A DOENÇA DO MILHO
Por: 26jucineiapenha • 15/9/2017 • Trabalho acadêmico • 13.034 Palavras (53 Páginas) • 449 Visualizações
Curso de Atualização à Distância
Tecnologia da Produção de Milho
PRINCIPAIS DOENÇAS
DO MILHO
Balsas-MA
2015
PRINCIPAIS DOENÇAS DO MILHO
I. INTRODUÇÃO
O milho (Zea mays L.) apesar de ser considerada uma planta bastante tolerante à ação dos agentes de estresse, seja de natureza abiótica (clima) ou de natureza biótica (organismos vivos), recentemente tem manifestado significativa vulnerabilidade à incidência de patógenos.
Ademais, em função da extrema diversidade de sistemas de produção imposta a essa cultura no Brasil, aliado ao seu cultivo sucessivo (ausência de rotação de culturas), desrespeito às épocas adequadas de semeadura em diversas regiões produtoras e recomendações equivocadas de genótipos, dentre outros fatores, têm contribuído para o aumento e a disseminação de patógenos em sua lavoura.
Ainda, tem-se observado que essa mudança repentina de estratégias objetivando, puramente, o incremento acentuado de rendimento, aliado ao uso indiscriminado de defensivos, pode estar provocando o rompimento do equilíbrio natural regulado pela disponibilidade de alimentos e pelas relações presa-predador (patógeno-antagonista). Esse fato implica na necessidade da utilização premente de medidas integradas de controle, visando a manutenção dos agentes bióticos nocivos à cultura, em número e intensidade inferiores ao nível de dano econômico por eles provocados.
II. ENDEMIA, EPIDEMIA E EPIDEMIOLOGIA
A conceituação genérica de doença é relacionada ao complexo de alterações funcionais e morfológicas de caráter evolutivo que se manifesta no organismo submetido à ação de causas ou agentes de natureza diversa, contra os quais reage prontamente.
No âmbito agronômico, a ocorrência de doenças representa relevante fator de redução de rendimento e lucratividade das culturas, principalmente quando consideradas algumas espécies caracterizadas por extrema susceptibilidade a um significativo número de agentes patogênicos.
Figura 1. Interação de processos epidemiológicos (esquema geral adaptado de Vale, citado por Azevedo, 1998).
Ainda, quanto ao aspecto conceitual faz-se necessário enfatizar a diferenciação entre endemia, epidemia e epidemiologia. Assim, o vocábulo Endemia relaciona-se à consideração de uma determinada doença com ocorrência freqüente em uma mesma área geográfica. Por outro lado, Epidemia refere-se ao desenvolvimento de doenças em intensidade e/ou extensão, implicando na possibilidade do aumento do distúrbio, tanto na população como na área considerada. Contudo, Epidemiologia refere-se ao ramo da ciência que estuda a influência dos fatores relacionados à ocorrência e à velocidade de evolução de doenças, a interação entre patógenos e hospedeiros, bem como a proposição de soluções objetivando a manutenção desses patógenos, e das doenças por eles provocadas, abaixo dos níveis econômicos de danos.
A ocorrência de uma doença é função da interação de três fatores básicos, a saber: a) planta ou hospedeiro susceptível; b) patógenos específicos; e c) ambiente favorável à sua manifestação.
Ressalta-se que uma dada doença se estabelecerá com maior facilidade, se a planta (hospedeiro) estiver submetida a estresse de qualquer natureza (principalmente térmico, hídrico ou nutricional), se ocorrer acentuada população de patógenos virulentos na área e se as condições climáticas forem específicas para a epifilia considerada. A ausência ou o enfraquecimento de algum desses fatores apontados resultará na impossibilidade de manifestação da doença ou na redução drástica da intensidade de sua ocorrência.
Desta feita, o emprego de sistemas de produção racionais e adequados à região e à época consideradas, bem como o manejo correto de plantas poderão contribuir para o maior grau de tolerância de distintos genótipos às diferentes doenças, resultando na garantia de rendimentos satisfatórios e lucrativos.
III. DOENÇAS: ASPECTOS ECOLÓGICOS
Os ecossistemas apresentam-se, naturalmente, em estado de equilíbrio dinâmico, sobretudo sob o ponto de vista biológico, o que lhe confere acentuada complexidade e, conseqüentemente, elevado grau de estabilidade (significativa capacidade homeostática).
Assim, os organismos que se desenvolvem nesse ambiente natural possuem satisfatória estrutura de resistência às mudanças, pois somente aqueles bem adaptados e competitivos, são capazes de encontrar um nicho ecológico para se estabelecer. Ainda, para manter a posse de seu território necessitam integrar suas populações, necessidades alimentares e atividades diversas aos demais componentes do ecossistema, resultando em intrincadas relações de interação.
O processo produtivo (agricultura) provoca o rompimento desse estado de equilíbrio, devido ao fato de beneficiar (ou privilegiar) apenas determinadas populações (espécies cultivadas), provocando conseqüente perda da estabilidade biológica do ecossistema. Por esse motivo, aquela complexa comunidade anteriormente mencionada é abruptamente substituída por uma quantidade reduzida de espécies, objetivando a produção de alimentos, energia e bens de sobrevivência. Esse sistema modificado pelo homem para o desenvolvimento da agricultura é denominado de agroecossistema (Fancelli, 1986).
Assim, a artificialidade e a simplificação biológica da exploração agrícola inerentes aos agroecossistemas ocasionam acentuado desequilíbrio, que culmina em grandes epifilias, exatamente pela pressão de seleção exercida sobre determinados organismos, que evoluem para a especialização patogênica de espécies cultivadas (predominantes) como forma de sobrevivência.
O reconhecimento da fragilidade dos agroecossistemas, o emprego de técnicas e tecnologias apropriadas e energeticamente aceitáveis, bem como o desenvolvimento de atividades agrícolas fundamentadas em princípios científicos, tornam-se imperiosos para a consolidação de uma agricultura racional, lucrativa e sustentável (Fancelli, 1986).
IV. MÉTODOS GERAIS DE CONTROLE
Os principais métodos de manejo ou controle
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