A Veterinária Nutrição
Por: hadija19 • 19/4/2023 • Trabalho acadêmico • 1.053 Palavras (5 Páginas) • 90 Visualizações
Quando falamos em nutrição animal, estamos nos referindo à ciência que estuda os fenômenos bioquímicos e fisiológicos mediante os quais os alimentos ingeridos pelos animais são digeridos e os produtos de digestão são absorvidos e metabolizados para atender suas exigências de manutenção e produção.
Até o final do século XX, existiam poucas opções do que oferecer aos animais de companhia, que comiam o que os seres humanos comiam. Após o inicio da produção de rações comerciais para animais de estimação, as opções disponíveis continuaram a se expandir a uma velocidade alarmante até compreender a variedade surpreendente de rações e sabores atualmente existentes. A maioria dos proprietários de animais de estimação, atualmente alimentam seus cães com rações comerciais em vez de dietas caseiras. As rações podem ser classificadas de acordo com o seu teor de nutrientes, propósitos de uso, qualidade dos ingredientes e conteúdo de água.
Alimentação de filhotes
A lactação representa o maior teste de adequação nutricional de qualquer regime alimentar. A cadela deve consumir digerir, absorver e utilizar grandes quantidades de nutrientes para produzir leite suficiente e de qualidade adequada para manter o crescimento e o desenvolvimento de vários filhotes. A necessidade de água aumenta durante a gestação, e é de extrema importância durante a lactação. O consumo inadequado de água diminui consideravelmente a quantidade de leite produzido. A cadela lactante deve ter sempre à disposição água fresca.
A fase imediatamente após o nascimento até o desmame é a fase de “definição” do restante da vida do animal, erros alimentares podem influenciar no crescimento e desenvolvimento durante toda vida do animal. As primeiras 48 horas, pós parto, são horas de adaptação intensa dos filhotes com as fêmeas. Um ambiente adequado tanto para fêmeas e crias é necessário para dinamizar esta adaptação. Fatores nutricionais são importantes para estes animais. Neste período é fundamental que a fêmea ofereça o alimento inicial – colostro, que tem como função alimentar e imunizar de forma passiva os filhotes. Após 48 horas, este “leite” perde sua capacidade de imunizar e apenas desenvolve sua função de alimento. A primeira preocupação nutricional é com os recém-nascidos é que eles recebam colostro imediatamente após o nascimento. Colostro é o leite produzido pela mãe durante as primeiras 24 a 72 horas após o parto, fornecendo nutrientes, água, fatores de crescimento, enzimas digestivas e imunoglobulinas (anticorpos) da mãe. Todos eles são importantes para a sobrevivência do recém-nascido. A principal diferença entre o colostro e o leite está no teor de água e na composição dos nutrientes. A manutenção da temperatura corpórea é a segunda preocupação mais importante em relação aos recém-nascidos. Os cães recém-nascidos são incapazes de se termoregularem e devem ser mantidos em um ambiente entre 29,4 a 32,2ºC durante a primeira semana de vida e entre 26,7 a 29,4ºC durante a segunda semana. Se os recém-nascidos não forem mantidos suficientemente aquecidos desenvolvem hipotermia, estes não serão capazes de se alimentar e, se receberem alimentação forçada, serão incapazes de ingerir a ração.
Alimentação e nutrição de cães idosos
O envelhecimento é definido como um processo biológico complexo, que resulta na redução progressiva da capacidade do animal manter a homeostasia sob estresses fisiológicos, aumentando assim sua vulnerabilidade a doenças; desta forma existem muitos fatores, tais como: nutricionais, genéticos e ambientais que podem influenciar a velocidade deste processo e o aparecimento de doenças nestes animais. Durante o processo de envelhecimento vários sistemas orgânicos alteram-se progressivamente de maneira contínua e irreversível, como os sistemas cardiovascular, genital, urinário, hepático, renal, endócrino, musculoesquelético, nervoso, ou seja, fisiologicamente o animal sofre grandes alterações com o processo de envelhecimento. Dentre estas alterações, existem algumas que podem afetar a nutrição levando a maior tendência à obesidade, devido à diminuição do metabolismo; maior dificuldade para sentir o sabor do alimento, fator que causa a diminuição do apetite, redução do olfato, das secreções de saliva, secreções gastrintestinais e enzimáticas, problemas bucais que levam o animal a sentir dor ao mastigar. Os cães podem ser considerados em estado geriátrico assim que atingirem o terço final de sua expectativa de vida, no entanto não se deve categorizar o animal como idoso com base apenas em sua idade, pois cada animal deve ser examinado individualmente, devido suas características próprias. O animal idoso manifesta declínio invariável em seu metabolismo, a redução na taxa metabólica associada à redução gradativa na atividade, diminui a necessidade calórica em cerca de 20%, por isso o estabelecimento de uma dieta adequada na “terceira idade” é de extrema importância. O sistema imunológico com o avanço da idade apresenta quantidade normal de linfócitos, porém a capacidade funcional da fagocitose diminui, assim como a quimiotaxia, ficando assim o animal mais suscetível a infecções e desta forma a alta variabilidade dos efeitos da idade sobre cães, o manejo alimentar do animal idoso deve ser altamente individualizado. O principal objetivo ao adequar a alimentação dos caninos idosos é prolongar e melhorar a qualidade de vida destes animais, considerando os seguintes fatores: solucionar os problemas existentes, eliminar ou reduzir os sinais clínicos das doenças já instaladas, retardando ou impedindo sua progressão e manter o peso corporal ideal. Podemos classificá-los em quatro grupos: os que mantêm seu peso e condição corporal ideal, aqueles propensos a ganhar peso e obesos, propensos a perder peso e os animais com doença clínica já instalada. Para agrupar os animais adequadamente é necessária uma avaliação completa de suas condições de saúde, juntamente com exames físicos e análises laboratoriais adequadas
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