10 Páginas) • 723 Visualizações
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RELATÓRIO DAS AULAS E DAS VISITAS DOMICILIARES
INTRODUÇÃO À MEDICINA SOCIAL
CAMILA GIBAUT, FELIPE CAIRES, GABRIEL MENDES, GLICIA CASTELO BRANCO, RONALD BORGES, SAHARA BATISTA
Salvador-Ba
2018
INTRODUÇÃO
A saúde por muito tempo foi considerada como a ausência de doença, conceito estabelecido por Christopher Boorse. Contudo, essa definição por ser essencialmente biologicista não abarca uma série de fatores socioeconômicos, ambientais e culturais que interferem na mesma. Sendo assim, a Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1948 define a saúde como "um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades". Essa concepção ampliada permite que o Estado no âmbito da medicina e de outras áreas, ao se considerar a intersetorialidade, trate não apenas de doenças, mas sim dos indivíduos e da comunidade em que vivem e se desenvolvem para assegurar a sua saúde de acordo com as condições da água, da alimentação, da habitação, da oportunidade de emprego, renda, educação e da garantia de acesso aos serviços responsáveis pela promoção, proteção e recuperação da saúde.
É nesse contexto de ampliação do conceito que surge o Sistema Único de Saúde (SUS). Fruto da luta do movimento sanitarista brasileiro, o SUS foi tema de debates na 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986, e oficializado mais tarde com a Constituição Federal de 1988. Dentre os seus princípios e diretrizes estão: universalidade, equidade, integralidade, regionalização e hierarquização, descentralização e comando único e participação popular. Com o SUS vários programas foram desenvolvidos para melhor atender a população entre os quais se destacam o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e a Estratégia/Programa de Saúde da Família (ESF/PSF) que visam à reversão do modelo assistencial anteriormente vigente, onde predominava o atendimento emergencial ao doente, na maioria das vezes em grandes hospitais. A família passa então a ser o objeto de atenção no ambiente em que vive permitindo uma compreensão ampliada do processo saúde/doença.
Assim, para a operacionalização do ESF/PSF e do PACS tem-se um importante instrumento de atenção à saúde, a visita domiciliar. Ela possibilita que o agente comunitário, assim como toda equipe de saúde conheçam a realidade do indivíduo e de sua família in loco fortalecendo os vínculos do paciente, da terapêutica e do profissional, atuando na promoção da saúde, prevenção, tratamento e reabilitação de doenças e agravos. (Cunha C. F. L. e Gama M. E. A.)
Dessa forma, foram realizadas 8 visitas domiciliares a uma família residente na Rua Avenida Caetano, no Acupe de Brotas subdistrito do bairro de Brotas em Salvador Bahia. As quais foram efetuadas por acadêmicos de medicina do segundo semestre da Faculdade de Tecnologia e Ciência, onde se aplicou alguns instrumentos de intervenção familiar como o genograma, ecomapa, ciclo de vida, dinâmica familiar e Apgar. E também, foram realizadas algumas doações e exames físicos.
HISTÓRIA CLÍNICA
Paciente sexo feminino, 64 anos, previamente hígida, há 22 anos apresentou forte cefaléia, convulsões e síncope. Foi encaminhada para o Hospital Geral do Estado e posteriormente para o Hospital Aristides Maltez. Fez tomografias e foi diagnósticada com câncer no cerebro. Após o diagnóstico, se submeteu à uma cirurgia e como sequela houve a perda da visão. O que provocou forte abalo emocional.
Após a cirurgia a paciente fez o tratamento de radioterapia e posteriormente necessitou da retirada do útero pois houve suspeita de recidiva.
Fez acompanhamento na Escola Bahiana de Medicina em 2017, porém não houve melhoras no quadro.
Em fevereiro de 2018 apresentou perda de mobilidade nas pernas.
No momento apresenta incontinência urinária, apesar de relatar ter realizado uma cirurgia suspensora da bexiga.
HISTÓRIA DA FAMÍLIA
Dona Nair, nascida em Guanambi-Bahia, aos dois anos de idade, veio para Salvador com seus pais , onde vive até hoje. Casou-se com o Edson , que veio a falecer à cerca de um ano. Não teve filhos por opção, pois casou-se com idade avançada. Hoje devido aos problemas de saúde, recebe os cuidados da sua irmã Hildete , encontra-se acamada e eventualmente recebe visita dos outros irmãos.
FERRAMENTAS DE ACESSO
- Fichas de Cadastramento Individual e Domiciliar
O cadastro das famílias na microáreas é uma ferramenta importante, pois assim, se tem um levantamento das condições de saúde das mesmas. Para a realização do cadastro dos indivíduos é utilizada a Ficha de Cadastro Individual e Domiciliar padronizado pelo SUS. Esses questionários são aplicados durante as visitas domiciliares e são explicados às famílias a necessidade da sua realização, que tem como objetivo realizar o diagnóstico da população atendida, visando uma atenção mais efetiva às necessidades da mesma. Esse cadastro faz parte de uma das diretrizes do SUS que se refere à atenção integral a saúde.
Durante uma das visitas , foi aplicada a ficha de Cadastramento Individual e Domiciliar à família visitada , onde foram coletados dados que nos guiaram para as visitas subsequentes (em anexo).
- Genograma
O genograma tem sido descrito como um instrumento de avaliação e intervenção que proporciona uma aproximação com o "tecido de transmissão familiar", ou seja, com as heranças simbólicas recebidas e transformadas pelas novas famílias, que vão sendo levadas de geração em geração. As histórias contadas, através do genograma, integram o patrimônio relacional das famílias. Assim, o trabalho com o genograma possibilita a criação de um espaço dialógico e relacional propício à transformação das histórias familiares.
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