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Saude Ocupacional

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Por:   •  26/5/2014  •  2.186 Palavras (9 Páginas)  •  415 Visualizações

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No presente trabalho vamos discutir os riscos ocupacionais em saúde, apoiando-se em pesquisa bibliográfica. Sendo que nosso objetivo será discutir os riscos ocupacionais em saúde a partir de elementos do contexto do trabalhador. Percebe-se que a desarmonia entre saúde e trabalho é, sem duvidas, um problema de saúde pública que merece ser analisado em todos os seus prismas, compreendendo assim a integralidade do trabalhador. Tal fato requer, do enfermeiro, a atenção necessária para que, primeiramente, não sofra o desgaste gerado por essa desarmonia e, depois, possa contribuir para minimizar os efeitos negativos gerados em outros trabalhadores.

Quanto à Saúde Ocupacional, ela é compreendida como um conjunto de práticas teóricas interdisciplinares - técnicas, sociais, humanas - e interinstitucionais, realizadas por diferentes atores situados em espaços sociais distintos e informados por uma mesma perspectiva comum e tem por finalidade a promoção global da saúde dos trabalhadores, a adaptação à função e a prevenção de doenças profissionais, promovendo o bem estar físico, psíquico e social. Saúde ocupacional e um benefício tanto para o empregado, quando para o empregador. As doenças ocupacionais atingem cade vez mais profissionais da saúde e a prevenção ainda pode ser a melhor saída.

Desde a Antiguidade greco-romana, o trabalho já era visto como um fator gerador e modificador das condições de viver, adoecer e morrer dos homens. Trabalhos de Hipócrates, Plínio, Galeno e outros chamavam a atenção para a importância do ambiente, do tipo de trabalho e da posição social como fatores determinantes na produção de doenças. Com a realidade social de tais épocas, em que nações escravizavam outras nações subjugadas em guerra, esses relatos dificilmente teriam o cunho de denúncia social.

Do seculo XV ao XVI houve a associação entre atividades profissionais e deterioração da saúde dos trabalhadores ,foi durante estes séculos de desenvolvimento industrial que verifica-se uma enorme promiscuidade entre as atividades rurais e industriais. O trabalhador da indústria acumula muitas vezes o trabalho no campo com o trabalho nas minas ou nas unidades têxteis que estão situadas num ambiente rural. O recrutamento de mão de obra nos campos tornou-se habitual e vantajoso, pois estes trabalhadores adaptavam-se melhor às exigências do empresário e recebiam salários muito inferiores aos que se tinham de pagar aos trabalhadores das cidades ,naturalmente os direitos e a proteção dos operários camponeses não estariam tão bem assegurados; estes nem sequer têm a propriedade das ferramentas com que trabalham. O aumento de indústrias rurais no século XVI trouxe benefícios ao nível da demografia, da evolução social e teve como consequência a pulverização das economias feudais.

Em 1700 foi publicado “De Morbis Artificum Distriba” (As doenças dos Trabalhadores), escrito por Bernardino Ramazzini, conhecido como “Pai da Medicina do Trabalho”, descrevendo as doenças de aproximadamente 50 ocupações.

O italiano Bernardino Ramazzini (1633 – 1717), médico e professor em Modena e Pádua, tem seu nome escrito no quadro da medicina mundial, bem sabemos que ele não foi o primeiro, mas seus estudos que aqui serão lembrados, são preciosidades dignas de um apaixonado por soluções de doenças, ou melhor, um amante da vida, porque lutava a favor do fim de todos os males que afetavam os trabalhadores.

Após esses episódios, Ramazzini buscou maior complexidade e abrangendo o campo das doenças profissionais, observou de forma minuciosa e de participação ativa em seus estudos de causa, visitando e acompanhando as tarefas realizadas pelos obreiros, desde suas condições, posturas e ambientes de trabalho. Ramazzini pesquisou profissões jamais avaliadas por outros médicos que nunca haviam percebido que as causas das doenças eram oriundas de suas funções. Ramazzini se empenhou em tratar de seus pacientes e a sua preocupação ia além da enfermidade, questionando-os através de perguntas, entre elas; que arte você exerce? Assim demonstrando que naquela época daria um passo além de uma revolução, pois seu uso e fatos decorrentes até hoje é percebido.

O terceiro momento da história da saúde do trabalhador tem início com a revolução industrial. Esta é a fase moderna, quando o adoecimento dos trabalhadores passa a ser definitivamente relacionado com o processo de produção implantado pelo capitalismo; agora o acidente e a doença do trabalho passa a ser entendido como um fenômeno coletivo que necessita de ações sociais e políticas para ser superado. O período atual, não por coincidência, também representa o surgimento das grandes organizações sindicais dos trabalhadores, entidades que fizeram da superação destas más condições de trabalho uma bandeira de luta permanente.

A luta pela jornada de oito horas de trabalho, pelo descanso semanal remunerado, férias, salubridade nas fábricas, foi na verdade uma luta pela qualidade de vida, não um simples embate econômico por melhores salários. Foi a mobilização dos trabalhadores em seus sindicatos que fez com que surgissem os direitos sociais e coletivos, que marcaram o século XX e são, hoje, alvo de furiosos ataques de governos e empresários. Quando pensamos na proposta atual da OIT de um “trabalho decente” e voltamos às antigas bandeiras do século XIX percebemos o quanto o capitalismo despreza a condição humana.

O processo de industrialização e a crescente urbanização modificaram o panorama da relação capital-trabalho. O movimento sindical emergente começou a expressar o controle social que a força de trabalho necessitava. Ao mesmo tempo, as novas tecnologias, ao incorporaram novos processos de trabalho, geravam riscos que culminavam em acidentes de trabalho e doenças profissionais. Como sabemos, o fim do século passado e o início deste, foram pontuados por grandes invenções, e a incorporação deste novo acervo científico e tecnológico não aconteceu sem danos. A própria dinâmica da relação capital-trabalho se modificou, embora mantendo o binômio final: explorador e explorado, capitalista e operário.

No Brasil, a saúde ocupacional começou a ganhar importância na década de 1970 quando o país estava se industrializando. Nessa época de transição, a indústria atuava sem muitas regras esclarecidas e os operários eram expostos a muitas situações perigo, tanto que o número de acidente de trabalho que acontecia, nessa época, era um dos maiores do mundo.

Os sindicatos foram muito importantes para firmar os direitos do trabalhador no Brasil, assim como lutaram pela melhoria das condições de saúde trabalhistas na indústria. Depois da Constituição de 1988, e com a implantação do SUS

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