Fichamento Capítulo Transtornos Alimentares
Por: Ana Luiza Cicolo Bueno • 14/10/2020 • Resenha • 10.461 Palavras (42 Páginas) • 610 Visualizações
Fichamento DSM-V - Capítulo: Transtornos Alimentares
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual Estatístico e Diagnóstico de Transtornos Mentais, Quinta edição (DSM-V); tradução: Maria Inês Corrêa Nascimento... et al.] Porto Alegre: Artmed, 2014.
TRANSTORNOS ALIMENTARES
Os Transtornos Alimentares são caracterizados por uma perturbação profunda na alimentação ou no comportamento relacionado à alimentação, resultando em um consumo ou absorção de alimentos inadequada, comprometendo de maneira significativa a saúde física e psicossocial.
Os diagnósticos são excludentes, de forma que uma pessoa não pode ser diagnosticada com mais de um transtorno ao mesmo tempo, pois apesar destes transtornos terem diversos aspectos psicológicos e comportamentais em comum, eles se diferem na forma como a doença evolui, seus possíveis desfechos e a necessidade de tratamento. A Pica é o único transtorno que pode ser atribuído na presença de qualquer outro transtorno alimentar.
Algumas pessoas com TA relatam sintomas alimentares semelhantes aos comumente relatados por indivíduos com transtornos por uso de substâncias, como fissura e uso compulsivo, o que pode ser reflexo do envolvimento dos mesmos sistemas neurais, incluindo os de autocontrole regulatório e o de recompensa. Entretanto ainda não foi possível compreender a fundo as contribuições relativas de fatores compartilhados e distintos no desenvolvimento e na perpetuação de Transtornos alimentares e por uso de substâncias.
Apesar de existirem evidências robustas da associação entre obesidade e uma série de transtornos mentais, está não está incluída no DSM 5 devido seu aspecto multifatorial. Também é sabido que alguns medicamento psicotrópicos contribuem de forma importante para o desenvolvimento da obesidade, e esta pode ser um fator de risco para o desenvolvimentos de alguns transtornos mentais.
PICA
Critérios Diagnósticos
Ingestão persistente de substâncias não alimentares por no mínimo 1 mês.
A ingestão destas substâncias é inapropriada ao estágio de desenvolvimento do indivíduo.
O comportamento alimentar não é relacionado a uma prática culturalmente aceita.
Caso ocorra no contexto de outro transtorno mental ou condição médica, é suficientemente grave de modo a necessitar atenção clínica adicional.
REMISSÃO: quando os critérios não forem mais preenchidos por um período de tempo sustentado.
Características Diagnósticas
A característica essencial é o consumo de substâncias não nutritivas, não alimentares forma persistente por mais de um mês. Essas substâncias tendem a variar com a idade e a disponibilidade e podem incluir papel, sabão, tecido, cabelos, fios, terra, giz, talco, tinta, cola, pedras, carvão, metais, detergente ou gelo. O diagnóstico não se aplica à ingestão de produtos alimentares com conteúdo nutricional mínimo. Geralmente não está associado a aversão de alimentos no geral. A ingestão deve ser inapropriada ao estágio de desenvolvimento do indivíduo e não parte de uma prática cultural. Sugere-se uma idade mínima de 2 anos para o diagnóstico, a fim de excluir a exploração de objetos com a coca que acabam por ser ingeridos, normal na fase oral do desenvolvimento de crianças. Pode estar associado a outros transtornos, sendo que quando ocorre de maneira exclusiva no contexto de outro transtorno o diagnóstico deverá ser feito apenas se o comportamento alimentar for grave o suficiente para demandar atenção clínica adicional.
Características Associadas que Apoiam o Diagnóstico
Na maior parte dos casos não há a presença de outra anormalidade biológica, como deficiência de vitaminas e minerais, que já foram descritas em casos isolados. è comum que o paciente demande atenção clínica devido à complicações médicas gerais, como problemas intestinais mecânicos, perfuração ou obstrução intestinal.
Prevalência
Ainda pouco estudada, mas parece aumentar a prevalência em indivíduos com deficiência intelectual dependendo da gravidade da condição.
Desenvolvimento e Curso
Embora a manifestação inicial seja bastante comum na infância, também existem casos em diversas fases do ciclo de vida. Pode ocorrer em crianças com desenvolvimento normal em outras áreas, já em adultos parece mais associada ao contexto de deficiência intelectual ou outros transtornos mentais. Também pode se manifestar durante a gestação, ocorrendo fissura a um objeto específico. O diagnóstico de Pica na gravidez só é apropriado se a ingestão representar potenciais riscos médicos. O curso do transtorno pode ser prolongado e levar a emergências médicas e até a morte, dependendo da substância ingerida.
Fatores de Risco e Prognóstico
ambientais. Negligência, falta de supervisão e atraso do desenvolvimento
Questões Diagnósticas relativas à Cultura
Para algumas populações a ingestão de terra ou outras substâncias aparentemente não nutritivas pode ter valor espiritual, medicinal ou outro valor social, podendo também se tratar de uma prática culturalmente aceita ou socialmente normal. Tal comportamento não justifica diagnóstico de pica.
Questões Diagnósticas Relativas ao Gênero
Ocorre em ambos os sexos. Pode ocorrer em mulheres em período gestacional, mas ainda pouco se conhece sobre seu curso no período pós-parto.
Marcadores Diagnósticos
Radiografia abdominal simples, ultrassonografia e outros métodos de imagem podem revelar obstruções no TGI. Exames de sangue e outros testes laboratoriais podem ser usados para determinar níveis de intoxicação ou a origem da infecção.
Consequências Funcionais da Pica
Pode comprometer o funcionamento físico de maneira significativa, mas raramente é a única causa do acometimento no funcionamento social. Com frequência está relacionada com transtornos associados ao funcionamento social prejudicado.
Diagnóstico Diferencial
A Pica pode ocorrer durante o curso
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