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A Industrialização e Globalização: Impactos nas culturas alimentares

Por:   •  22/2/2018  •  Projeto de pesquisa  •  1.649 Palavras (7 Páginas)  •  447 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

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Industrialização e Globalização: impactos nas culturas alimentares

Ana Zorzi

Aline Gonçalves

Nadrielli Chaves

Pelotas, 15 de fevereiro de 2018

Introdução

Tendo em vista as diversas modificações culturais, sociais, tecnológicas, ambientais e financeiras na sociedade, a cerca da industrialização dos alimentos, paralela a transição de doenças e de transtornos e o descobrimento da alimentação ser um fator de risco para inúmeros problemas, a reflexão sobre todas essas mudanças pós-indústria de alimentos torna-se uma forma de poder refletir sobre os impactos positivos e negativos desse processo e minimizar danos a população.

O presente trabalho tem por objetivos descrever a história da industrialização e seus fatos mais importantes em relação as mudanças de hábitos alimentares. Através de pesquisas bibliográficas, encontrar bases  teóricas que expliquem a correlação entre produção de alimentos industrializados e problemas atuais relacionados à saúde. Onde foi abordado questões de aspectos positivos e negativos voltadas aos avanços da sociedade com a globalização, fazendo comparativos com impactos negativos da industrialização dos alimentos.


Contexto histórico: como era antes da industrialização

Em épocas passadas as relações econômicas e de produção eram diferentes da que existe hoje e a cada fase da história o homem possuiu uma forma de relação com a alimentação. Na pré-história eram caçadores e coletores. Na Antiguidade e Idade Média havia comércio e uso de variados tipos de alimentos. Na modernidade renovaram-se as técnicas agrícolas e industriais, houveram avanços genéticos para modificar plantas e animais e foram descobertas técnicas de conservação de alimentos. (Abreu, 2001) Além da dimensão biológica, a alimentação humana como um ato social e cultural faz com que sejam produzidos diversos sistemas alimentares. Na constituição desses sistemas, intervêm fatores de ordem ecológica, histórica, cultural, social e econômica que implicam representações sociais envolvendo escolhas e classificações. (Antropologia e Nutrição: um diálogo possível, 2005)

Os ditos avanços da sociedade como a industrialização, o crescimento demográfico e a urbanização nos trouxe diversas mudanças no estilo de vida, favorecendo o sedentarismo, o consumo de alimentos de rápido preparo. (Abreu, 2001)

Os alimentos, antes das indústrias alimentares, eram fabricados artesanalmente, além das modificações na cultura alimentar, a qualidade da alimentação foi afetada. A variedade de alimentos consumida é menor, e assim, também, a qualidade da dieta, que passa a ter menor valor nutricional. Diante dessa tendência, a cultura do fast food se apresenta como uma realidade condizente com a mentalidade moderna global. A predileção pela quantidade, em detrimento da qualidade e do sabor, e a ausência de uma tradição local ligada à gastronomia, favorecem produtos de status que influenciam os hábitos de consumo da população, principalmente a jovem. (França, 2012)

Como se iniciou e consolidou a industrialização e globalização dos alimentos

As indústrias alimentares modernas surgem diretamente relacionadas ao ritmo rápido de urbanização do século XIX, que transformou e criou vastos mercados para alimentos consumidos até então nos próprios locais de produção, porém mais difíceis de serem obtidos na cidade, como frutas e legumes, carne e leite. Ao mesmo tempo, devido às exigências espaciais da produção agrícola, as fontes de abastecimento situavam-se cada vez mais afastadas dos centros urbanos, o que complicava ainda mais o problema de conservação dos alimentos. (Sorj, 1988.)

É possível identificar as origens do modo de produção industrial e da agricultura globalizada no período posterior à Segunda Guerra Mundial, durante a Depressão Econômica na década de 1930, quando o governo dos Estados Unidos adotou medidas para restringir a importação de alimentos e proteger a agricultura local. A partir disso verifica-se um processo de expansão do comércio agrícola mundial impulsionado pelos Estados Unidos, que é acompanhado pela aceleração da industrialização da agricultura e pela disseminação internacional do sistema de produção denominado agronegócio.

Sob a perspectiva de que o campo estaria passando por grandes transformações a partir de uma "revolução tecnológica", tendo como base o "progresso" científico utilizado na agricultura, seria necessário formular políticas públicas de apoio à grande exploração agrícola diante do aumento dos custos de produção, transporte, processamento e distribuição de alimentos e fibras. Essa “revolução tecnológica” impactou em uma dependência crescente de produtos produzidos por segmentos da indústria, como máquinas, tratores e fertilizantes químicos, para compensar o esgotamento da fertilidade do solo. Além disso, estimulou-se expansão da produção de petróleo, ao mesmo tempo que a indústria genética e farmacêutica desenvolvia sementes transgênicas e métodos de inseminação artificial.

Durante o século XX, as principais mudanças ocorreram em relação a técnicas biológicas e químicas, introduzidas na agricultura principalmente a partir de 1930. Este processo de mudança nos padrões de produção, com a utilização de insumos industriais na agricultura, é intensificado principalmente na década de 1950 com o fim da Segunda Guerra Mundial, quando há um aumento da demanda por alimentos e fibras. No século XIX, foram introduzidas tecnologias mecânicas para aumentar a produtividade do trabalho na agricultura. Historicamente, as indústrias automobilísticas, de máquinas e equipamentos estiveram estreitamente ligadas ao agronegócio. 

Além do mercado de grãos, a padronização de alimentos industrializados foi fundamental para a expansão do modelo do agronegócio em nível internacional. A indústria de comida processada foi impulsionada nos Estados Unidos principalmente durante a Segunda Guerra Mundial e era conhecida como "comida de combate" porque servia para alimentar os soldados no exterior. Os primeiros produtos criados neste laboratório foram alimentos enlatados. Posteriormente, foram produzidos alimentos congelados, desidratados e pré-cozidos, bebidas solúveis e em pó. O Estado foi o principal promotor da criação de equipamentos agrícolas, fertilizantes, inseticidas, métodos de transporte e armazenamento para distribuição em massa desses produtos, além de mecanismos de comunicação e crédito.

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