A ciência médica de House: A verdade por trás dos diagnósticos da série de TV

HOLTZ, Andrew. A ciência médica de House: A verdade por trás dos diagnósticos da série de TV. 8 ed. Rio de Janeiro: Best Seller, 2008.

Andrew Holtz é um ex-repórter da CNN que cobria aspectos relativos à saúde e ao bem-estar. Possui mestrado pelo programa de Saúde Pública da Universidade de Oregon e bacharelado pela Universidade de Stanford. É membro da direção e ex-presidente da Associação de Jornalistas de Saúde. É também autor de uma série de livros: “A Medicina Segundo Dr. House”, “A real anatomia de Gray” e a série “A ciência médica de House” composta de dois volumes.

A obra “A ciência médica de House” é baseada no seriado de TV “Dr. House” que aborda casos, geralmente, extremamente raros. O objetivo principal do livro é tentar aproximar a série, majoritariamente fictícia, da nossa realidade, haja vista que muitos telespectadores duvidavam da veracidade das situações enfrentadas na série.

Ao longo do livro são evidenciados vários termos médicos, seguidos de uma explicação breve, objetiva, e de fácil entendimento, - como na definição do que é um sintoma, que, segundo Holtz (2008) são as sensações descritas pelo paciente - fazendo do livro um objeto indispensável tanto àqueles que adentraram na área da saúde em geral quanto aos mais experientes por propor um método de pensamento indireto, “fora da caixa” que indiscutivelmente pode auxiliá-los no diagnóstico e tratamento de doenças.

“Os sintomas são, evidentemente, parte essencial das informações necessárias para fazer um diagnóstico adequado. Contudo, em geral, um conjunto de sintomas pode apontar para várias doenças. Essa lista de opções é conhecida como “diagnóstico diferencial”. Febre repentina, dor de garganta e fraqueza muscular são sintomas de gripe. Mas o mesmo conjunto de sintomas também aparece nos casos de dengue e em uma variedade de outras infecções virais e bacterianas. Frequentemente, sintomas semelhantes aos da gripe são o primeiro sinal de uma infecção por HIV.” (HOLTZ, p. 13, 2008).

Além de termos médicos, são explicitadas as condutas médicas mais comuns, exemplo disso é a avaliação inicial do paciente (anamnese), que o Dr. Kellerman considera como um jogo da memória (Holtz, 2008). O autor expõe a necessidade de uma investigação a fundo sobre toda a vida do paciente como situação familiar, trabalhista e toda série de variáveis que convergem e influenciam direta ou indiretamente nas condições de saúde que o indivíduo se apresenta.

“O Dr. Kellerman compara a avaliação inicial de um paciente como um jogo de memória. Muitas peças são reveladas e depois viradas novamente, porque não coincidem. Mas, a cada lance, o número de casas que pode estar escondendo a peça procurada diminui. O padrão subjacente é revelado pouco a pouco e a meta aproxima-se de ser alcançada passo a passo. ” (HOLTZ, p. 19, 2008).

Dentro desse contexto de investigação clínica, de análise geral do paciente, o autor ressalta a fundamentalidade da comunicação médico-paciente. Embora o foco dos profissionais da saúde está geralmente em saber como transmitir determinada informação a um público mais leigo, o autor nos alerta para a necessidade de ter certeza do que os pais querem dizer (HOLTZ, 2008), já que muitos pais não sabiam distinguir diarreia de constipação