A Sala de Espera Aproveitamento Integral Alimentos

Roteiro aproveitamento integral dos alimentos

Estamos vivendo um tempo de grande alta nos preços dos alimentos, com a inflação variando a cada dia, alimentos que antes eram comprados por valores acessíveis, hoje é necessário desembolsar um dinheiro a mais para comprar.

Anteriormente a verdura podia ser encontrada a 3 unidades por R$1,00, hoje o valor médio é de R$1,50 a R$3,00 a unidade, isso das verduras básicas. Considerando que boa parte desses alimentos são jogados no lixo, gerando um grande desperdício, abordaremos como aproveitar os alimentos em sua integralidade.

O objetivo é mostrar aos usuários que não apenas estão jogando dinheiro no lixo, como também partes dos alimentos que são ricas em nutrientes e vitaminas que deixam de ir ao prato para irem ao lixo, sendo totalmente desprezada pela maioria dos brasileiros, por julgar que são “restos”, “sujos”, “contaminados”, entre outros adjetivos.

Diariamente, toneladas e toneladas de alimentos são desperdiçadas em todos os elos da cadeia alimentar, desde o cultivo até o ato de comer. Pensando em reduzir esse desperdício o Programa Mesa Brasil do Sesc criado em São Paulo em 1994 e que hoje abrange todo o Brasil, elaborou uma cartilha de receitas e dicas de como aproveitar os alimentos em sua integralidade, gerando menos desperdício e garantindo uma segurança alimentar e nutricional a população. As partes usualmente não aproveitadas, como cascas, entrecascas, folhas, talos e sementes – que não são menos nutritivas que a polpa, são aproveitadas nas receitas agregando não apenas sabor, mas um aporte nutricional de grande qualidade.

Ao utilizar o alimento de forma integral, não apenas estamos ganhando em termos nutricionais e financeiros, como também estamos contribuindo com o meio ambiente, já que o desperdício de alimentos gera gás metano, um poluente 21 vezes mais potente para gerar o efeito estufa (FAO). É necessário romper com o preconceito de achar que aproveitar os alimentos em sua integralidade é para pessoas que estão em situações de fome, quando na verdade não é, esse pensamento é algo que adquirimos ao longo dos anos, já que nossos antepassados faziam uso dessas partes em preparos culinários.

A parte não convencional do alimento pode ter de duas a seis vezes mais nutrientes do que a polpa. A casca da laranja, por exemplo, tem seis vezes mais fibras, além de mais potássio, cálcio e quantidade igual de vitamina C que a polpa. A rama da cenoura tem vitaminas A e C, além de fibra. E pode ser utilizada nos mesmos pratos que a salsinha. A folha da beterraba é rica em vitamina A, assim como o talo, que pode ser colocado no vinagrete de churrasco, dando uma cor linda ao prato. Já as folhas de couve-flor, beterraba ou brócolis podem ser usadas no lugar da folha de uva para fazer charutinho recheado de carne, por exemplo, o legal é usar e abusar da criatividade nas preparações.

Quando se fala de uso integral dos alimentos, muita gente acha que é apenas em relação a talo, folha, casca e sementes, isto é, associa‑se apenas as hortaliças, mas há também pé e pescoço de galinha, tutano do osso de boi, a nata do leite, a parte dura do queijo. A casca dos alimentos, como cenoura ou batata, que pode ser feita como chips, são ricas em fibras e mais saudável do que as industrializadas, que chegam a ter até meio copo de óleo. Até a casca da cebola pode ser usada em caldos, junto com a folha do salsão e a casca da cenoura. Não deveríamos tirar a casca da cenoura para fazer caldos, temos de usar com casca e tudo. O mesmo se faz com a cabeça, a espinha e o rabo do peixe, que podem ser usados para fazer pirão ou um molho para acompanhamento do prato.