Um Resumo de Anatomia
Por: renatamferraz • 15/5/2017 • Resenha • 1.596 Palavras (7 Páginas) • 612 Visualizações
Desde a pré-história existem alguns conhecimentos sobre a anatomia, a partir de artefatos e inscrições, como pinturas em paredes. Na época existia uma técnica de perfuração do crânio, que o objetivo era expulsar demônios e maus espíritos e que hoje em dia objetiva efeitos terapêuticos. Aponta-se também para as contribuições de Aristóteles (384-322 a.C.) que se constituíram em ferramentas importantes para o posterior desenvolvimento do conhecimento anatômico. É atribuída ao filósofo grego a criação da Anatomia Comparada. A maior escola científica da antiguidade clássica foi a escola de Alexandria, sediada no Egito, e foi o lugar onde a anatomia foi classificada pela primeira vez como disciplina. Herófilo foi quem reconheceu o cérebro como órgão central do sistema nervoso e o considerou como sede da inteligência e dividiu os nervos em motores e sensitivos.
Galeno foi quem transpôs os conhecimentos sobre anatomia animal para a anatomia humana. Segundo seus registros, as primeiras dissecações públicas de animais e corpos humanos teriam sido realizadas por Herófilo de Calcedônia e por Erasístrato nessa escola. Além deles, os anatomistas do período que se tem conhecimento, são Rufo de Éfeso, Sorano de Éfeso, Marino de Tiro, seu discípulo Quinto, Numisiano, Sátiro, Pélops e Lico, o Macedônio.
Galeno era considerado o ‘’príncipe dos médicos’’ e sua filosofia anatômica era descritiva, de modo que tentou justificar a forma e a estrutura de todos os órgãos em relação as funções que ele achava que possuiam. Através dos seus estudos, é possível apontar para o estudo do esqueleto humano, do sistema muscular, além de uma descrição do funcionamento do sistema circulatório.
O período entre a morte de Galeno e a primeira tradução de uma obra de material médico no século XI na Itália, foi chamado de a “Idade das Trevas” da Anatomia.
No século XX as universidades aumentaram com o intuito de atender a busca do conhecimento dos comerciantes. Os estudos eram traduzidos do árabe e anatomia ainda não possuía estudo prático. A primeira dissecação pública que se tem conhecimento só ocorreu no século XIV. Mondino de Luzzi, um estudante da universidade de Bolonha, foi considerado o ‘’restaurador’’ da anatomia pois publicou um trabalho sobre a prática da dissecação e foi o primeiro a utilizar cadáveres para estudo.
Depois disso os cadáveres começaram a ser usados para estudo, de forma semelhante a atualidade. Outra semelhança entre o ensino do anatomista italiano e o ensino atual de Anatomia é a presença do ostensor (monitor) e demonstrator ou incisore (técnico). O papel dos alunos era observar ao redor do cadáver. Esse reunião de pessoas com o cadáver e os instrumentos, cada um com um papel a cumprir, iniciou o ensino num lugar específico, que hoje em dia são os laboratórios.
Naquele época ainda não se conheciam as substâncias conservantes, ocorrendo assim o rápido procedimento da dissecação, que deveria ser realizada sobretudo no inverno. As técnicas mais utilizadas por Mondino e seus contemporâneos foram a dissecação a fresco; a maceração e, também, preparações secas ao sol. Iniciou-se o movimento humanista que contribuiu para a recuperação das obras clássicas de Aristóteles, Hipócrates e Galeno, que começaram a ser traduzidas dos originais em grego. Leonardo da Vinci proporcionou a realização de ilustrações acerca do corpo humano que foram expressões antecipadas do movimento renascentista do século XVI. Leonardo utilizou pela primeira vez o termo “demonstração” e foi considerado um dos maiores anatomistas de todos os tempos. Suas descobertas eram originais para a época, mas não contribuíram muito com o estágio mais avançado da disciplina anatômico.
O humanismo foi um movimento filosófico surgido em Florença, no século XIV, que buscou recuperar as produções clássicas. Destacam-se também Michelângelo, Raphael, Lucca Signorelli e Albrecht Dürer. No século XV, destacou-se ainda Antonio Benivien, pioneiro no uso da necropsia. O século XVI se destacou devido a obra do anatomista Andreas Vesalius que revelou-se defensor da técnica da dissecação, que considerava como a única forma de se conhecer realmente o corpo humano. O objetivo dos estudos apresentados em seu pequeno tratado era estabelecer, através de estudos comparativos, a causa mortis dos cadáveres. Foi um dos precursores da Anatomia Patológica. Ele, também, dissecava animais, retomando a prática da Anatomia Comparada, cuja tradição remontava a Galeno. Entretanto a dissecação de animais não visava a compreensão da anatomia humana e sim a sua distinção.
No final do século XVIII, a Anatomia Descritiva já tinha investigado, identificado e descrito grande parte das estruturas corporais humanas cedendo lugar à Anatomia Topográfica. Foi também o período de surgimento da Anatomia Patológica, inaugurada por Morgagni, e do ressurgimento da Anatomia comparada, representada por Albrecht von Haller, John Hunter e Georges Cuvier, que propunham uma Anatomia Funcional que professava que “no coração desta doutrina estava a noção de que se deve examinar as partes do corpo como anatomista mas entendê-las como um fisiologista’’.
Na Anatomia Patológica, destacou-se a figura de Giovanni Battista Morgagni, que foi o primeiro a estabelecer relações entre os órgãos humanos e os sintomas das doenças, através da realização de aproximadamente setecentas necropsias. Dentre suas contribuições, destaca-se a importância do diagnóstico e do prognóstico no exercício da medicina. O desenvolvimento científico do século XIX procurou destacar a dimensão ativa do homem no ato de conhecer. Destaca-se nesse período o surgimento de novas técnicas de medição e aferição que fizeram do século XIX o século da instrumentalização da biologia e da medicina. Não se tratava de novas estruturas corporais a serem identificadas e descritas, mas, de novas formas de visualização do interior do corpo.
Em 1816, René Théophile Hyacinthe Laënnec inventou o estetoscópio, permitindo a ausculta pulmonar. Em 1830, o microscópio foi aperfeiçoado através da correção de distorções, o que comportou avanços na histologia, enquanto a microscopia avançada permitiu o desenvolvimento da citologia por Rudolf Virchow e da bacteriologia por Louis Pasteur e Robert Koch. Em
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