Cadeia Produtiva do Guaraná
Por: Elias Coutinho • 21/3/2016 • Projeto de pesquisa • 1.464 Palavras (6 Páginas) • 1.904 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE |
A CADEIA PRODUTIVA DO GUARANÁ |
Botânica Agrícola |
Victor Hugo Fernandes Coutinho |
21/03/2016 |
SUMÁRIO
- INTRODUÇÃO .................................................................................................. 2
- O GUARANÁ ..................................................................................................... 3
- PLANTIO COMERCIAL DO GUARANÁ .................................................... 4
- O MERCADO E A PRODUÇÃO DE GUARANÁ NO BRASIL .................. 6
- AS INDÚSTRIAS DO SETOR ......................................................................... 10
- PROCESSO DE PRODUÇÃO AGROINDUSTRIAL ................................... 12
- BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 13
1. INTRODUÇÃO
O guaraná é um fruto típico da Amazônia, e um dos produtos amazônicos mais conhecidos no Brasil e no mundo, o guaraná ainda é um produto exclusivamente brasileiro e muito apreciado por suas aplicações energéticas, gastronômicas e medicinais.
No Brasil, de acordo com a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), a produção de guaraná concentrou-se durante muito tempo no estado do Amazonas, por ser a terra natal da espécie. Porém sua origem amazônica não impediu que a concentração espacial de sua produção se restringisse a Amazônia, hoje a Bahia é o maior e mais produtivo estado guaranaicultor do Brasil.
A comercialização do guaraná é feita em ramas (sementes torradas), seja para exportação, seja para a sua agroindustrialização. A maior parte da produção nacional de guaraná é absorvida pelas indústrias de refrigerantes gaseificados, sob a forma de xarope, enquanto que o restante é comercializado sob a forma de xarope, pó, bastão, extrato para consumo interno e para a exportação (Suframa). Os produtos finais de maior propagação e aceitação pelos mercados brasileiro e estrangeiro ainda são os refrigerantes gaseificados à base de guaraná, o consumo do fruto pelas empresas de refrigerante é bastante concentrado entre um pequeno grupo de empresas, como a Ambev e a Coca – Cola.
2. O GUARANÁ
O guaranazeiro é uma planta nativa da Amazônia, da família Sapindaceae, seu nome científico é Paullinia cupana Kunth, é encontrado no Brasil, Peru, Colômbia e Venezuela e produz o fruto conhecido como guaraná. [pic 1]
É uma espécie vegetal arbustiva e trepadeira da família das sapindáceas, cujo nome provém do termo indígena "varana", que significa árvore que sobe apoiada em outra. Cultivado inicialmente, na Amazônia pelos índios maués. Na Bahia é cultivado no baixo sul da Bahia, tornando o estado o maior produtor do país.[pic 2]
As folhas do guaranazeiro são trifoliadas, suas flores são pequenas e brancas, seu fruto possui grande quantidade de cafeína (chamada de guaraína quando encontrada no guaraná) e, devido a suas propriedades estimulantes, é usado na fabricação de xaropes, barras, pós e refrigerantes. Tem casca vermelha e, quando maduro, deixa aparecer a polpa branca e suas sementes, assemelhando-se com olhos. Na região próxima ao município de Maués, onde é cultivado, os índios da nação saterê-mawé têm lendas sobre a origem do guaranazeiro.
Em Portugal, produzem-se refrigerantes de guaraná desde o final da década de 1990, sendo inicialmente importados do Brasil. O refrigerante de guaraná mais vendido do mundo é o Guaraná Antarctica, produzido desde abril de 1921 no Brasil.
O guaraná é rico em substancias úteis ao organismo, dentre elas a cafeína, a teobromina, a teofilina entre outras. Alguns efeitos atribuídos ao consumo do guaraná é que ele apresenta características afrodisíaca, tônica, é adstringente, febrifugo, diuretico e serve para combater o cansaço físico e mental, é um imunoestimulante, antioxidante, combate a obesidade e melhora a pressão sanguínea.
3. PLANTIO COMERCIAL DO GUARANÁ
O guaraná é uma espécie adaptada à baixa altitude, clima quente e úmido, com temperatura anual entre 22 e 29°C (a mínima tolerável é 12°C) e umidade relativa de 85%, as chuvas devem ocorrer ao longo do ano em um total de 1400 mm anuais ou mais. Os solos onde normalmente são plantados os guaranazeiros são de terra firme, profundos, com o lençol freático a um metro e meio, no mínimo, de fundura, bem drenados, porém quimicamente pobres. Plantios comerciais em solos de média e alta fertilidade, como a terra roxa estruturada e o latossolo vermelho-amarelo, têm apresentado índices maiores de desenvolvimento vegetativo e de produtividade.
Figura 2: Fazenda produtora de guaraná da Ambev em Mauês (AM)
A obtenção de mudas para o plantio do fruto pode ser feito de duas formas, por meio de sementes, meio mais simples e mais barato, ou por meio de estaquia. Apesar de ser o meio mais simples e barato, a propagação do guaranazeiro por sementes, é dificultada devida sua perda rápida de viabilidade, a semente do guaraná não resiste a baixas temperaturas nem suporta desidratação intensa, além disso, a semente perde o seu poder germinativo com cerca de 7 dias , por isso faz-se necessário a realização da semeadura com urgência, para obtenção das mudas bem formadas. As mudas propagadas por sementes devem ser originadas de plantas mães sadias, de alta produtividade e qualidade de frutos, a fim de contornar as dificuldades e um resultado negativo do processo. O período de formação das mudas é em média 18 meses após a semeadura.
O plantio do guaranazeiro no Sul da Bahia pode ser feito durante o ano inteiro, se recomenda, o aproveitamento dos dias chuvosos para realização do plantio. As covas devem ser abertas com as dimensões de 40 cm em todas as direções e anteriormente adubadas com 3 kg de adubo orgânico, 120 g de superfosfato triplo e, em caso de solos muito ácidos (pH inferior a 5), 500 g de calcário dolomítico, isso com pelo menos 30 dias antes do plantio das mudas. Para o plantio definitivo faz-se uma seleção das mudas no viveiro, aproveitando as mais frescas. As mudas de guaraná recém-plantadas devem ser mantidas livres do mato, evitando a disputa em água, luz e nutrientes.
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