A Nutrição e Hábitos do Peixe Dourado
Por: V.lombardi • 26/6/2022 • Trabalho acadêmico • 1.134 Palavras (5 Páginas) • 182 Visualizações
De nome científico Salminus sp, mais conhecido como Dourado, sendo do gênero Salminus que são gêneros de peixes sul-americanos de água doce, nativo do Brasil, e espécie S. brasiliensis. Existe três espécies do gênero Salminus, S. affinis (nativo das bacias dos rios Magdalena na Colômbia, onde é conhecida por dourada ou rubia), S. hilarii (nativo das bacias do Alto Rio Paraná, São Francisco, Tocantins e Alto Amazonas, sendo conhecido por tabarana) e S. brasiliensis (com ampla distribuição geográfica, sendo encontrada nas bacias dos rios Paraná, Paraguai, Uruguai, São Francisco, Alto rio Chaparé e Mamoré, e nas bacias ligadas a Lagoa dos Patos, onde é conhecida por dourado, sendo a espécie com maior potencial para piscicultura). Tem corpo lateralmente deprimido, com escamas douradas que possuem risco preto no meio o que forma linhas longitudinais da cabeça até a cauda, possui cabeça grande, nadadeira anal longa (onde os machos possuem espinhos).
Por apresentar fenda bucal ampla, cavidade bucal larga e aparelho dentário faringiano com espessura reduzida, acaba favorecendo a ingestão de presas grandes. Os dentes pontiagudos do dourado, são dispostos na maxila (ossos pré-maxilares e maxilares), na mandíbula (ossos dentários) e possuem dentículos pontiagudos e placas dentígeras na faringe. Seus dentes apenas penetram na presa e previnem o seu escape, assim como os rastros branquiais que são pequenos, fortes, espaçados e pontiagudos, não apresentando função filtradora, apenas evita fuga das presas durante a deglutição. Nessa espécie, o esôfago é um órgão tubular e musculoso, tendo a mucosa bastante desenvolvida e com numerosas e espessas pregas longitudinais que auxiliam na distensão do órgão e trânsito do alimento. O estomago cecal (similar a um saco, em forma de Y e característico de espécies que ingerem seu alimento de uma só vez). Os chamados cecos pilóricos são encontrados em alguns teleósteos, majoritariamente carnívoros e onívoros, constituem projeções digitiformes no início do intestino, que aumentam a área de digestão e absorção de nutrientes e, provavelmente, prolongam o tempo de trânsito do alimento. O número, formato e tamanho dos cecos variam entre espécies e são histologicamente similares ao intestino médio.
O olfato é o primeiro sentido do sistema quimiossensorial a ser desenvolvido na ontogenia (desenvolvimento de um indivíduo desde a concepção até a maturidade), e surge nas primeiras horas de vida dos peixes, sendo observado também em peixes como pintado e pacu. O aparelho olfativo se inicia por um par de fossas nasais, localizadas na parte dorsal da cabeça, cada fossa nasal contém uma câmara ligada ao exterior por duas aberturas (anterior e posterior), que são separadas por uma dobra epitelial e conforme o peixe nada, a água entra pela narina anterior e sai pela posterior. Importante ressaltar que peixes não tem comunicação entre os sistemas olfativo e respiratório.
O Dourado é um peixe reofílico (espécie que migra durante o período de reprodução) de grande porte, machos atingem peso de até 5Kg, e fêmeas de até 26Kg (a espécie apresenta o chamado dimorfismo sexual, por isso exemplares de um metro de comprimento, geralmente são fêmeas). Esta espécie produz larvas nas estações chuvosas e quentes do ano, que é quando são encontrados alimentos em abundância o que permite um rápido crescimento da prole. Observando a anatomia do peixe e fazendo uma análise do conteúdo gástrico é possível ter informações importantes que ajudam determinar o hábito alimentar de uma espécie, seu comportamento, hábitat e a disponibilidade de alimento no ambiente. O aparelho digestivo está constituído de uma boca relativamente grande, dentes caninos numerosos e resistentes, seu estômago é grande e flácido, sendo facilmente dilatável, possui intestino curto o que acaba fazendo com que o animal tenha uma digestão rápida e esvaziando o tubo digestivo pouco tempo depois de ter ingerido alimentos.
É uma espécie com desova anual total, possui ovos semidensos, não tendo cuidado parental. São peixes solitários durante maior parte do ano, fazem migrações ascendentes durante o período reprodutivo, quando normalmente são encontrados em cardumes. Por ser uma espécie migratória, quando sua criação ocorre em cativeiro não possui desova natural, por isso existem técnicas apropriadas de indução hormonal que fazem com que ocorra a ovulação, liberação do esperma e por fim, a desova (que em ambiente natural é alcançado apenas pena piracema). Tem preferências por ambientes de corredeiras, onde os níveis de oxigênio
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