Análise Psicopatologica do Filme "Garota, interrompida"
Por: luizafhorta • 3/6/2022 • Resenha • 640 Palavras (3 Páginas) • 1.306 Visualizações
Unifenas – Psicopatologia 7º P
Luiza Freitas Horta - 205716211
“Garota, interrompida” (1999)
Em 1967, após uma sessão com um psicanalista que nunca havia visto antes, Susanna Kaysen (Winona Ryder) foi diagnosticada como vítima de Transtorno de Personalidade Limítrofe ou "borderline". Enviada para um hospital psiquiátrico, onde viveu nos dois anos seguintes, ela conhece um novo mundo, de jovens garotas sedutoras e transtornadas. Entre elas está Lisa Rowe (Angelina Jolie), uma charmosa sociopata que organiza uma fuga com Susanna, Georgina e Polly, com o intuito de retomarem suas vidas (sinopse retirada do Google). Susanna e Lisa são diagnosticadas com transtornos de personalidade distintos.
Susanna Kaysen
Susanna apenas descobre o seu diagnóstico quando consegue acessar a sua pasta no consultório psiquiátrico. Como já citado cima, ela foi diagnosticada com Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), presente no DSM-V.
Seu diagnóstico pôde ser confirmado em algumas cenas do filme: durante suas explosões de raiva ou angústia motivadas por impulsos; sua instabilidade nas relações, como nos seus relacionamentos amorosos, que eram curtos e sem apego emocional; sua tentativa de suicídio; oscilação de humor; etc. Conforme o DSM-V, inclusive, tentativa de suicídio consiste em um dos sintomas para o TPB.
A instabilidade de humor de Susanna pôde ser observada durante as oscilações entre euforia, raiva e tristeza da personagem. Quando uma colega se suicida, Susanna se descontrola e desestabiliza, chorando durante toda a cena.
Entretanto, apesar da condição limitante em que Susanna se encontra, ela consegue obter uma melhora com seus próprios esforços e com o apoio de colegas e funcionários da instituição.
Lisa Rowe
Diferentemente de Susanna, Lisa foi diagnosticada como uma pessoa sociopata, o qual é um dos diversos desvios de personalidade incluídos no Transtorno de Personalidade Antissocial (TPAS). Uma das características desse transtorno é a apatia perante os sentimentos alheios. O DSM-V aponta também a recorrência de episódios agressivos (física ou verbalmente) como critério do transtorno.
Durante todo filme, Lisa demonstra seu desprezo/descaso para com todos a sua volta (colegas, funcionários da instituição, etc). Uma das cenas em que isso fica mais perceptível é quando Lisa basicamente serve de gatilho para que uma moça (ex-paciente da instituição) cometa suicídio, após desmoraliza-la verbalmente. Esse episódio acontece na casa da própria ex-paciente, quando Lisa foge do manicômio e se abriga na casa dela. A reação de Lisa perante ao suicídio da moça, por sua vez, foi de indiferença, enquanto Susanna desabava de chorar, como já dito anteriormente. Além dessa cena, houveram muitas outras em que Lisa agiu com frieza ao se relacionar com os outros.
Lisa também mostrou que não era agressiva apenas verbalmente, mas fisicamente também. A cena que explicita isso é quando Lisa foge do manicômio e os funcionários a trazem de volta. Além disso, Lisa também é bastante manipuladora, já que, visando os próprios interesses, ela influencia as pessoas a sua volta a fazerem o que ela quer. Essa característica pôde ser percebida quando Susanna se vê convencida de fugir do manicômio junto de Lisa.
Mais para o final do filme, Susanna recebe alta, mas Lisa procura um meio de manter a colega lá por mais tempo. A maneira encontrada foi de provocar uma crise em Susanna, expondo o seu diário às outras mulheres do manicômio. No diário continha desabafos e ofensas aos pacientes do local. Dessa forma, Lisa lidera várias mulheres para intimidarem Susanna. Nessa cena, Lisa queria humilhar Susanna e, ao mesmo tempo, mantê-la no local, já que ela havia construído um vínculo com a colega, mesmo que abusivo.
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