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O SETOR DE RAÇÕES E A SUA IMPORTÂNCIA PARA O DESENVOLVIMENTO DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

Por:   •  7/3/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.279 Palavras (6 Páginas)  •  462 Visualizações

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O SETOR DE RAÇÕES E A SUA IMPORTÂNCIA PARA O DESENVOLVIMENTO DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

1. O Agronegócio Brasileiro e a produção de rações

O Brasil tem se posicionado como um dos principais players na agricultura e pecuária mundial, sendo um dos maiores produtores de cereais e carnes ao lado de grandes produtores como Estados Unidos, China e União Europeia.

Para o ano de 2050, a Organização das Nações Unidas (ONU) estima que a população mundial será de 9 bilhões de pessoas. Para alimentar este crescente número de indivíduos, a produção anual de carnes deve aumentar em mais de 200 milhões de toneladas até alcançar os 470 milhões, de acordo com o Órgão da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – FAO/ONU (FAO, 2015).

O Brasil, juntamente aos Estados Unidos e à União Europeia, tornou-se um dos líderes na economia agrícola global, posição resultante de amplo investimento realizado em pesquisa e tecnologia, bem como pelo rápido crescimento da demanda por alimentos e biocombustíveis no mundo (MARTINELLI, 2011).

A expansão dos mercados proporcionou acesso ao crédito e aos incentivos governamentais, como isenções fiscais, financiamento da pesquisa agrícola e melhorias no desenvolvimento dos canais de comercialização e infraestrutura, rapidamente incentivando a exportação agrícola (VIEIRA FILHO, 2016).

Em 2014 o Brasil produziu 12,7 milhões de toneladas de frango, 8,2 milhões de carne bovina e 3,4 milhões de toneladas de carne suína, demandando 64 milhões de toneladas de ração. Soja, milho e cana de açúcar (para produção de etanol e açúcar) são as commodities agrícolas de maior expressão (KUBITZA, 2015).

As projeções produção de carnes no Brasil mostram que esse setor deve apresentar intenso crescimento nos próximos anos e a expectativa é que a produção de carne continue em progresso na próxima década (FAO, 2015). Ainda segundo, essa fonte, os preços ao produtor devem crescer fortemente durante os próximos dez anos, especialmente para carne de porco, e carne bovina, enquanto os preços do frango devem crescer a taxas mais modestas.

Em recente publicação “Projeções do Agronegócio – Brasil 2014/15 a 2024/25”, o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – MAPA (2015) tenciona que entre as carnes, as que projetam maiores taxas de crescimento da produção no período 2014/15 a 2024/25, são a carne de frango, que deve crescer anualmente a 3,0%, e a suína, cujo crescimento projetado para esse período é de 2,9% ao ano. A produção de carne bovina tem um crescimento projetado de 2,1% ao ano, o que também representa um valor relativamente elevado, pois consegue atender ao consumo doméstico e às exportações.

A produção total de carnes em 2014/15 está estimada em 25,8 milhões de toneladas e a projeção para o final da próxima década é produzir 33,7 milhões de toneladas de carne de frango, bovina e suína. Essa variação entre o ano inicial da projeção e o final resulta num aumento de produção de 30,7% (MAPA, 2015).

Esse posicionamento brasileiro no mercado internacional de carnes só foi possível graças ao patamar de produção de grãos atingidos pelo Brasil nas últimas décadas. A mudança da dependência de importações para um dos principais produtores de grãos do mundo fez com que o Brasil pudesse se firmar entre os grandes produtores de carnes.

Neste cenário, a produção de insumos é de vital importância para o crescimento da atividade produtiva. Somente com a produção maciça de grãos e a estruturação do setor de indústria de rações foi possível fornecer insumos competitivos para o setor de carnes.

O setor de rações é muito bem organizado em torno do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal – Sindirações, representando 90% da produção do setor, tendo entre seus associados as fábricas de ração comercial, indústrias de premix, produtores de suplementos minerais, fabricantes nacionais e multinacionais de ingredientes e matéria prima, traders, agroindústrias, granjas, etc., (SINDIRAÇÕES, 2016).

Segundo o Sindirações, o setor de rações responde por 1,8% do PIB, movimentando algo em torno de US$ 9,3 bilhões/ano, envolvendo toda a cadeia produtiva da indústria de alimentos (SINDIRAÇÕES, 2016).

Dados do Sindirações, de setembro de 2016, mostram que no primeiro semestre deste ano, o setor produziu e comercializou 33,3 milhões de toneladas e ração, conforme Tabela 1.

Tabela 1 – Desempenho do setor de alimentação animal no primeiro semestre de 2016, em milhões de toneladas. Fonte: Sidirações (Adaptado)

Segmentos Janeiro a junho de 2015 Janeiro a junho de 2016 %

Aves 18,7 19,4 3,9

Frango de Corte 16,1 16,8 4,2

Poedeiras 2,58 2,63 2,0

Suínos 7,5 7,9 6,0

Gado 3,8 3,6 -5,1

Leite 2,5 2,4 -5,5

Corte 1,24 1,18 -4,3

Cães e Gatos 1,19 1,22 2,4

Equinos 0,299 0,296 -1,1

Aquicultura 0,52 0,55 4,9

Outros 0,36 0,37 0,3

Total Rações 32,3 33,3 3,2

2. Principais limitações Tecnológicas e não-tecnológicas

O setor de rações tem limitações tecnológicas e não-tecnológicas que restringem o crescimento do setor, desta forma podemos enumerar da seguinte forma:

• Limitações Tecnológicas:

o Importação de insumos para fabricação de rações (premix, vitaminas, aminoácidos e microminerais);

o Máquinas e equipamentos importados;

• Limitantes não-tecnológicos:

o Consumo restrito de produtos de origem animal;

o Mercado interno retraído;

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