Síndrome de Wolff-Hirschhorn (WHS)
Artigo: Síndrome de Wolff-Hirschhorn (WHS). Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: JulieMar90ques • 26/11/2014 • Artigo • 686 Palavras (3 Páginas) • 408 Visualizações
A síndrome de Wolf-Hirschhorn (WHS) é um transtorno do desenvolvimento caracterizado por características craniofaciais típicas, deficiência de crescimento pré e pós-natal, atraso mental, atraso do desenvolvimento psicomotor grave, convulsões e hipotonia.
A doença tem uma prevalência estimada de 1:50,000 nascimentos.
É mais frequente em mulheres que homens. É observado atraso do crescimento intra-uterino e ganho lento de peso pós-natal. Os doentes têm face distinta caracterizada pela aparência do "capacete do guerreiro grego" (ponte nasal larga em continuidade para a fronte), mais vísivel antes da puberdade, microcefalia, fronte alta com glabela proeminente, hipertelorismo, epicanto, sobrancelhas arqueadas, filtro curto, cantos da boca voltados para baixo, micrognatia, orelhas mal formadas com fossetas/apêndices e em alguns casos, fenda do lábio/palato. Anomalias esqueléticas incluem cifose ou escoliose c/ corpos vertebrais malformados, costelas acessórias ou fundidas, pés botos e ectrodactilia. Os doentes sofrem de hipotonia c/ subdesenvolvimento muscular, podendo levar a dificuldades de alimentação e atraso no crescimento. O atraso é grave: a maioria dos doentes não consegue controlar os esfíncteres, auto-alimentação ou vestir-se, e menos de 50% consegue caminhar, com ou sem apoio, entre os 2 e 12 anos. O défice intelectual é moderado a grave. O discurso é limitado a sons guturais ou dissílabos, excepto em poucos doentes que conseguem formular frases simples. Vários tipos de convulsões são vistos em até 95%, o início é entre o período neonatal e os 36 meses e o fator desencadeante é muitas vezes febre. O estado de mal epiléptico ocorre em 50% dos doentes. Mais de 30% das crianças desenvolvem ausências atípicas entre os 1 a 6 anos. Em cerca de 50%, as convulsões cessam na infância. A maioria dos doentes mostra defeitos estruturais do sistema nervoso central, incluindo corpo caloso fino. As cardiopatias congénitas, defeitos do septo auricular, são vistos em 50% dos casos. Anomalias oftalmológicas, dentárias e auditivas são observadas. Os doentes podem ter infeções recorrentes das vias respiratórias e otite média, devido à deficiência de anticorpos, subclasse IgG1/IgG2. Malformações do trato urinário foram descritas e 1/2 dos doentes homens têm hipospádias e criptorquidia.
A WHS é devida a uma deleção no braço curto do cromossoma 4 (região 4p16.3), incluindo pelo menos parte dos genes LETM1 e WHSC1 . Deleções superiores a 3 Mb parecem estar associadas a um maior risco de defeitos cardíacos e fenda palatina.
O diagnóstico é baseado no exame físico e confirmado pela genética molecular ou citogenética, sendo a hibridização por fluorescência in situ (FISH) e análise de microarray cromossómico do genoma (CMA) os testes de escolha. O estudo eletroencefalográfico (EEG) mostra achados típicos em 90% dos doentes.
O diagnóstico diferencial inclui muitas síndromes mostrando atraso de crescimento, deficiência intelectual e/ou dismorfismo facial, como síndromes de Seckel, CHARGE, Smith-Lemli-Opitz, Opitz G/BBB, Williams, Rett, Angelman e Smith-Magenis (ver estes termos).
O teste pré-natal é viável quando é identificado num dos progenitores, um rearranjo no cromossomo 4p16.3.
O tratamento
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