Respostas Celulares ao Estresse e às Agressões Tóxicas: Adaptação, Lesão e Morte
Por: polianalvs • 1/6/2021 • Artigo • 1.746 Palavras (7 Páginas) • 324 Visualizações
PATOLOGIA N1
CAPÍTULO 2 - Respostas Celulares ao Estresse e às Agressões Tóxicas: Adaptação, Lesão e Morte.
A célula possui suas funções de equilíbrio através da homeostase.
Adaptação: mudança desempenhada pela célula de forma reversível às alterações fisiológicas.
A resposta adaptativa pode ser de hipertrofia (aumento do tamanho da célula), hiperplasia (aumento no número de células), atrofia (diminuição no metabolismo e no tamanho da célula) ou de metaplasia (alteração no fenótipo da célula).
Lesão celular: eventos que ocorrem após o limite das respostas adaptativas ser excedido ou se a célula for exposta a estímulos nocivos ou for comprometida por mutação que afete constituintes essenciais.
A lesão pode ser reversível até certo ponto mas se o estímulo persistir, é possível que se torne irreversível (onde ocorre a morte celular). Por isso, os estágios do dano progessivo são: adaptação> lesão reversível> morte celular.
Morte celular: um dos eventos mais cruciais na evolução de uma doença. Resultado final da lesão celular progressiva. A morte celular pode ser um processo normal na embriogênese e possui 2 vias principais: necrose e apoptose.
Privação de nutrientes> autofagia> possível morte celular.
Distúrbios metabólicos celulares + agressão crônica subletal = possível associação com acúmulo de substâncias (proteínas, lipídeos e carboidratos).
Calcificação patológica: cálcio depositado em sítio de morte celular.
Envelhecimento: alteração morfológica e funcional das células.
Estímulo | Resposta celular |
Aumento de demanda/estímulo Redução de nutrientes/estímulo Irritação física ou química Diminuição de O2/agressão química/ infecção microbiana | Hipertrofia e hiperplasia Atrofia Metaplasia Lesão celular |
Adaptações celulares (de crescimento e diferenciação das células)
- Hipertrofia: aumento do tamanho das células que resulta no aumento do tamanho do
órgão afetado. Órgão hipertrofiado: não possui mais células, apenas células maiores.
Como esse volume é aumentado: através de síntese e incorporação de novos elementos estruturais intracelulares.
Pode ser fisiológica e patológica.
Causa principal: aumento da demanda funcional por estimulação de hormônios e fatores de crescimento.
Exemplo: células estriadas de musculatura esquelética cardíaca possuem capacidade de divisão limitada, por isso, hipertrofia é a resposta para o aumento da demanda metabólica (fisiológico). Quando a hipertrofia se torna nâo adaptativa> insuficiência cardíaca, arritmia e morte súbita.
Exemplo fisiológico: crescimento do útero durante a gestação (induzido por hormônios estrogênicos).
- Hiperplasia: aumento no número de células em um órgão ou tecido em resposta a
um estímulo. Ocorre frequentemente em conjunto com a hipertrofia.
Hiperplasia fisiológica: ocorre devido à ação de hormônios ou fatores do crescimento ocorre em várias circunstâncias: quando há necessidade de aumentar a capacidade funcional dos órgãos hormônio-sensíveis; quando há necessidade de aumento compensatório após lesão ou ressecção.
Hiperplasia patológica: causada principalmente pela ação excessiva ou inapropriada de
hormônios ou fatores de crescimento sobre suas células-alvo.
Hiperplasia pode construir um solo fértil para o surgimento de câncer e é uma resposta característica a certas infecções virais.
Hiperplasia: resultado da proliferação de células maduras induzida por fatores de crescimento, e em alguns casos, o aumento ocorre pelo surgimento de novas células a partir de células-tronco teciduais.
Exemplo de hiperplasia patológica: excesso de hormônios ou fatores de crescimento no aparelho reprodutor feminino.
-Atrofia: resultado da diminuição da síntese proteica e do aumento da degradação das proteínas (ocorre principalmente pela via ubiquitina-proteossomo) nas células. Via considerada responsável pela proteólise acelerada observada em diversas condições catabólicas, incluindo a caquexia do câncer.
Em muitas situações, a atrofia é também acompanhada por aumento da autofagia, observada pelo número elevado de vacúolos autofágicos.
Atrofia patológica: desuso, diminuição do suprimento sanguíneo, nutrição inadequada e perda de estimulação endócrina. Exemplo: doença cerebral aterosclerótica.
- Metaplasia: alteração reversível na qual um núcleo celular (mesenquimal ou epitelial) é substituído por outro tipo celular. Ocorre apenas em células diferenciadas. É uma resposta adaptativa que representa, principalmente, uma substituição que é mais possível de sobreviver no ambiente.
Substituição adaptativa de células sensíveis ao estresse > tipos celulares mais capazes de suportar o ambiente adverso
A mais comum é a metaplasia epitelial colunar para escamosa (ocorre no trato respiratório quando há irritação).
As influências que predispõem à metaplasia, se persistentes, podem iniciar a transformação maligna no epitélio metaplásico.
A metaplasia não resulta de uma alteração no fenótipo de um tipo celular já diferenciado; ao contrário, ela é o resultado de uma reprogramação de células-tronco que sabidamente existem nos tecidos normais ou de células mesenquimais indiferenciadas presentes no tecido conjuntivo.
A diferenciação de células-tronco para uma linhagem particular é provocada por sinais gerados por citocinas, fatores de crescimento e componentes da matriz extracelular presentes no ambiente celular.
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