A EFICIÊNCIA DE DIFERENTES INSETICIDAS NO CONTROLE DE PERCEVEJO
Por: Ivanfontan • 18/10/2015 • Artigo • 1.978 Palavras (8 Páginas) • 407 Visualizações
Área de Concentração: 2 - Entomologia
AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE DIFERENTES INSETICIDAS NO CONTROLE DE Thaumastocoris peregrinus Carpintero & Dellapé (Hemiptera: Thaumastocoridae)
Ivan da Costa Ilhéu Fontan1; Marlon Michel Antônio Moreira Neto2; Sharlles Christian Moreira Dias3
1 Engenheiro florestal, MSc. Ciências Florestais, Professor IFES, Ibatiba/ES (ivanfontan.florestal@gmail.com);
2 Técnico agrícola e florestal, Técnico Dep. P&D Plantar S/A, Curvelo/MG (marlon.moreira@plantar.com.br);
3 Engenheiro florestal, MSc. Solos e Nutrição de Plantas, Especialista Dep. P&D Plantar S/A, Curvelo/MG (sharlles.dias@plantar.com.br).
Apresentado no III Congresso Brasileiro de Eucalipto – 02 a 04 de setembro de 2015, Vitória/ES.
Resumo: O percevejo bronzeado do eucalipto, Thaumastocoris peregrinus (Hemiptera: Thaumastocoridae) Carpintero & Dellapé 2006, é um inseto picador-sugador nativo da Austrália, que se tornou uma importante praga invasora em plantios de Eucalyptus estabelecidos em diversas partes do mundo. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a eficiência agronômica de diversos produtos inseticidas à disposição no mercado brasileiro no controle de T. peregrinus, de modo a contribuir para o manejo integrado deste inseto-praga em plantios de Eucalyptus. O estudo foi conduzido em um plantio clonal de 1,5 anos (híbrido de Eucalyptus urophylla) susceptível ao T. peregrinus, no município de Felixlândia, Minas Gerais. Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado (DIC), com três repetições e 5 tratamentos, sendo quatro produtos inseticidas, e uma testemunha sem intervenção. As aplicações foram realizadas com atomizador terrestre tipo “jatão” calibrado para pulverizar 250 litros de calda por hectare. Ao final do experimento todos os produtos testados proporcionaram um nível de controle do Thaumastocoris peregrinus satisfatório, com destaque para os tratamentos T 4 (Tiametoxam) e T 5 (Deltametrina), que promoveram uma redução da população da praga superior a 50% em apenas 2 dias após as aplicações. Apesar disto não podemos deixar de registrar que os resultados das primeiras avaliações possivelmente foram mais influenciados pela quantidade inicial da população da praga e pela cobertura das aplicações do que propriamente pela eficiência inseticida dos diferentes produtos, e por isso, novas avaliações devem ser realizadas para que as recomendações de controle sejam melhor embasadas e justificadas.
Palavras-chaves: manejo de pragas, percevejo bronzeado, eucalipto.
Introdução
O percevejo bronzeado do eucalipto, Thaumastocoris peregrinus (Hemiptera: Thaumastocoridae) Carpintero & Dellapé 2006, é um inseto picador-sugador nativo da Austrália, que se tornou uma importante praga invasora em plantios de Eucalyptus estabelecidos em diversas partes do mundo. Seu primeiro relato fora da Austrália foi registrado no ano de 2005 na África do Sul (JACOBS & NESER, 2005) e desde então suas populações têm crescido de forma explosiva e alcançado ampla distribuição na América do Sul e, mais recentemente, na Europa (CARPINTERO & DELLAPE, 2006; MARTÍNEZ & BIANCHI, 2010; WILCKEN et al, 2010; IDE et al, 2011; LAUDONIA & SASSO, 2012; SANTANDINO et al., 2013).
T. peregrinus possui o corpo achatado, medindo aproximadamente 3 mm de comprimento quando adultos, e devido ao seu hábito alimentar sugador, perfura folhas e ramos finos das plantas hospedeiras para se alimentar da seiva, ocasionando alteração na coloração natural da copa, seu ressecamento e posterior desfolha, levando à prejuízos significativos ao crescimento das plantas, podendo leva-las até a morte (NOACK & ROSE, 2007; WILCKEN et al, 2010; GARLET et al., 2012; PEREIRA et al., 2013).
Em plantios de Eucalyptus no Brasil, este inseto tem demostrado que as condições ideais para seu desenvolvimento e reprodução estão associadas às altas temperaturas, e em especial a reduzidos índices de umidade relativa do ar, que juntos proporcionam os maiores picos populacionais da praga em diversas regiões do país (GARLET et al., 2012; FONTAN, MOREIRA NETO & FERNANDES, 2013).
A introdução de insetos-praga exóticos numa determinada região causa num primeiro momento prejuízos econômicos expressivos à cultura atacada, especialmente por não existirem no ambiente os agentes de controle natural e/ou biológico, e por não serem conhecidos os melhores métodos de monitoramento o controle destes organismos. Com o passar do tempo há uma tendência de aumento dos agentes de controle natural, além é claro de maior disponibilidade de informações acerca das melhores práticas de manejo destas pragas exóticas.
Nos locais onde o T. peregrinus tem sido introduzido há a necessidade de se gerar e disponibilizar informações que auxiliem no manejo deste inseto-praga, de modo a reduzir os prejuízos econômicos e garantir a sustentabilidade produtiva e ambiental dos povoamentos de Eucalyptus.
Neste contexto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a eficiência agronômica de diversos produtos inseticidas à disposição no mercado brasileiro no controle de Thaumastocoris peregrinus, de modo a contribuir para o manejo integrado deste inseto-praga em plantios de Eucalyptus.
Material e Métodos
O estudo foi conduzido em um plantio clonal de um híbrido de Eucalyptus urophylla altamente susceptível ao Thaumastocoris peregrinus, estabelecido no espaçamento de 3,5 x 2,6 m no município de Felixlândia, Minas Gerais. Os solos desta região são classificados como LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO distrófico típico (LVAd1), “A moderado”, textura argilosa, fase cerrado, relevo plano e suave ondulado (EMBRAPA, 2006).
Na ocasião de realização do presente estudo o plantio apresentava idade de 1,5 anos, e o experimento foi estabelecido em um delineamento inteiramente casualizado (DIC), com três repetições e 5 tratamentos, sendo quatro produtos inseticidas, e uma testemunha sem qualquer intervenção, conforme descrito na Tabela 1. As aplicações foram realizadas de maneira mecanizada utilizando um atomizador terrestre tipo “jatão” da marca Jacto, calibrado para pulverizar um volume de calda equivalente a 250 litros por hectare.
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