Taxonomia moderna
Tese: Taxonomia moderna. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: lm92 • 28/10/2014 • Tese • 459 Palavras (2 Páginas) • 224 Visualizações
A Taxonomia moderna, ao contrário da clássica, que se limitava a agrupar os organismos em função de características comuns, frequentemente resultante de evolução convergente (ex.: agrupava os peixes com os cetáceos, porque ambos nadam), passou, a partir do desenvolvimento das teorias da evolução, a considerar essas características para construir árvores filogenéticas. Desta forma, a categorização dos seres vivos (Sistemática) passou a obedecer a uma lógica de proximidade evolutiva entre os membros de um determinado grupo. Em ambos os casos, a identificação dos organismos e das suas características são o primeiro passo para classificá-los de acordo com uma categoria já existente, ou para criar uma nova. O constante desenvolvimento de métodos de diagnóstico, como a comparação genética de diferentes organismos, obriga a permanentes revisões das classificações anteriormente efetuadas. A Sistemática é, por isso, forçosamente dinâmica, e deve ser concebida como um processo contínuo e entendido como extremamente complexo. O próprio conceito de espécie é bastante ambíguo. Apesar da diversidade de formas de vida ser muito grande, frequentemente focamos a nossa atenção sobre grupos razoavelmente restritos de organismos. As plantas e os animais são claramente os reinos a que temos dedicado maior atenção. Mesmo assim, se pensarmos que 90% das espécies animais são invertebrados, rapidamente percebeu que tendemos a prestar desproporcionalmente mais atenção aos vertebrados porque estes nos estão mais próximos. Mesmo numa perspectiva conservacionista, há tendência por vezes, a menosprezar reinos inteiros. É seguramente mais difícil compreender a importância de investimentos avultados para preservar um microrganismo, do que um animal felpudo, de aparência enternecedora, como o Panda. Não obstante a importância da conservação do Panda, nos tempos que correm, é um desafio refletir sobre a riqueza do património biológico como um todo, para que nada fique desprezado. Na realidade, os esforços de conservação concentram-se nas espécies mais mediáticas, enquanto os restantes organismos são menosprezados. Entre estes últimos estão aqueles que pertencem ao reino Monera, como as bactérias ou as algas azuis. Algumas bactérias são responsáveis por graves doenças, como a cólera, e presentemente discute-se a legitimidade de exterminar da face da Terra seres como estes. Também entre os unicelulares Protistas podemos encontrar os responsáveis por diversas patologias, como a doença do sono ou a malária, colocando-se também o dilema ético do seu eventual extermínio.
O conhecimento de todas as formas de vida que colonizam a Terra é uma tarefa interminável, mas a percepção da riqueza e da importância do equilíbrio da Biosfera são uma razão de peso para que se continue a investir no aprofundamento dos conhecimentos nesta área. Num universo tão vasto, são necessárias regras que padronizem a identificação, a classificação e a nomenclatura biológica, mas atualmente existe um reconhecido défice de taxonomistas, provavelmente porque, nos dias que ocorrem, se esteja a preterir as ciências descritivas em favor das analíticas.
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