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Tecido ósseo E Tecido Muscular

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Por:   •  27/11/2014  •  5.980 Palavras (24 Páginas)  •  680 Visualizações

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TECIDO ÓSSEO

O tecido ósseo tem algumas funções básicas como suporte, proteção e locomoção e está sob o controle de fatores sistêmicos, como os hormônios, e fatores locais, como os fatores de crescimento e citocinas. Portanto, os sistemas imune e esquelético encontram-se intimamente relacionados; a esta área interdisciplinar de estudos deu-se o nome de Osteoimunologia (ANDIA et al., 2006).

A homeostase do sistema esquelético está na dependência de uma remodelação óssea equilibrada, ou seja, da dinâmica balanceada entre a atividade dos osteoblastos, células de formação óssea, e osteoclastos, células de reabsorção óssea. Este balanço é firmemente controlado por alguns sistemas regulatórios, como o sistema imune. Se este balanço inclinar-se a favor dos osteoclastos, ocorrerá reabsorções patológicas, como nas periodontites, artrites reumatóides e doenças osteoporóticas (ANDIA et al., 2006).

Aspectos macroscópicos

Macroscopicamente, o tecido ósseo pode se apresentar como compacto, na região mais periférica dos ossos, denominada cortical, e esponjoso ou trabecular, com rede de trabéculas contendo espaços intercomunicantes que abrigam a medula óssea. As superfícies ósseas internas e externas são revestidas respectivamente pelo endósteo e periósteo. O periósteo constitui membrana de grande importância para a integridade dos ossos (ANDIA et al., 2006).

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Aspectos microscópicos

O tecido ósseo pode ser classificado em primário (imaturo) que se apresenta com disposição irregular, não organizada das fibras colágenas e menor quantidade de cristais de hidroxiapatita. Está presente no feto, no calo ósseo, nas osteomielites, nos tumores ósseos e na doença óssea de Paget. É classificado também como secundário (maduro, haversiano ou lamelar), com fibras colágenas dispostas em lamelas paralelas ou concêntricas em torno dos canais de Harvers, formando osso compacto ou esponjoso (ANDIA et al., 2006).

Geralmente, sobre a superfície do tecido ósseo, deposita-se uma camada de matriz denominada osteóide, que se caracteriza por uma matriz não mineralizada, contendo grande quantidade de fibras colágenas tipo I produzidas pelos osteoblastos. Assim, ao microscópio de luz, o osteóide apresenta aspecto amorfo e eosinófilo; além de ser encontrado em situações fisiológicas, também é encontrado nos tumores formadores de tecido ósseo. O tecido ósseo tem dois componentes básicos: células e matriz orgânica, sobre a qual se depositam os componentes inorgânicos (ANDIA et al., 2006).

Células do tecido ósseo

Nos processos de formação, reabsorção, manutenção e remodelação óssea, participam quatro tipos celulares distintos que derivam de duas linhagens: uma relacionada à formação e manutenção: osteoblastos, células de revestimento ósseo e osteócitos, e outra à reabsorção: osteoclastos (ANDIA et al., 2006).

Osteoblastos

São células mononucleadas, de origem mesenquimal, que se apresentam como células polarizadas, com núcleo esférico e citoplasma basófilo. São cuboides ou ligeiramente alongadas e formam uma camada celular contínua sobre a superfície óssea que está sendo formada (osteóide). São as células responsáveis pela produção da matriz orgânica do osso bem como pela sua mineralização (ANDIA et al., 2006).

Quando ativas, possuem um citoplasma rico em organelas de síntese e secreção, como retículo endoplasmático rugoso (RER) e complexo de Golgi desenvolvidos, grânulos de secreção, mitocôndrias, vesículas de transporte, vesículas endossômicas, lisossoma, além das proteínas do citoesqueleto (ANDIA et al., 2006).

Sintetizam a matriz orgânica, constituída de várias proteínas colágenas e não colágenas, tais como colágeno tipo I, osteocalcina, osteopontina, proteoglicanas, fosfoproteínas e citocinas. Estes componentes interagem entre si e organizam-se, fornecendo um arcabouço que permite a deposição de sais minerais, além do fato de algumas destas moléculas atuarem diretamente na mineralização (ANDIA et al., 2006).

Osteoblastos e pré-osteoblastos exibem níveis elevados da enzima fosfatase alcalina na superfície de suas membranas citoplasmáticas, a qual, quando liberada, contribui para o início da mineralização e o progressivo crescimento dos cristais de hidroxiapatita (ANDIA et al., 2006).

No processo inicial de formação do tecido ósseo, os osteoblastos, após secretarem a primeira camada de matriz orgânica, parecem assumir um importante papel na sua mineralização. A partir dos osteoblastos adjacentes à matriz orgânica óssea recentemente sintetizada, brotam pequenas vesículas de sua superfície. Estas vesículas desprendem-se dos osteoblastos e, portanto, são observadas entre os constituintes orgânicos da matriz óssea. Assim, são estruturas arredondadas, que se originam da membrana plasmática dos osteoblastos, sendo denominadas de vesículas da matriz. Estas vesículas, que permanecem na matriz extracelular totalmente dissociadas das células, contêm glicoproteínas e exibem forte marcação em sua membrana para a fosfatase alcalina. A fosfatase alcalina é uma família de enzimas que hidrolisam os íons fosfatos, fornecendo-os para o interior das vesículas. Ocorre, também, um aumento da concentração de íons cálcio no interior dessas vesículas, provavelmente através dos fosfolipídios em suas membranas. Sendo assim, ocorre uma supersaturação de fosfato e cálcio, resultando na precipitação de fosfato de cálcio no interior das vesículas. Posteriormente, ocorre o rompimento da membrana das vesículas e a mineralização espalha-se pela matriz. Este processo é característico dos locais onde está ocorrendo pela primeira vez a formação e mineralização do tecido ósseo (ANDIA et al., 2006).

Deve-se ressaltar que as vesículas da matriz também são liberadas pelos condrócitos, bem como pelos odontoblastos, durante a formação da primeira camada de dentina. Os osteoblastos também funcionam como receptores e transmissores de sinais para remodelação, pois possuem receptores para hormônios, como o da tireóide, da paratireóide (PTH), estrogênios, glicocorticóides, insulina, Vitamina D (1,25 Dihidroxivitamina D3). Secretam fatores de regulação como Interleucina-6 (IL-6) e fatores de crescimento como TGF-β que são fatores locais que agem na proliferação, diferenciação e atividade osteoblástica (ANDIA et al., 2006).

Além disso, os osteoblastos têm a capacidade

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