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Animais e outros agentes sobre os modos de identificação e relação entre humanos e não-humanos

Por:   •  14/11/2018  •  Resenha  •  529 Palavras (3 Páginas)  •  364 Visualizações

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

DISCIPLINA: ANTROPOLOGIA E EDUCAÇÃO

PROF. ALESSANDRO OLIVEIRA

GRADUANDA: YASMIN FERREIRA GALDINO

Resenha. Texto: SEGATA, Jean. Pessoas, coisas, animais e outros agentes sobre os modos de identificação e relação entre humanos e não-humanos. Revista Caminhos. Rio do Sul, 2011. Documentário: O Homem Urso. Direção: Werner Herzog. Estados Unidos, 2005.

A relação entre seres humanos e animais não-humanos pode ser perigosa, mas não impossível. Timothy e Jean Segata provaram, de formas diferentes, que os animais não se diferenciam de maneira extrema dos seres humanos.

Mesmo que Timothy tenha chegado a um estado crítico de insanidade mental durante a experiência, ele tinha consciência do que fazia e por que fazia. Era notável, durante o documentário, seus conhecimentos sobre os ursos e suas aplicações. Timothy zelava pela proteção dos ursos, ao ponto de afirmar, em vida, que morreria por eles. Durante 13 verões, ele sobreviveu entre os ursos, isso é a prova de que eles não o teriam matado se não estivessem presenciando um estado crítico de fome, onde eles se alimentavam até mesmo de seus próprios filhotes para sobreviver. Mais do que apenas proteger os ursos da caça, era necessário ter consciência de que a quantidade de peixes do rio onde eles se alimentavam estava escassa. É errado afirmar que ursos são criaturas inofensivas, como Timothy acreditava, mas também é errado afirmar que eles são criaturas cruéis e selvagens. A definição de selvagem pode variar dependendo do contexto. É necessário ressaltar que, em situações extremas, até mesmo os seres humanos praticariam o canibalismo para sobreviverem. É compreensível a ação dos ursos, não somente pelo fato da fome ser algo comum entre eles, mas também pelo fato de proteção ao próprio território. Timothy, mesmo com boas intenções, havia invadido o território deles, e independente da espécie, a invasão de território pode e deve ser considerada uma ameaça.

De acordo com Jean Segata, o que diferencia o ser humano do animal não-humano são 3 fatores: a linguagem, a razão e a consciência moral. Porém, concordo com Segata quando ele afirma que, pelo fato de não compreendermos ao todo os animais, acreditamos que eles são extremamente diferentes de nós, e nos esquecemos que também somos animais. Plantas e golfinhos, por exemplo, podem se comunicar entre si; elefantes ficam de luto quando algum ser querido chega a falecer; corvos possuem a capacidade de aprendizagem de uma criança de 7 anos. Acaso os exemplos anteriores não seriam exemplos de consciência moral, linguagem e razão entre animais? Acredito na selvageria humana, e acredito principalmente, que o que nos difere dos animais não é nenhum dos fatores anteriormente citados, mas sim o fato de que a selvageria humana se oculta dos demais seres humanos. Por exemplo, um leão, quando mata, não faz questão de esconder o cadáver dos outros leões. Porém, quando nós, humanos, matamos, nos asseguramos de que os demais seres humanos não vejam, e principalmente, se alimentem da carne sem nem ao menos refletir sobre o fato de que o alimento que comem já foi uma vida.

Os relatos de Timothy e Segata foram de suma importância para as pesquisas de biologia, já que, agora, podemos ver com outros olhos a conduta animal e como nos parecemos com eles.

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