As Pragas na Cana-de-açúcar
Por: Diego Peres • 12/6/2021 • Trabalho acadêmico • 3.342 Palavras (14 Páginas) • 209 Visualizações
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PRINCIPAIS PRAGAS DA CANA-DE-AÇÚCAR
-Diego Silva Peres, graduando em Agronomia – UFU
Professor:
-Hamilton Kikute, professor do ICIAG - UFU
Uberlândia-MG
Maio/2021
As principais pragas da cana-de -açúcar
A cana-de-açúcar é uma das principais culturas no Brasil, e no que diz respeita a fontes de energia renováveis, apresenta um futuro promisso no cenário mundial. Dentre os fatores que podem provocar perdas na produtividade e qualidade da matéria-prima, as pragas se destacam causando sérios prejuízos, e se não forem bem manejadas podem provocar danos nas lavouras, ou até a perda completa do canavial, sendo assim, necessária a renovação.
A cultura da cana é atacada por cerca de 80 pragas, porém apenas uma pequena parte causa prejuízo a cultura. Os danos dependem da espécie da praga no local, tão como o nível populacional dessa espécie.
As principais pragas da cana-de-açúcar são:
- Broca da cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis);
- Broca gigante (Telchin licus);
- Cigarrinha-das-raízes (Mahanarva fimbriolata);
- Bicudo da cana-de-açúcar (Sphenophorus levis);
- Besouro (Migdolus fryanus);
- Percevejo-castanho (Scaptocoris castanea e Atarsocoris brachiariae);
- Cupins;
- Formigas;
- Nematoides.
As quatro primeiras pragas são as mais importantes e que atualmente trazem maior preocupação aos produtores, por este motivo ganharão maior destaque.
Broca da cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis)
A broca é considerada a principal praga na cultura da cana-de-açúcar e constitui em uma praga de grande importância econômica na maioria dos países em que a cultura é expressiva. Consiste em uma larva de mariposa que se alimenta primeiramente das folhas, e em estágios mais avançados de desenvolvimento, a larga penetra do colmo (bainha) da planta pelas partes mais moles e faz galerias, que podem ser longitudinais ou transversais.
Os danos da larga nas folhas resulta em diminuição da área fotossintética, e a abertura de galerias nos colmos causa perda de peso e morte das gemas, tombamento pelo vento, secamento dos ponteiros (coração morto) e enraizamento aéreo. Os danos indiretos podem ser causados por fungos que penetram nos orifícios do colmo, um exemplo é a podridão vermelha do colmo causada pelo fungo Colletotrichum falcatum e Fusarium moniliforme, que causam a inversão da sacarose que diminui a pureza do caldo.
Figura 1 - Sintomas de podridão. Figura 2 - Sintomas de enraizamento aéreo.[pic 3]
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Fonte: Heraldo Negri Fonte: Heraldo Negri
Para saber quando deve-se entrar com métodos de controle se utiliza o índice de infestação (IF). O índice de infestação é obtido através da relação entre número de internódios atacados vezes 100, por número total de internódios. O controle é indicado quando a relação de IF é superior a 3%.
A broca pode ser controlada através do controle cultural, que consiste na utilização de variedades tolerantes ou resistentes, corte de cana de desponte, moagem rápida após o corte e eliminação de plantas hospedeiras. Também é utilizado o controle químico com pulverização de triflumuron, lufenuron ou fipronil, direcionada para a região do palmito.
O manejo por métodos convencionais apresenta dificuldades econômicas e/ou técnicas na maioria das vezes. Contudo, o controle biológico dessa praga consiste em um dos mais bem sucedidos existentes no mundo, no qual se utiliza a vespa Apanteles flavipes = Cotesia flavipes (Hymenoptera, Braconidae) como o agente de controle principal da D. saccharalis no Brasil.
Os insetos parasitoides atacam os avós da mariposa ou mesmo as lagartas.
Armadinha são usadas para fazer o monitoramento da praga. Usam-se fêmeas virgem com 48 horas de idade ou feromônios.
Figure 3 - Adulto de Cotesia flavipes atacando uma lagarta.
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Fonte: Heraldo Negri
Broca-gigante (Telchin licus)
A presença da broca gigante da cana-de açúcar Telchin licus (Lepidoptera: Castniidae) limita a produção das lavouras podendo causar de 20 a 60% de perdas, dependendo do nível de infestação. As maiores incidências dessa praga são registradas na região Centro-Sul e Nordeste. O adulto da praga é uma borboleta de coloração preta com faixas transversais brancas nas asas, que na região Nordeste, consumam fazer a deposição de ovos durante o verão em touceiras velhas, caules cortados e no meio de detritos.
Figure 4 - Larva da broca-gigante.
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Fonte: Embrapa, 2015.
Durante o seu desenvolvimento a larva da broca-gigante penetra no colmo da planta, causando galerias verticais, o que resulta na destruição completa do colmo por causa do tamanho, reduz o poder germinativo, provoca secamento dos ponteiros, também chamado de “coração morto” e permite a entrada de fungos pelos ferimentos causados, podendo vir a causar podridões.
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Figure 5 - Diferenciação entre uma galeria da broca-comum Diatraea sp. (à esquerda) e uma da broca-gigante (ao centro). Fonte: Embrapa, 2015.
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