Resumo De Fisiologia

Introdução

O tema desta aula tem como objetivo oferecer ao aluno conhecimentos de fisiologia .Desse modo, iniciaremos com os conceitos de homeostasia e fisiologia celular, estu¬dando as estruturas celulares, com maior destaque para a membrana plasmática e os fenômenos aí envolvidos, como os mecanismos de transporte pela membrana celular, o potencial de membrana em repouso, o potencial de ação e a comunicação celular por meio das sinapses. Discutiremos ainda a organização e alguns processos fisiológicos dos siste-mas nervoso, cardiovascular e renal. Os demais sistemas, bem como outros conceitos desses mesmos assuntos, serão abordados nas aulas num momento mais pertinente.

Homeostasia

O termo homeostasia refere-se ao equilíbrio interno do corpo, ou seja, à manutenção das condições internas.

Todos os órgãos e tecidos do corpo realizam funções que ajudam a manter essas condições constantes. Por exemplo, o sistema respiratório fornece oxigênio, remo¬ve o gás carbônico e ainda participa de regulação do pH plasmático. O sistema digestório fornece água, eletrólitos e nutrientes ao corpo, além de eliminar compostos não aproveitados dos alimentos. Juntamente com o sistema renal, também elimina produtos do metabolismo celular. Este último, além dessa função, ainda regula a concentra¬ção de sais, o volume de água no organismo e diversas ou¬tras funções que serão discutidas adiante. O sistema mús¬culo-esquelético propicia sustentação e locomoção ao corpo, capacitando-o para buscar alimentos e proteção. O sistema cardiovascular, responsável por levar oxigênio e nutrientes aos tecidos, também remove o gás carbônico e os produtos do metabolismo celular. E, finalmente, o sis¬tema nervoso, juntamente com o sistema endócrino, re¬gula as funções e as ações de todos os sistemas já citados.

Todos esses sistemas trabalham juntos, como uma or¬questra, cujo regente é o sistema nervoso. Cada sistema, cada tecido, cada célula pode ser representado por um instrumento/componente da orquestra. Em certas situa-ções, a falha de um desses componentes pode ser com¬pensada pelo outro, porém, dependendo da amplitude da falha ou do tipo desta, a harmonia pode ser seriamente comprometida.

O corpo humano dispõe de mecanismos autorregula¬tórios, capazes de restabelecer o equilíbrio do meio inter¬no sempre que ele sofrer ação de um agente estressor. Podemos chamar de agente estressor qualquer compo-nente capaz de perturbar a homeostasia, ou seja, de reti¬rar o meio interno do corpo do equilíbrio dinâmico.

São conhecidos dois principais mecanismos autorre¬gulatórios, chamados de feedback ou retroalimentação: negativo e positivo.

Feedback Negativo

Consiste em uma série de alterações que retornam um ou mais fatores alterados em direção ao estado inicial, mantendo, assim, a homeostasia. Por exemplo, logo após a alimentação, ocorre aumento abrupto da glicemia, po-rém esta não pode permanecer elevada por longos perí¬odos, pois causaria danos ao organismo semelhantes aos provocados pelo diabetes. Sendo assim, as células beta das ilhotas de Langerhans, no pâncreas, secretam o hor¬mônio insulina, e este, por sua vez, estimula o transporte de glicose para dentro das células, diminuindo a glicemia.

Portanto, podemos dizer que, após o aumento da glice¬mia plasmática, foi acionado um mecanismo de feedback negativo que corrigiu a alteração glicêmica, ou seja, retor¬nou a glicemia para valores de 70 mg/dL a 90 mg/dL.

Ao longo do dia, diversos mecanismos de feedback ne¬gativo são acionados para corrigir alterações sofridas pelo corpo.

Feedback Positivo

Consiste em efeitos que visam manter ou exagerar a mudança inicial de um determinado fator.

Nesse mecanismo de feedback, a alteração sofrida pelo organismo é mantida ou torna-se ainda mais inten¬sa. Por exemplo: no potencial de ação da membrana celu¬lar (discutido adiante), quando uma pequena quantidade de Na+ entra na célula, ocorre estímulo para abertura de mais canais de Na+, portanto, mais desse íon penetra, e dessa forma ocorre despolarização da membrana celular. Ou seja, a entrada de pequena quantidade de Na+ estimu-lou a entrada de mais Na+. O trabalho de parto também é uma situação clássica de ocorrência de feedback positivo, pois, nessa situação, à medida que ocorrem contrações uterinas, mais hormônio ocitocina é liberado, e portanto maior será a contração seguinte, tudo isso para que ocor¬ra a expulsão do feto do útero da mãe.

Existem situações em que o feedback positivo pode gerar ciclos viciosos, agravando uma situação patológi¬ca, o que pode levar o indivíduo à morte. Por exemplo, na hipertermia maligna, em que a temperatura corporal começa aumentar e o organismo não aciona mecanismos capazes de diminuí-la, mas ao inverso.

Fisiologia Celular

A célula é a unidade básica da vida no corpo. Cada órgão é um agregado de muitas células diferentes, mantidas unidas por estruturas extracelulares de sustentação e especialmente adaptadas para realizar uma ou algumas funções particulares.

A célula do corpo humano é conhecida como eucariota e difere principalmente das células procariotas, como as bactérias, por possuir um núcleo organizado, circundado por uma membrana nuclear (figura 2.1).

Neste módulo, focaremos nas células do corpo huma¬no, portanto, toda a fisiologia celular se referirá às células eucariotas.

Como podemos observar, as células são constituídas por diversas estruturas mergulhadas no cito¬sol (parte líquida do citoplasma), como glóbulos de gordu¬ra, grânulos de glicogênio, ribossomas, vesículas secreto-ras e diversas organelas.

Cada organela é responsável por uma ou mais funções essenciais à sobrevivência da célula. Por exemplo, os ri¬bossomas, juntamente com os retículos endoplasmáticos liso e rugoso e o aparelho de Golgi, trabalham para sinte¬tizar proteínas. As mitocôndrias utilizam o oxigênio para produzir ATP; os lisossomas e peroxissomas possuem en¬zimas digestivas e radicais livres, respectivamente, capa¬zes de digerir compostos ou patógenos fagocitados pelas células; os centríolos estão envolvidos nos processos de divisão celular; e finalmente o núcleo celular contém ma¬terial genético (DNA), capaz de comandar diversos pro¬cessos intracelulares.

A membrana plasmática, estrutura elástica e deformá¬vel, não apenas é responsável pelo revestimento