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Aspectos Referentes à Espécie

Por:   •  7/5/2018  •  Relatório de pesquisa  •  1.853 Palavras (8 Páginas)  •  254 Visualizações

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1- Introdução

        Ao Excelentíssimo Senhor Evandro Bertino Jorge, seguindo a ordem de análise da região da APA Mangaratiba o presente relatório técnico refere-se à delimitação de áreas para a introdução de indivíduos de Porco-espinho (Coendou prehensilis Linnaeus, 1758) a serem inseridos nesta região, no município de Mangaratiba, com o intuito de criação de uma Reserva Biológica, por se tratar de uma espécie herbívora – frugívora (EISENBERG & REDFORD, 1999) e sendo assim representa um importante papel na dispersão de sementes e na cadeia alimentar de alguns mamíferos carnívoros, tais como a Jaguatirica (Leopardus pardalis, Linnaeus 1758).

2- Resultados

2.1 – Aspectos Referentes à Espécie

Taxonomia - é um animal do reino Animalia, Filo cordado (Chordata) enquadrado na classe dos mamíferos (Mammalia) e ordem dos roedores (Rodentia) e sua família é Erethizontidae (MARINHO FILHO et al,2008).

Aspectos morfológicos - as partes superiores são cobertas com fortes espinhos farpados de coloração branca ou amarelo pálido na base e na ponta, e preto ou marrom escuro no centro. Estes "espinhos", que na verdade são pêlos duros modificados (vibrissas), alcançam até 10 cm e estão presentes na cabeça, pernas e parte anterior da cauda. A região ventral é mais clara que a dorsal e é coberta por espinhos pequenos e macios. Sua cauda longa e preênsil tem entre 30 a 57 cm, com a parte anterior espinhosa e a posterior nua. Esse animal tem em média 54 cm de comprimento e pesa cerca de 4 kg (AMBIENTE BRASIL, 2012).

Hábitos alimentares – sementes de frutos, cocos, cascas de árvores e folhas (AMBIENTE BRASIL, 2012).

Tipo de vegetação do habitat - segundo dados de Eisenberg & Redford (1999) esta espécie é amplamente distribuída na America do Sul, ocorrendo da Colômbia até o norte da Argentina, tanto em florestas secas quanto úmidas.

Ciclo reprodutivo - maturidade sexual aos 19 meses e permanecendo assim por mais de 12 anos e sua gestação dura até 203 dias (EISENBERG & REDFORD, 1999).

Sistema de acasalamento – Monogâmico. (BEISIEGEL, 1999).

Tamanho da ninhada – após uma gestação de 195 a 210 dias nascem de um ou dois filhotes com cerca de 390g. (AMBIENTE BRASIL, 2012).

Home range ou área de vivência - muda de local a cada noite, movendo-se aproximadamente 700 metros entre pausas diárias consecutivas locais. Há uma variação dia-a-dia considerável em distâncias que um animal se move, mas cada um é geralmente de 200 a 400 metros de onde ele passou o dia anterior . O tamanho da área média do porco-espinho é cerca de 15 a 20 ha, que pode se estender até 30 ha (UWSP, 2012).

Ciclo circadiano e comportamento social - solitário, sai à noite ou na hora do crepúsculo em busca de alimento. De dia descansa no alto das copas das árvores ou abriga-se em troncos ocos. Tem movimentos lentos, mas está bem adaptado para a vida nas árvores, usando a cauda para prender-se aos galhos e mover-se entre as árvores (AMBIENTE BRASIL, 2012).

[pic 1]

Figura 1: Coendou prehensilis Linnaeus, porco espinho.

2.2 Delimitação da Área

Na FIGURA 1 estão delimitadas:

1ª Traços vermelhos as áreas que estão impossibilitadas do porco-espinho se estabelecer;

2ª Azul claro as áreas que com trabalho de recuperação/restauração bem manejadas são possíveis a instalação da espécie da fauna em estudo;

3ª Traços amarelos locais que agora estão com capacidade de receber o Coendou prehensilis.

A região sob a área de influência do Mangue de Itacuruçá não foi incluída como área possível de introdução da espécie, pois a localidade já se encontra sob o domínio de uma multinacional do ramo de mineração com fins de construção de uma unidade de escoamento de produção com processo de estabelecimento ambiental em tramitação nos órgãos ambientais competentes.

É importante mencionar que o porco-espinho se interessa por florestas secas e úmidas na América do Sul.

Figura 1: Delimitação das Áreas com imagem de satélite a partir do software Google Earth atualizada.[pic 2]

2.3 – Aptidão Quanto ao Regime Hídrico

        Avaliando-se a área que está apta para pronta inserção de indivíduos, identificou-se a presença de rios perenes e intermitentes (Figura 1) não sendo necessária a criação de reservatórios artificiais. Avaliando a área pós-manejo, nota-se a presença de rios perenes e intermitentes, assim como na primeira análise, porém altos índices de precipitação da área são identificados, caracterizando que não há período de estiagem na região, sendo assim, os reservatórios de água naturais estarão sempre cheios.

[pic 3]

Figura 1: Carta do IBGE indicativa do fluxo dos rios.

             Quanto à análise dos dados meteorológicos tomou como base a série histórica de 1961 1990. Inicialmente evidenciou que a precipitação (Figura 2) tem baixos índices durante os meses de maio a setembro, entretanto o grupo de engenheiros responsáveis concluiu que não há necessidade de construir um reservatório artificial, pois períodos de estiagem não estão presentes, portanto, há uma excelente distribuição do volume de chuva anual.

[pic 4]

Figura 2: Gráfico da precipitação média mensal da estação meteorológica de Angra dos Reis no estado do Rio de Janeiro.

De acordo com as análises descritas acima às quais basearam-se no estudo da  distribuição dos cursos d’água (rios) e no regime hídrico da área, pode-se inferir que a construção de qualquer tipo de reservatório artificial para atender as necessidades da espécie é totalmente dispensável.

2.4 – Análise e ações de manejo de vegetação para adequar área potencial à introdução da espécie

A espécie Coendou prehensilis é frugivora, sua alimentação consiste em frutos de palmeiras e também de frutos ricos em açúcares e insetos (EISENBERG & REDFORD, 1999). Serão utilizadas algumas espécies para o enriquecimento da área, proporcionando alimento e abrigo necessários para o desenvolvimento da mesma. Para a recomposição da área, foram utilizadas espécies frutíferas nativas do Bioma Mata Atlântica que fazem parte da dieta da Coendou prehensilis, e estão representadas pela Tabela 1.

Tabela 1: Espécies utlizadas no enriquecimento da área.

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