Transferência de Esquistossomose
Trabalho acadêmico: Transferência de Esquistossomose. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: JosiAurilietti • 9/10/2014 • Trabalho acadêmico • 3.695 Palavras (15 Páginas) • 461 Visualizações
1. Introdução – Esquistossomose
Esquistossomose é uma doença causada pelo Schistosoma mansoni, parasita que tem no homem seu hospedeiro definitivo, mas que necessita de caramujos de água doce como hospedeiros intermediários para desenvolver seu ciclo evolutivo.
A transmissão desse parasita se dá pela liberação de seus ovos através das fezes do homem infectado. Em contato com a água, os ovos eclodem e libertam larvas que morrem se não encontrarem os caramujos para se alojar. Se os encontram, porém, dão continuidade ao ciclo e liberam novas larvas que infectam as águas e posteriormente os homens penetrando em sua pele ou mucosas.
A esquistossomose chegou às Américas Central e do Sul provavelmente com os escravos africanos e ainda hoje atinge vários estados brasileiros, principalmente os do Nordeste.
Infecção causada por verme parasita da classe Trematoda. Ocorre em diversas partes do mundo de forma não controlada (endêmica). Nestes locais o número de pessoas com esta parasitose se mantém mais ou menos constante. Os parasitas desta classe são cinco, e variam como agente causador da infecção conforme a região do mundo.
O principal hospedeiro e reservatório do parasita é o homem sendo a partir de suas excretas (fezes e urina) que os ovos são disseminados na natureza. Possui ainda um hospedeiro intermediário que são os caramujos, caracóis ou lesmas, onde os ovos passam a forma larvária (cercária). Esta última dispersa principalmente em águas não tratadas, como lagos, infecta o homem pela pele causando uma inflamação da mesma.
Já no homem o parasita se desenvolve e se aloja nas veias do intestino e fígado causando obstrução das mesmas, sendo esta a causa da maioria dos sintomas da doença que pode ser crônica e levar a morte.
Na esquistossomose mansônica o agente etiológico (agente que causa a doença) da esquistossomose mansoni é o esquistossomo (Schistosoma mansoni), um verme platelminto, da classe dos trematódeos, família dos esquistossomídeos, digenético (providos de duas ventosas) e sexuado, parasita do homem e de alguns mamíferos masurpiais, em cujas veias do sistema portal localizam-se os vermes adultos.
A veia porta é aquela que conduz ao fígado o sangue venoso proveniente de vários órgãos abdominais (baço, estômago, intestino delgado, cólons, etc.). Também se diz apenas porta, portal.
2. Histórico
Desde a Antigüidade que o homem vem sofrendo desta terrível moléstia, como comprovações em algumas múmias do Egito, nas quais ovos desses pequenos vermes parasitas foram encontrados. Entre os egípcios a esquistossomose ainda é muito comum e é considerada a doença mais grave do país e entre os sanitaristas daquele país há a opinião de que a represa de Assuã seja a principal responsável pela disseminação e endemicidade do mal por todo o país.
No Brasil, inicialmente, a doença foi detectada nas faixas litorâneas da Região Nordeste, conforme estudos desenvolvidos por Manuel Augusto Pirajá da Silva (1873-1961), notável médico e professor baiano. Suas primeiras observações sobre esquistossomos datam de 1904, quando pioneiramente, estudou no Brasil ovos do parasita eliminados por um doente em Salvador. Em 1908, ele descobriu e fez completa descrição do Schistosoma mansoni e, em 1912, publicou um notável trabalho descrevendo a cercária da esquistossomose.
Hoje a doença espalha-se por quase todo o país, em virtude dos movimentos migratórios. Nos Estados da Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco existem áreas em que a população infectada alcança índices de 60% (Dacach, 1979). É provável, segundo várias publicações, que o tráfico de escravos africanos tenha sido o responsável pela introdução da doença no nosso continente.
2.1. Distribuição Geográfica
A esquistossomose é uma doença originária da África, possivelmente do Egito. A esquistossomose hematóbica é mais comum na África e Oriente Médio enquanto que o Schistosoma japonicum é encontrado no Extremo Oriente. A esquistossomose mansônica é característica das Américas. No Brasil encontra-se um dos maiores focos do mundo, distribuindo-se praticamente por quase todos os estados, principalmente com infestação endêmica em partes das Regiões Nordeste, Leste e Centro-Oeste (Figura 1).
Figura 1 - Distribuição Geográfica da Esquistossomose Mansônica no Brasil
2.2. Números da Esquistossomose
Segundo estimativa da OMS, 200 milhões de pessoas em 76 países sofrem de esquistossomose. No Brasil, o leste da Região Nordeste e o nordeste e leste do Estado de Minas Gerais convivem com a esquistossomose em situação endêmica.
Os programas de controle do Ministério da Saúde conseguiram, até agora, diminuir a mortalidade e as formas mais graves da doença. Segundo estimativas do Ministério da Saúde, em 1993 foram detectados 272.728 casos. Em 1995, 11,1% do total de 2.715 259 pessoas examinadas no Brasil registraram a doença. No primeiro semestre de 1996, a proporção foi de 9% do total de 945.365 pessoas examinadas. Os exames ocorreram nas chamadas áreas esquistossomóticas, que compreendem parcialmente 18 estados e onde vivem cerca de 69 milhões de habitantes (Almanaque Abril / 97).
3. Epidemiologia
Esquistossomose é uma doença característica de pessoas pobres e habitantes rurais, onde normalmente há o contato freqüente e o consumo direto de águas superficiais contaminadas e não existem sistemas de esgotamentos sanitários. É também uma doença cuja melhor maneira de se combater é com medidas preventivas. Logicamente o consumo de água sem tratamento adequado pode trazer a infecção também para as comunidades urbanas, incluindo estas populações no ciclo. Desde que o homem habite próximo as águas superficiais, esta tenha características favoráveis em termos de temperatura, pH, velocidade, etc., e seja habitat do caramujo hospedeiro, tem-se um ambiente propício para a continuidade da transmissão.
Particularmente quanto à esquistossomose mansônica, não se pode afirmar que alguém possa adquirir imunidade a contaminação e desenvolvimento da doença, muito menos que haja predominância entre homens ou entre mulheres. Diferentes atividades causam diversidades de amostragens, por exemplo, em vilas no delta do Rio Nilo, no Egito, onde as
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