Empregabilidade

Empregabilidade: Uma Análise Histórica e Crítica

O discurso sobre a empregabilidade tem ganhado força, pois representa uma possível saída para os problemas de competitividade da nossa economia.

Especialmente após a década de 1990 o cenário de desemprego e a baixa qualificação dos trabalhadores no Brasil, encontra-se em destaque no debate sobre os problemas da economia brasileira estando associado a integração da economia com o capitalismo global.

Além da grande eliminação do posto de trabalho que faz com que ocorra um número alto de desemprego estrutural, as qualificações de trabalhadores brasileiros contribuiriam não só com o aumento de sua produtividade, mais também haveria um forte impacto na competitividade entre as empresas brasileiras estimulando assim o crescimento econômico do país e reduzindo um número de pessoas desempregadas atualmente. Porem a recolocação dos trabalhadores no mercado de trabalho não depende somente de suas características pessoas, suas qualificações, mais dependem também da forma com que as empresas realizam o processo de recrutamento e seleção de novos funcionários e dependem também de como o mercado de trabalho se encontra no momento atual.

As sociedades capitalistas estão passando por grandes e significativas transformações desde meados da década de 1970. O impacto destas mudanças sobre a disponibilidade e o perfil do emprego é grande, podemos ver o desenvolvimento de uma sociedade onde uma parte da população dispõe de um emprego remunerado, enquanto outra parte se encontra excluída total ou parcialmente do mundo do trabalho.

Embora a transformação no mercado de trabalho aconteçam desde meados de 1970,aqui no Brasil so ganhou força a partir do ano de 1990 onde tinham como objetivo principal reinscrever o país no circuito de capitais internacionais e dar inicio ao novo padrão de crescimento econômico.

Podemos colocar em destaque o fato de que o contexto em que ocorre as mudanças nas relações de trabalho aqui no Brasil é bem diferente daquele encontrado nos centros capitalistas do mundo.

Atualmente a ideia de empregabilade que predomina é a de que o próprio trabalhador tem que se ajustar as condições de trabalho impostas a ele.

Embora essa noção de empregabilidade seja hegemônica, não se trata da única existente sendo assim se o conceito de empregabilidade de iniciativa não é o único existente, cabe a nós investigar sobre as causas de sua hegemonia e, mais do que isso, sobre o que a difusão desse conceito representa para o trabalhador, ou seja a forma com que os trabalhadores enxergam esse conceito.

O conceito de empregabilidade era uma forma de distinguir as pessoas com mais condições físicas e mentais para o trabalho que tinham que exercer das que possuíam menos condições devido a falta de qualificação, onde as que tinham mais capacidade eram encaminhadas para as grandes obras públicas, já os que tinham menos condições eram encaminhados para fazem serviços sociais, este tipo de conceito vigorou até mais ou menos metade do século passado onde surgiram novas versões para o conceito de empregabilidade.

Podemos destacar um conceito de empregabilidade conhecido como interativa que teve seu destaque em 1990, onde focaliza, além das características pessoais e as estratégias que os indivíduos traçam para si, as estratégias de recrutamento das empresas e as condições existentes no mercado.

O discurso da empregabilidade de iniciativa busca identificá-la, ao lado da flexibilização do mercado de trabalho, como solução ao desemprego que acompanha a racionalização produtiva, porém não se trata apenas de considerar o desemprego como um problema estrutural/inerente à modernização do parque produtivo e à entrada da concorrência internacional. Trata-se, de outro modo a atribuição das taxas de desemprego prioritariamente à rigidez da legislação trabalhista e à falta de qualificação da força de trabalho.