Análise do filme Garota Interrompida
Por: Larissa Guslen • 5/8/2019 • Resenha • 888 Palavras (4 Páginas) • 1.238 Visualizações
O filme Garota interrompida expõe dois transtornos psicológicos, Borderline e Sociopatia ou Psicopatia. O transtorno Borderline pode ser caracterizado como uma atitude impulsiva sem levar em consideração as consequências, além da sua instabilidade afetiva esse comportamento pode ser classificado como uma forte intolerância à frustração. Em contraponto, o comportamento de um Psicopata ou Sociopata se detém a uma conduta antissocial, de ousadia que revela um caráter de regulação do outro e do ambiente.
A personagem principal, Susanna, apresenta um quadro de personalidade caracterizado pela instabilidade de humor, relacionamentos interpessoais difíceis e uma ideia de si mesma desconstruída. Além disso, apresenta uma dificuldade para regular suas emoções, o que afeta a sua vida nos âmbitos familiar, amoroso e profissional. A sua atitude de tentar o suicídio ao ingerir aspirinas com vodca revelam a sua tendência suicida, a qual reverbera sobre a sua internação em um hospital psiquiátrico a fim de ficar curada.
Assim, de acordo com o que foi apresentado pelo filme no início do tratamento a paciente Borderline é internada de forma voluntária, por meio de uma indicação de seu médico psicanalista. O que fica evidente é que para a época, década de 1960, havia uma influência social perante as internações, ou seja, os indivíduos que possuíam determinados comportamentos transgressores eram isolados em hospitais psiquiátricos para tratamento com o intuito de serem tratados, mas, principalmente, de serem retirados do meio social para não causarem perplexidade a uma família socialmente bem vista.
De acordo com Tinoco (2010), o comportamento de um Borderline pode ser caracterizado por alguns aspectos como atitudes impulsivas, drogadicção, alcoolismo, autoagressão, promiscuidade, bulimia, sintomas de depressão, raiva, ansiedade, desespero, sentimento de abandono, necessitando do outro em tempo integral, o que gera dependência constante. Assim, esses indivíduos fantasiam de modo excessivo com o intuito de fugirem de sua infância ou adolescência traumáticas, utilizam-se de mecanismos de defesa para dominar pressões internas e do meio externo, possuem carência das funções essenciais do ego que surgem a partir de traumas de abandono e relações patológicas.
A personagem do filme começou o tratamento após entrar em contato com a morte como ela mesma diz quando relata o quanto é mais difícil vê-la de perto do que apenas falar sobre ela. Essa mudança de pensamento ocorreu quando ela que sua ex-paciente da clínica, Daisy, havia se suicidado por não ter aguentado o peso da realidade.
Sussana, portanto, apresenta comportamentos limítrofes, ou seja, está sempre na fronteira de suas ações o que gera uma grande instabilidade. Como relata quando vai ao hospital diz sentir seus ossos das mãos quebrados o que denota a sua vontade, comprovada também pelo fato de cometer suicídio, o quanto deseja cessar o seu sofrimento e a dor interna por meio de sensações corpóreas.
Em contraponto a personagem representada pela Sociopata, Lisa, possui um carisma e convence a todos por meio da sua persuasão diante dos seus desejos. Para ela não há uma delimitação do que é seu e do outro, embora pareça preocupada com aqueles que estão próximos a ela seu interesse consiste em fazer o melhor para si mesma. Lisa consegue fugir da clínica várias vezes e sempre que retorna manipula suas colegas com o intuito de conseguir algo para si, ademais,
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