A Intensificação do Uso de Fertilizantes em Pastagens
Por: 71969683104 • 1/9/2020 • Projeto de pesquisa • 1.151 Palavras (5 Páginas) • 250 Visualizações
Intensificação do uso de fertilizantes em
pastagens
No processo de intensificação do uso de fertilizantes em pastagens,
três aspectos devem ser considerados: o nÃvel, a proporção e a velocidade
da intensificação (VILELA et al., 2004). Conforme discutido por esses
autores, tem-se:
NÃvel de intensificação: refere-se à magnitude do uso de recursos
no sistema, que pode variar, consideravelmente, em razão dos objetivos e
das peculiaridades inerentes a cada sistema.
Proporção de intensificação: proporção de área da fazenda
intensificada, normalmente em diferentes nÃveis, uma vez que o nÃvel de
intensificação em uma fazenda de pecuária é dificilmente homogêneo. Em
geral, subsistemas, dispostos espacialmente em uma propriedade, são
implementados com diferentes nÃveis de intensificação, refletindo a maior
aptidão de determinadas áreas da propriedade à intensificação no uso de
recursos (topografia mais plana, solo mais fértil e/ou profundo, proximi￾dade da sede administrativa, facilidade de acesso às máquinas, etc.).
Velocidade de intensificação: reflete a variação da intensidade
de uso de recursos em uma propriedade, considerada como um todo, em
função do tempo. Quanto maior a velocidade de intensificação, maior o
impacto negativo nos fluxos de caixa da propriedade, logo depois do
investimento, até que ele seja pago pelo acréscimo na receita proveniente
da comercialização dos produtos. Assim, a velocidade de intensificação é
limitada, via de regra, pela disponibilidade de capital e pela viabilidade
econômica de nÃveis mais elevados de intensificação.
A decisão por adubar uma área maior com menor quantidade de
fertilizantes seria, provavelmente, a opção escolhida por pecuaristas e
técnicos avessos a riscos (VILELA et al., 2004). Isso acontece porque,
quando se intensifica o sistema, aumentando as taxas de lotação, a
quantidade demandada de forragem torna-se relativamente grande em relação à quantidade de forragem que pode ser mantida na pastagem.
Esse fato determina que o tamponamento de sistemas pastoris, com altas
taxas de lotação, seja menos efetivo quando comparado aos sistemas que
operam com taxas de lotação menores. Desse modo, as variações na
condição da pastagem são aceleradas e amplificadas, gerando rápido
impacto sobre o desempenho animal e aumentando, conseqüentemente,
o risco de produção. Por essas razões, sistemas pastoris com altas taxas
de lotação exigem monitoramento mais constante e respostas mais ágeis
e precisas em relação às variações relacionadas ao estado da pastagem
(BARIONI; MARTHA JÚNIOR, 2003).
A estratégia de adubação de pastagens, pautada no menor nÃvel e
na maior proporção de área intensificada, também seria mais indicada por
um prisma ambiental. Essa assertiva encontra suporte no fato de que
sistemas de produção animal, com elevado uso de insumos, estão, via de
regra, associados à maior concentração de animais por unidade de área, o
que potencialmente predispõe a alterações nos ciclos de nutrientes no
ecossistema de pastagens.
A decisão pelo nÃvel e pela proporção de se intensificar a adubação
na propriedade ainda depende das metas de lucro almejadas pelo
pecuarista – ou do lucro necessário para custear as despesas –, do
tamanho da propriedade e do custo da terra. Propriedades menores
precisam operar com maior lucro/hectare do que fazendas de grande
porte para obter um dado lucro anual na fazenda. Conforme o lucro
desejado, em propriedades de menor porte ainda é preciso direcionar
esforços para aumentar tanto o nÃvel como a proporção de intensificação
da adubação. Obviamente, propriedades pequenas, com maior nÃvel e
proporção de intensificação, operam com maior risco do que as fazendas
de maior porte, com menor nÃvel e proporção de intensificação, para um
dado nÃvel de lucro. Em relação ao preço da terra, é bem-aceito o fato de
que propriedades localizadas em regiões de maior valor da terra precisam
operar com maior lucro por unidade de área a fim de se manterem
competitivas em relação às alternativas de uso da terra (VILELA et al.,
2004).
Oportuno lembrar que ações voltadas para aumentar a taxa de
lotação, por meio da adubação direta ou da integração lavoura-pecuária,
são mais efetivas em aumentar a escala de produção e a produtividade
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