Peixe Elétrico

Dentro e fora das células encontramos inúmeros íons, negativos e positivos. Serão esses íons que irão gerar a diferença de potencial necessária entre o meio intracelular (origem Hidrelétricas e peixes elétricos: produzindo energia.

Perigo!!! Alta tensão!

Frequentemente, encontramos esse aviso próximo a torres de alta tensão das companhias elétricas das cidades. Essas torres recebem a energia elétrica, produzida principalmente nas hidrelétricas e transportada até as torres através de correntes elétricas, para depois redistribui-la por toda a cidade.

Mas não são apenas os geradores das hidrelétricas, construídos pelo homem que possuem a capacidade de produzir e transportar energia elétrica. Na natureza encontramos exemplos curiosos de fenômenos físicos e biológicos que produzem energia elétrica. Entre os fenômenos físicos podemos citar os raios e entre os exemplos biológicos encontramos os peixes elétricos.

Figura das eletroplacas

Desde a antiguidade esses peixes são conhecidos e temidos por provocarem choques muito doloridos em quem tentasse apanhá-los ou apenas se aproximasse dos mesmos dentro da água. No século XVIII provou-se que estes animais eram capazes de produzir correntes elétricas.

Esses animais conseguem produzir corrente elétrica através de órgãos especiais, formados por um conjunto de células musculares modificadas, que perderam a capacidade de contração e se especializaram na produção dessas correntes.

Essas células, chamadas de eletroplacas, possuem a forma de um disco e encontram-se dispostas umas sobre as outras formando uma coluna.

Cada célula será responsável pela geração de uma pequena quantidade de corrente elétrica. A corrente elétrica final será o resultado da soma das correntes elétricas produzidas por todas as eletroplacas existentes. Quanto maior a quantidade de eletroplacas, maior será a corrente elétrica produzida pelo animal!

Só para ter uma ideia da quantidade de energia elétrica produzida por um peixe elétrico, basta saber que podemos encontrar em um único peixe cerca de 70 colunas e que cada coluna possui cerca de 10.000 eletroplacas. É só fazer a conta!

Como é que pode, célula que produz corrente elétrica?

A capacidade de produção de correntes elétricas não é exclusiva das eletroplacas dos peixes elétricos. Na verdade, outras células do nosso corpo também conseguem produzir correntes elétricas, só que de forma muito reduzida quando comparada às células musculares especializadas dos peixes elétricos. A condição necessária para a produção de uma corrente elétrica é a geração de uma diferença de potencial elétrico entre a origem da energia elétrica e o seu destino final.

da energia elétrica) e o meio extracelular (destino final) e isso só ocorrerá devido a propriedades da membrana plasmática das células.

Animação da produção da diferença de potencial

Para entrar ou sair de uma célula, é necessário atravessar essa membrana. Ela é semipermeável, ou seja, nem todas as substâncias, moléculas e íons conseguem atravessá-la. É claro que existem aquelas partículas que possuem passe livre, entram e saem tranquilamente das células. Mas outras, só conseguem entrar ou sair da célula através de “portarias especiais” presentes na membrana.

Essas “portarias” são compostas por algumas proteínas que determinam quem vai passar e em qual quantidade. Podemos pensar nessas proteínas como porteiros celulares, permitindo ou não a entrada das partículas.

Esses "porteiros" são os responsáveis pela geração da diferença de potencial. Eles, após receberem ordens do sistema nervoso central, comandam o movimento das partículas até que uma diferença de cargas elétricas seja estabelecida entre o meio intracelular e extracelular. Com essa diferença de potencial a corrente elétrica é gerada. Quanto maior for essa diferença, maior será a corrente elétrica.

Células musculares comuns e neurônios produzem uma diferença de potencial pequena, suficiente apenas para provocar uma contração ou transmitir informações. As eletroplacas geram uma diferença de potencial muito maior, e consequentemente uma corrente maior. Essa corrente é tão forte que é transmitida para fora do corpo do animal, provocando choques muito doloridos em quem estiver por perto.

Esse potencial elétrico de alguns peixes é utilizado em diversas situações: para defesa contra seus predadores; para caçar suas presas; e até para se comunicarem. O choque provocado pela descarga elétrica de alguns peixes imobiliza os animais, podendo até matá-los.

Os peixes elétricos não sentem a descarga elétrica que produzem devido a inibição de seus receptores sensoriais através de substâncias específicas que produzem.

As vantagens de morar debaixo d’água

A produção de fortes correntes elétricas é muito mais útil para os animais aquáticos. Isso porque a água é um ótimo condutor de eletricidade enquanto o ar, não. Como água conduz eletricidade, a corrente elétrica gerada na água alcança um organismo mesmo que ele esteja a alguns metros de distância.

Figuras de peixes elétricos

No ar isso já não ocorre: para um organismo levar um choque de um peixe elétrico é necessário estar encostado neste animal.

A maioria dos peixes elétricos encontram-se nas águas da África e da América do Sul; entre eles podemos citar: o poraquê da Amazônia, as raias marinhas, alguns bagres e enguias.

Com isso podemos concluir que o mundo da eletricidade não é só humano. Muito antes do homem imaginar que poderia produzir fortes correntes elétricas, esses animais já o faziam, inconscientemente, em busca da sobrevivência.

Efeitos da Eletricidade no Corpo Humano

Ao passar pelo corpo humano a corrente elétrica danifica os tecidos e lesa os tecidos nervosos e cerebral, provoca coágulos nos vasos sanguineos e pode paralisas a respiração e os músculos cardíacos.A corrente ele'trica pode matar imediatamente ou pode colocar a pessoa inconsciente, a corente faz os músculos