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As Diferenças Farmacocinéticas Entre Humanos e Animais

Por:   •  20/9/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  764 Palavras (4 Páginas)  •  578 Visualizações

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Diferenças Farmacocinéticas Entre Humanos e Animais

Considerando a absorção de medicamentos pela via oral, embora o pH do estômago de carnívoros e do homem possa não variar muito, a biodisponibilidade de um fármaco poderá ser bastante diferente. Isto ocorre porque como o intestino delgado é o principal local de absorção de medicamentos e sendo este órgão, proporcionalmente, 30% menor no cão e gato, supõe-se que a absorção das substâncias deverá, em algumas situações, ocorrer mais lentamente nos carnívoros.


 Particularmente em relação à administração oral de medicamentos para as aves, é importante lembrar que existem significantes diferenças no trato gastrintestinal destes, tais como o papo, que poderá promover a retenção de medicamentos, retardando a biodisponibilidade do mesmo. Além disto, este local tem características próprias de pH e flora, os quais irão interferir sobremaneira na absorção do fármaco. Além disto, os intestinos das aves apresentam uma microbiota exuberante, o que poderá promover a inativação de substâncias (por hidrólise ou redução).

Estima-se que mais de 50% dos fármacos são biotransformados primeiramente pelo citocromo P450 (CYP 450). O CYP 450 é uma família de enzimas que realiza reações de biotransformação de xenobióticos classificadas como reações de Fase I, processos de oxidação, redução e hidrólise. A nomenclatura para classificação da superfamília CYP 450 foi desenvolvida com base na sequência de aminoácidos de cada isoforma, independente da reação catalisada pela enzima e dessa forma isoformas com mais de 40% de homologia na sequência gênica, pertencem à mesma família (exemplo: CYP 1, CYP 2, CYP 3) e as isoformas com mais de 60% de homologia na sequência são classificadas como pertencentes a mesma subfamília (exemplo: CYP 2A, CYP 2B). Para cada enzima da subfamília, são atribuídos números para identificar idetificação (exemplo: CYP 2A1, CYP 2A2). Em humanos as isoformas do CYP 450 são as responsáveis por 90% do metabolismo dos fármacos atualmente no mercado, destacando-se as subfamílias 3A4, 2D6, 2C9, 2C19, 2E1 e 1A2. Em outras espécies animais, entretanto, não são observadas as mesmas enzimas predominando na biotransformação de fármacos. Em ratos, por exemplo, as enzimas participantes em maior extensão pertencem as subfamílias 1A1, 1A2, 2A1, 2B1, 2B2, 2C11, 2D1, 2E1 e 3A1, já em cães, as enzimas CYP1A, 2B11, 2C21, 2D e 3A12 representam a maior contribuição. Pode-se observar que a enzima em comum entre humanos, ratos e cães, pertence à família CYP1A, entretanto sua contribuição no metabolismo humano não é majoritária.

A biotransformação consiste na transformação química do medicamento, visando favorecer a sua eliminação. Ocorre em duas fases: na fase I, haverá a conversão do medicamento original para um metabólito mais polar, por processos como oxidação, redução, hidrólise, etc; a fase II será aquela na qual este metabólito se liga a um determinado agente conjugante como o ácido glicurônico, cisteína, sulfato, tiossulfato, entre outros. 

 Considerando as diferentes espécies animais, pode haver grande diferença no tempo para que ocorra a fase I, pois embora as enzimas responsáveis por este processo sejam semelhantes entre as espécies, há disparidade na concentração das mesmas; portanto haverá diferenças na extensão e velocidade em que ocorrerão estas reações. Por outro lado, as reações de fase II diferem substancialmente entre as espécies, sendo que estas reações podem ser deficientes ou ausentes em certas espécies animais. Um exemplo disto é o uso do acetaminofeno (paraminofenol ou paracetamol) em felinos. Este analgésico-antitérmico sofre a biotransformação, pelas enzimas denominadas de oxidases de função mista, sendo o produto conjugado principalmente com o ácido glicurônico. Como os felinos têm deficiência da enzima glicuroniltransferase, o acetaminofeno passa, então, a sofrer a biotransformação apenas pelas oxidases de função mista, sendo o metabólito produzido nesta reação extremamente tóxico.

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