Revisão bibliográfica sobre a rubéola
Por: Bivaizer • 26/6/2019 • Trabalho acadêmico • 1.119 Palavras (5 Páginas) • 297 Visualizações
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Identificação: Augusto Miguel, Eubs Deyves Soares de Oliveira e Itamar Pinheiro de Freitas
UC: Infecções Virais
Rubéola Congênita: Repercussões sobre o recém-nascido
- INTRODUÇÃO
Existem diversas doenças que acometem os recém-nascidos e crianças pequenas através da transmissão materna, doenças como HIV, citomegalovírus, sífilis, rubéola entre outras. A transmissão vertical, aquela que é transmitida pela mãe para o filho através do canal cervical, pelo aporte sanguíneo placentário e no momento que o lactente recebe o leite materno.
A Síndrome da Rubéola Congênita – SRC é uma infecção causada por um vírus RNA, pertencente ao gênero Rubivirus, família Togaviridae que pode ser transmitido nas primeiras semanas de gestação. Quanto mais precoce for a infecção em relação à idade gestacional, mais grave é a doença.
O vírus determina em geral infiltrado inflamatório mononuclear e necrose nas porções maternas e fetais da placenta, bem como esclerose do endotélio vascular placentário e do concepto em formação. Há especial tropismo pelos tecidos ricamente vascularizados além dos derivados da porção ectodérmica do disco embrionário, como o Sistema Nervoso Central. Assim, quando precoce, a infecção (durante o primeiro trimestre de gestação) resulta em anomalias de diversos órgãos, sendo clássica, porém não patognomônica, a tríade de malformação cardíaca, catarata e surdez (Fauci AS, 2011).
O concepto infectado é apto a produzir anticorpos específicos para a Rubéola, mesmo no período intrauterino, por isso, os exames laboratoriais são importantes para o estabelecimento do diagnóstico diferencial definitivo. O agente infeccioso da rubéola é um vírus de RNA de filamento único de sentido positivo com um invólucro glicolipídico, O vírus invade o epitélio respiratório e se dissemina por viremia primária. Após replicação no sistema reticuloendotelial, há uma viremia secundária podendo então ser isolado a partir de monócitos do sangue periférico (Behrman, 2004).
Por não apresentar tanta malignidade, por vários anos, a rubéola não constava na lista de prioridades sanitárias e de vigilâncias epidemiológicas em diversos países pelo mundo. No Brasil por exemplo, apenas no ano de 1996 ela foi considerada de notificação compulsória e em 1999, foi introduzida no calendário nacional de imunização a vacina tríplice viral composta por Sarampo, Caxumba e Rubéola (FNS, 2012).
2- DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
O diagnóstico da rubéola congênita é, sobretudo laboratorial, por titulação da rubéola no soro materno; por vezes, pelo isolamento do vírus do líquido amniótico; pesquisa de anticorpos do lactente e cultura viral. O diagnóstico diferencial deve ser feito com outras doenças como sarampo, escarlatina, dengue, exantema súbito (crianças até 2 anos), eritema infeccioso e com outras doenças que podem causar síndromes congênitas, como mononucleose infecciosa, toxoplasmose e infecção por citomegalovírus. Devido ao grande valor de diagnóstico diferencial os exames laboratoriais destacam-se pela importância para a confirmação diagnóstica da doença. (MS, Brasil 2009)
A sorologia para rubéola deve ser feita rotineiramente no início da gestação, no primeiro atendimento e deve ser repetida nos casos de gestantes soronegativas que apresentem sinais ou sintomas da rubéola. É realizada pela detecção de anticorpos IgM específicos para rubéola no sangue, na fase aguda da doença. Em 100% das crianças com Síndrome da Rubéola Congênita é possível detectar anticorpos IgM até o 5º mês, em 60% dos casos, entre 6 e 12 meses, e raramente são detectados após o 18º mês. (MS, Brasil 2009)
Para detecção de anticorpos podem ser utilizadas as seguintes técnicas: ensaio imunoenzimático (EIE/ELISA) para dosagem de IgM e IgG; inibição de hemoaglutinação (HI) para dosagem de anticorpos totais; imunofluorescência para dosagem de IgM e IgG; neutralização em placas. Todos os testes apresentam uma sensibilidade e especificidade entre 85 a 98% (Brasil, 2009). O mais utilizado é o ensaio imunoenzimático (ELISA).
A cultura do vírus pode ser feita com material de esfregaço nasofaringe; urina, do liquor, do esfregaço de leucócitos e da conjuntiva; até o sétimo dia do início do exantema. (Brasil, 2009)
O isolamento viral é o padrão ouro para o diagnóstico, porém, como o crescimento é muito lento, esse método mostrou-se ineficaz para seu uso na atenção pré-natal. Outras técnicas de diagnóstico são utilizadas para resolver esse problema, como os métodos de identificação do RNA viral. Outros autores relatam também as técnicas de RNA-PCR no líquido amniótico e sangue fetal. (Anders JF, et al 1996)
3. TRATAMENTO
Não há tratamento específico disponível para a rubéola, seja materna, seja congênita. Preconiza-se fazer o aconselhamento a gestante e tratar os sinais e sintomas com terapêutica adequada. Mulheres expostas a rubéola em fase precoce da gestação devem ser informadas sobre o risco potencial para o feto. O uso de imunoglobulina inespecífica é recomentado por alguns especialistas, quando de exposição precoce, porém tal uso não garante a prevenção. (MS, Brasil,2009)
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