OBESIDADE INFANTIL
Por: Duda Farias • 9/6/2018 • Resenha • 768 Palavras (4 Páginas) • 360 Visualizações
FISIOPATOLOGIA
A obesidade é um distúrbio metabólico, resultante do desequilíbrio crônico do balanço energético, tornando este positivo, isto é, quando há uma ingestão de calorias excessiva, superando o gasto energético, ocorrendo assim o armazenamento da gordura nos adipócitos. O estilo de vida sedentário, associado a uma má alimentação, pode resultar neste quadro patológico, que é complexo, e também está relacionado a fatores como o estilo de vida, ambiente, e genética. (KRAUSE, 2013)
A infância é caracterizada como um dos períodos críticos para obesidade, onde o número de células adiposas pode aumentar (hiperplasia). Isso pode ocorrer devido à vários aspectos adquiridos ao longo do tempo, por genética, ou por distúrbios comportamentais, um deles é o desmame precoce, onde ocorre a introdução de uma alimentação inadequada, rica em carboidratos, e em quantidades excessivas para o crescimento saudável da criança, também a utilização de fórmulas infantis, muitas vezes preparadas de maneira incorreta.
Na infância o ganho de peso é seguido pelo aumento da estatura e pela aceleração da idade óssea. Entretanto após essa fase, o ganho de peso se mantém, e a estatura e a idade óssea continuam constantes, levando a puberdade a ocorrer mais cedo em alguns casos, o que acarreta em baixa estatura, devido ao fechamento mais precoce das cartilagens de crescimento. (MELLO et all, 2004, p. 173)
O indivíduo obeso tem sinais metabólicos acionados no hipotálamo, resultante do trabalho de hormônios como a leptina e insulina, que agem de maneira proporcional à massa adiposa no organismo. (KRAUSE,2013) A leptina, é um hormônio produzido nas células brancas do tecido adiposo, e exerce função nos receptores do hipotálamo, promovendo sensação de saciedade e regulando o balanço energético. No entanto, se encontrada em elevadas concentrações na corrente sanguínea, não consegue exercer sua função, levando ao efeito oposto. (WELFFOT E LAMOUNIER, 2017)
A insulina, hormônio produzido pelas células betas pancreáticas, é responsável pela regulação de glicose plasmática. Seu efeito anabólico, aumenta a captação de glicose, levando à diminuição desta na corrente sanguínea, sendo assim um estímulo ao aumento do apetite. Suas funções neuro-hormonais consistem em regulação da saciedade, aumento do gasto energético, além de auxiliar na regulação da leptina. (WELFFOT E LAMOUNIER, 2017) na obesidade ocorre a resistência a esse hormônio, além de outras alterações metabólicas. Além destes, outros hormônios como grelina, e também glicocorticoides, estão envolvidos no processo de regulação do controle alimentar e gasto energético.
Na obesidade, a quantidade total de gordura, o excesso de gordura no tronco ou região abdominal e visceral são três aspectos da composição corporal associados à ocorrência de doenças crônico-degenerativas. (DE MELLO et all, 2004, p. 176) O excesso de peso triplica o risco de desenvolvimento de diabetes mellitus (tipo 2), hipertrigliceridemia, hipercolesterolemia, e compromete órgãos como fígado e pâncreas. Ocorrem várias alterações metabólicas, que podem ser muito extensas e intensas, e muito variadas, e atingem praticamente todo o organismo. Entretanto, estas alterações podem ser reversíveis desde que se consiga a redução de peso e desde que as estruturas orgânicas acometidas não tenham sofrido danos anatômicos irreparáveis.
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