O Mercado Auto Regulável

Evolução do padrão de mercado

Nesse capitulo o autor fala sobre a origem do mercado no século XIX, a sua forma de organização e sua definição. Ele fala que os homens tem uma predisposição a “permutar, barganhar e trocar”. A troca, a permuta e a barganha dependem do padrão de mercado para sua efetivação. Sendo o mercado o local onde tais transações acontecem, onde acontecem os encontros para troca, compra e venda de bens, que é necessário para a formação de preços. Nas sociedades primitivas a presença ou ausência de mercado não alterava o sistema econômico, porém na Europa o mercado tinha se tornado o próprio sistema econômico, a economia de mercado, na qual só pode funcionar em uma sociedade de mercado. Assim, o mercado tem atuação principal na economia, mas fora dela essa atuação ainda acontece.

Polanyi divide o mercado em três tipos: local, interno (nacional) e externo e os analisa separadamente.  Segundo ele, o mercado local limitava-se às mercadorias da região, ou seja, prevalecia a troca de mercadorias em uma mesma região, denominadas também de mercado da vizinhança. Este mercado foi criado em função das longas distâncias do mercado externo, onde se buscava produzir internamente, em regiões próximas que atendesse as necessidades locais. O mercado externo baseava-se na ausência de alguns tipos de bens em determinadas regiões, onde havia necessidade de se buscar mercadorias vindas de outras regiões ou de longas distancias.

O texto descreve que esses dois mercados não eram competitivos, mas complementares. Tiveram origens e funções diferentes, mantendo-se distintos durante todo o período medieval. Embora os novos mercados nacionais até certo ponto fossem competitivos, inevitavelmente, o que prevalecia era o aspecto tradicional da regulamentação e não o novo elemento de competição. Agora o Estado nacional teve que “lidar com dois perigos estreitamente ligados, os quais a cidade havia contornado com sucesso, a saber, o monopólio e a competição  [por meio duma] total regulamentação da vida econômica” (POLANYI, 2000, p.87). Assim, ele conclui que o mercado não surge pela propensão a troca, mas como meio de evitar-se o monopólio.