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Utilização de residuos de placas de gesso

Por:   •  10/11/2023  •  Artigo  •  1.419 Palavras (6 Páginas)  •  79 Visualizações

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UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DE PLACAS DE GESSO NA ADUBAÇÃO EM PLANTIO DE MARACUJÁ EM IMPERATRIZ-MA

JOSÉ MILTON DA SILVA 1; VALMIR DE LIMA1;NOME 2 SOBRENOME 2 2; NOME 3 SOBRENOME 3 ³; NOME 4 SOBRENOME 4 4, NOME 5 SOBRENOME 5 5

INTRODUÇÃO

O maracujazeiro é originário da América Tropical, com mais de 150 espécies nativas no Brasil. Seu uso principal, no entanto, está na alimentação humana, na forma de sucos, doces, geleias, sorvetes e licores. O Brasil é um dos principais centros de origem de espécies do gênero Passiflora; apresenta grande potencial para efetuar seleção de plantas para atender ao mercado de fruta fresca, suco concentrado, bem como exploração como plantas ornamentais ou medicinais, Salomão & Andrade (1987).

Como em toda cultura, uma série de problemas agronômicos ocorrem no maracujazeiro. Dentre esses problemas está a deficiência nutricional de solo, onde, a adubação dos pomares deve ser feita através da correção com calcário e incorporação de nutrientes. (Vasconcellos & Filho, 2000).

A calagem tem como objetivo neutralizar o Al e/ou Mn trocáveis, fornecer Ca e Mg para as plantas e melhorar a atividade microbiana. Mediante essa prática, o pH do solo é levado a níveis adequados, proporcionando aumento na disponibilidade de N, P, K, S e Mo.

Sabe-se que o maracujazeiro é muito sensível à acidez e ao Al trocável; o pH do solo deve se situar entre 5,5 e 6,5 e a saturação por Al inferior a 5%.

É importante o emprego do calcário dolomítico quando são aplicados com freqüência adubos que não contêm Mg; recomenda-se uma relação Ca:Mg no solo em torno de 4:1. Sentelhas et al. (1996)

O calcário deve ser aplicado a lanço em toda a área e incorporado pela gradagem, preferencialmente dois a três meses antes do plantio. Em solos com baixos teores em Ca (< 0,5 cmol/dm3), nas camadas subsuperficiais, o uso do gesso agrícola (CaSO4) favorece o seu suprimento e o melhor desenvolvimento do sistema radicular em profundidade. O gesso não altera o pH do solo, porém, reduz o teor de alumínio (Al) no perfil, devido à formação de sulfato de alumínio [Al2(SO4)], além de fornecer Ca e S.

A resposta à adubação depende tanto das quantidades adequadas como também da localização e da época de aplicação do adubo, facilitando a absorção pela planta e evitando perdas. Sousa (2000).

De modo geral, o maracujazeiro amarelo é mais adaptado às regiões de clima quente, com média mensal da temperatura do ar entre 21º e 32ºC, precipitação pluviométrica anual entre 800mm  e 1750 mm, baixa umidade relativa do ar, período de brilho solar de 11 a 12 horas e ventos moderados (Medina et al., 1980; Ruggiero et al.,2000; Meletti,1996). No Brasil é cultivado em regiões que apresentam uma vasta variação de temperatura, com topografias e climas bem diversificados que vão desde o clima semi-árido até o úmido e temperado, com altitudes variando de menos que 100 m até 1000 m. (Klar 2001).

O objetivo do trabalho foi identificar a melhor dose de resíduo de placas de gesso a ser utilizada na adubação de pomar de maracujá no município de Imperatriz – MA.

MATERIAL E MÉTODOS

        O experimento foi conduzido na fazenda São Pedro no povoado Embiral no município de Imperatriz – MA no período de julho a dezembro de 2015, a área de plantio corresponde a 2,0ha, o espaçamento é de 2,5m X 2,5m em sistema de espaldeira vertical com condução de uma única linha de arame com duas ramificações principais, totalizando 3200 plantas.

        O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com quatro tratamentos e quatro repetições, foram selecionadas 125 plantas, sendo 25 plantas por tratamento e uma testemunha.

        Os tratos culturais foram os recomendados para a cultura, durante o ciclo produtivo foram realizados os desbastes naturais de condução.

        A aplicação do resíduo da placa de gesso foi realizada no período de intervalo de 15, 30 e 45 dias, sendo as doses de T1 (200g) T2 (300g) T3 (400g)  e T4 (500g) por planta, as variáveis analisadas foram: número de brotações por planta na (NBP) número de flores (NFL), número de frutos por planta (NFR), peso do fruto (PF) e espessura da casca (EC).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

        Durante o período de aplicação do resíduo de placa de gesso observou-se que as plantas vegetaram significativamente bem, obtendo em média 89 brotações, favorecidas pela poda de condução e nutricionalmente pelo teor de cálcio do resíduo.

        Observou-se que durante todo o período de acompanhamento do trabalho o aparecimento de brotações e flores, corroborando com Resultados semelhantes observados por Santos et al. (2005), conduzindo estudo com a mesma espécie nas condições do Distrito Federal. Tal resultado apresentado possibilitará o uso dessa espécie, em programa de melhoramento do maracujazeiro comercial, tendo em vista que a espécie em estudo floresce em dias curtos e, principalmente, quando aliado às boas características físicas e químicas dos frutos.

        As plantas com adubação à base de resíduos de placas de gesso na dose de 200g/planta, T1, obteve uma produtividade de 36 flores por planta o que correspondeu a 32 frutos. Já em T2 e T3 a resposta foi bastante satisfatória, obtendo em média, 58 e 62 flores por planta e 55 e 58 frutos respectivamente. No entanto o T4 se manteve na média de 35 flores e 33 frutos por planta.

[pic 1]

Gráfico 01 – Número de flores por planta relacionado a adubação (Fonte, Pesquisa de campo, 2015)

        Os dados mostram que a adubação localizada à base de resíduos de placas de gesso contribuiu para o fortalecimento vegetativo da planta, mantendo uma florada e consequentemente uma fecundação desejável, fortalecida pelo número satisfatório do agente polinizador da cultura, o Mamangava.        

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