A importancia do nutricionista na saúde pública
Por: kedimacai • 30/3/2016 • Dissertação • 586 Palavras (3 Páginas) • 432 Visualizações
A importancia do nutricionista na saúde pública
Nas últimas décadas, o Brasil conquistou grandes avanços no campo da saúde, principalmente com o processo de construção do Sistema Único de Saúde (SUS), o qual tem como principais pilares a universalidade, integralidade, descentralização e participação popular. O modelo assistencial vigente até então no Brasil era caracterizado pela prática médica voltada para a abordagem biológica e hospitalar, associada a uma utilização irracional dos recursos tecnológicos. O presente ensaio tem como propósito analisar a A atribuição de parte da responsabilidade de promover práticas alimentares saudáveis aos serviços e equipes de saúde, estabelecidas na Política Nacional de Alimentação e Nutrição um(mil novessentos e noventa e nove) e na PolíticaNacional de Promoção da Saúde dois (dois mil e seis), tendo como respaldo as recomendações emanadas da 57a Assembléia Mundial da Saúde que, em 2004, emitiu o documento “Estratégia mundial sobre regime alimentar, atividade fisica e saúde”, traz um desafio novo para o setor saúde, uma vez que a nutrição e a alimentação raras vezes foram de intervenção pelos serviços de saúde, embora, em princípio, ninguém ponha em dúvida a grande influência que a alimentação tem sobre a saúde das pessoas e a necessidade de recompô-la visando a prevenção e o controle de algumas doenças. Duas questões vêm à tona: a quem compete realizar esse trabalho e quais são as estratégias para a promoção de práticas alimentares saudáveis. A ciência da nutrição teve nos últimos anos, um expressivo desenvolvimento, que pode ser atestado na expansão dos grupos de pesquisa, publicação de trabalhos e número de pesquisadores. Embora se disponha de conhecimentos técnicos para solucionar a maior parte dos problemas de nutrição existentes, a atuação profissional do nutricionista no campo da Saúde Pública é tímida e incipiente.Há uma outra linha de trabalhos que procuram alicerçar novas práticas para o trabalho do nutricionista. Assis e cols, em artigo no qual reivindicam e defendem a inserção do nutricionista na equipe multidisciplinar do Programa Saúde da Família, argumentam que a realização plena dos objetivos desse programa guarda estreita dependência com a capacidade de desenvolver e implementar ações na área de alimentação e nutrição que irão constituir avanços na conquista da segurança alimentar e nutricional dos brasileiros. Consideremos que a alimentação é um dos fatos mais simples da vida cotidiana das pessoas, e que mediante o senso comum elas resolvem a sua questão alimentar no dia a dia. No caso do trabalho em equipe, nos trabalhos analisados não se encontrou nenhuma referência realmente positiva à experiência de trabalho em equipe, apesar dele, em princípio, fazer parte do cotidiano da maioria dos profissionais que trabalham em Saúde Pública. Os nutricionistas queixam-se da ausência de interação e da desvalorização de seu trabalho, e esta é uma queixa referendada por outros autores29. Apesar de atuarem conjuntamente, os integrantes da pretensa “equipe” não problematizam, de forma articulada, os problemas do trabalho, caracterizando uma equipe do tipo agrupamento e não uma equipe do tipo integração .Dentre as várias medidas que têm por finalidade criar condições para que todos os brasileiros desfrutem desegurança alimentar e nutricional, algumas delas dizem respeito especificamente à competência técnica dos nutricionistas. Entretanto, a competência técnica para o trabalho em saúde não pode prescindir da competência para atuar no plano da intersubjetividade, tanto em relação à equipe, quanto em relação à população assistida nesses serviços. Talvez, no momento atual, um salto qualitativo na profissão, dependa de uma formação que se aproxime das questões éticas, comunicativas, comportamentais e emocionais, da capacidade de interagir em equipe, enfim, da formação do sujeito.
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