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Dengue. Epidemiologia, ciclo de reproducao, profilaxia, saneamte

Por:   •  23/12/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.627 Palavras (11 Páginas)  •  395 Visualizações

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Dengue

A dengue é uma doença infecciosa febril aguda, podendo ser de curso benigno ou grave, classificando- se em dois tipos: o dengue clássico, e a febre hemorrágica da dengue. Sendo um mal que acarreta grandes problemas na saúde pública no mundo, ocorrendo principalmente nos países de clima tropical onde as condições do meio ambiente são favoráveis para a proliferação do mosquito transmissor. A dengue é causada por um arbovírus da família Flaviridae, sendo transmitido através de um hospedeiro intermediário. Os vetores desse vírus são os mosquitos do gênero Aedes, mas a espécie Aedes aegypti é a mais importante na transmissão da doença, e é transmissora também do vírus da febre amarela urbana e do vírus chikungunya. Há registros no portal da saúde de casos de transmissão vertical (gestante-bebê) e por transfusão sanguínea, mas a picada do mosquito portador do vírus ainda é o principal processo de transmissão.

Dengue clássico (DC)

Alguns aspectos clínicos dependem da idade do paciente; a doença tem uma duração de 5 a 7 dias. Sendo, a dor abdominal generalizada um sintoma observado com maior frequência em crianças, e manifestações de hemorrágicas com epistaxe e gengivorragia relatada geralmente em adultos.

Sintomas: Febre alta e súbita (acima de 40 graus celsius); dor atrás dos olhos (piora com o movimento ocular); fortes dores de cabeça; dor nos ossos e articulações; falta de apetite e paladar; manchas avermelhadas (parecidas com sarampo); náuseas e vomito; moleza e cansaço.

Febre hemorrágica da dengue (FHD)

Os sintomas iniciais são semelhantes ao do dengue clássico. Porém há um agravamento no quadro, com aparições de colapsos circulatórios e manifestações hemorrágicas.

A organização Mundial da Saúde (OMS) definiu um critério para classificar as formas da FHD, dividindo-a em quatro categorias, de acordo com grau de gravidade:

  • Grau 1- Febre acompanhada de sintomas inespecíficos, em que a única manifestação hemorrágica é a prova do laço positiva;
  • Grau 2 – Manifestações constantes do Grau 1, e hemorragias espontâneas (sangramentos de pele, epistaxe, gengivorragia e outras);
  • Grau 3 – Colapso circulatório com pulso fraco e rápido, diminuição da pressão arterial ou hipotensão, pele pegajosa e fria, e inquietação;
  • Grau 4 – choque profundo, com pressão arterial e pulso imperceptíveis (síndrome do choque da dengue).

Sintomas: dificuldade de respiração, perda de consciência, confusão mental, sangramento na boca, nas gengivas e no nariz, vômitos intensos, boca seca e muita sede, fortes dores abdominais continuas (não como cólicas), pele pálida e fria, inquietação.

O vírus da dengue

É um vírus RNA do gênero Flavivirus, pertencente à família Flaviridae, constituído por um nucleotídeo envolvido por uma bicamada lipídica, derivada de membranas da célula hospedeira, a qual e caracterizada pela presença de proteínas não estruturais que são ativadas somente durante a replicação viral.

Patogênese.

Após a inoculação, o vírus se replica nas células mononucleares dos linfonodos locais ou nas células musculares esqueléticas, produzindo viremia. No sangue, a propensão do vírus infectar predomina sobre os macrofragos e depois sobre as células musculares esqueléticas, o que justifica a intensa “febre quebra ossos”. A síndrome febril da dengue depende da liberação de citocinas estimuladas pela replicação viral. A partir do 4° dia de doença o IgM anti-dengue já pode ser detectado, atingindo pico no final da primeira semana e persistindo por alguns meses. O IgG surge na primeira semana e atinge pico no final da segunda semana, persistindo por vários anos, conferindo imunidade sorotipo-específica por toda vida.
A forma grave da dengue, geralmente ocorre em paciente que já se infectaram por um sorotipo do vírus e, anos depois, voltam a se infectar por outro sorotipo. A ligação dos anticorpos já existentes ao novo sorotipo do vírus da dengue não o neutraliza, mas facilitariam a penetração do vírus nos macrófagos, ocorrendo maior viremia com mais citocinas liberadas.

Modo de transmissão 

A transmissão se faz pela picada dos mosquitos Aedes aegypiti, no ciclo ser humano, Aedes aegypti ser humano. Após um repasso de sangue infectado, o mosquito está apto a transmitir o vírus depois de 8 a 12 dias de incubação extrínseca.

A transmissão da dengue ao homem, geralmente, ocorre em zonas urbanas, durante o dia devido aos hábitos diurnos desses mosquitos, através da picada da fêmea, o vírus passa por um período de incubação intrínseco, o qual pode variar de 3 a 14 dias, até que ocorra o aparecimento dos sintomas. Posteriormente, esses indivíduos tornam-se infectantes para o Aedes aegypti, nos primeiros dias da doença, ou seja, durante o período de viremia, em média durando no máximo cinco dias.

O Aedes aegypti faz sua oviposição em depósitos artificiais de água, como: pneus, tanques, barris, vasos de plantas, poça de rua, entre outros depósitos que acumulem água parada.

Período de incubação

Durante o período de incubação, ocorre a replicação que acontece nas seguintes fases: 
1) vírus se adere a membrana da célula
2) penetração do nucleocapsídeo com o RNA
3) destruição do nucleocapsídeo e liberação do RNA viral
4) penetração do RNA viral no núcleo celular
5) replicação do RNA viral
6) produção de proteínas para a formação dos nucleocapsídeos
7) incorporação de RNA no nucleocapsídeo formando vários virus.
8) lise celular (rompimento da célula) e o vírus se apropria da membrana da célula infectada

Tratamento:

Dengue clássico (DC)

O tratamento é sintomático (analgésicos) e pode ser feito em domicilio. Indica-se hidratação oral com aumento de ingestão de água, sucos, chás, soros caseiros e etc. Não deve-se usar medicamentos com ácido acetilsalicílico e derivados, e anti inflamatórios não hormonais, por aumentar o risco de hemorragia.

Febre hemorrágica da dengue (FHC)

Há uma evolução do DC pro FHD, quando identificado os sintomas do FHD deve-se levar o paciente ao hospital para o tratamento adequado e para uma melhor eficiência contra uma síndrome do choque da dengue.

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