Produção De Peças Em Fibra De Vidro A Partir De Residuos De Gesso

ESTUDO PARA REAPROVEITAMENTO DE RESÍDUO DO GESSO

GERADO NA CONSTRUÇÃO CIVIL PARA PRODUÇÃO DE PEÇAS EM FIBRAS DE VIDRO

Autoresr: Flavio Oliveira Santana, Herbet Alves de Oliveira e Rosy Cleide de Jesus Alves

IFS- Instituto Federal de Sergipe "

Pça Jackson Figueiredo, 75-Bairro Centro- Cidade: Estancia (SE)

CEP: 49200-000

1- RESUMO

Na indústria da construção civil são gerados resíduos tais como: argamassas, cerâmica, madeira e gesso, sendo que atualmente, a maior parte são depositados em aterros sanitários. No Brasil em relação ao desperdício na construção, o entulho de cada três prédios construídos pode erguer outro.

Para que se possa obter um crescimento econômico e social fazendo uso racional dos recursos naturais, sabe-se que o caminho é a aplicação das “tecnologias limpas” economicamente viáveis e seguras, que permitam satisfazer as necessidades atuais sem comprometer as futuras gerações. Os empresários estão cada vez mais conscientes de que a proteção do meio ambiente é iminente de ser instituída em seus negócios, sancionada a nova lei de crimes ambientais (n.º 9605, 12/02/1998) . É muito mais rentável investir na proteção do meio ambiente do que mais tarde arcar com os enormes custos da correção ambiental ou mesmo levar à justiça os responsáveis pelos danos ambientais.

Neste trabalho, procurou-se avaliar a possibilidade de reaproveitamento do resíduo de gesso gerado na construção civil, em formulações na produção de peças em fibra de vidro

As propriedades avaliadas foram: resistência mecânica a compressão, densidade aparente e absorção de água. Os resultados mostraram que os corpos de prova contendo gesso apresentaram resultados semelhantes à formulação padrão, e que pode ser usados para reduzir custos de produção e diminuir o impacto ambiental.

2- INTRODUÇÃO

A responsabilidade empresarial quanto ao meio ambiente, deixa de ser uma característica compulsória, para transformar-se em atividade voluntária. Situar-se acima das exigências legais, mediante sistema de gestão ambiental, deixa de ser apenas uma estratégia preventiva, para constituir-se mesmo em vantagem competitiva e diferencial de mercado. Para que se possa obter um crescimento econômico e social fazendo uso racional dos recursos naturais, sabe-se que o caminho é a aplicação das “tecnologias limpas”, economicamente viáveis e seguras, que permitam satisfazer as necessidades atuais, sem comprometer as futuras gerações. Os empresários estão cada vez mais conscientes de que a proteção do meio ambiente é iminente de ser instituída em seus negócios e também a falta de controle será crime ambiental, conforme lei, já sancionada (n.º 9605, 12/02/1998). É muito mais rentável investir na proteção do meio ambiente, do que mais tarde arcar com os enormes custos da correção ambiental, ou mesmo levar à justiça os responsáveis por danos ambientais.

A política do meio ambiente, recentemente instituída em nosso país, visa um controle notadamente mais efetivo dos danos ambientais, causados por pessoas físicas e/ou jurídicas, os quais até então, vinham provocando situações desastrosas e até mesmo, irreversíveis. O processo industrial ambientalmente correto faz parte das diretrizes da ISO 14000. Tornou-se fundamental às indústrias de celulose e papel para o seu próprio desenvolvimento o compromisso com a política de meio ambiente e preservação das suas florestas. Elas englobam as unidades industriais que produzem as diferentes matérias primas fibrosas utilizadas para a fabricação de papel, das quais pode-se citar: resíduos agrícolas, plantas, madeiras e produtos químicos de modo geral. A madeira é a principal matéria-prima utilizada na produção de celulose, sendo formada de fibras em múltiplas camadas, ligadas entre si por forças interfibrilares e pela lignina, que age como ligante. Para separação destas fibras unidas, deve-se despender uma certa quantidade de energia. Desta forma, um uma das fases do processo de fabricação de papel, a madeira passa por diversos tratamentos e reações onde utilizam-se: óxido de cálcio, hidróxido de sódio, tiossulfato de sódio, entre outros, onde é gerada a pasta celulósica que dá origem a um resíduo rico em cálcio e sódio.

O resíduo já é utilizado como fonte alternativa em substituição ao calcário, para corrigir a acidez de solos agrícolas e no processo de fabricação de cimento (ABTCP,1997). No entanto a quantidade do resíduo de lama de cal gerado no processo de produção de celulose é muito grande, aproximadamente 600 t./mês em apenas uma unidade produtiva nacional, que não são absorvidas integralmente nestes ramos de atividades, gerando problemas econômicos e ambientais.

Este trabalho teve como objetivo avaliar a possibilidade de reaproveitamento do resíduo lama de cal em produtos de revestimentos cerâmico, tendo em vista que algumas empresas utilizam-se de matérias-primas calcárias, cuja composição química é similar ao resíduo citado.

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. Revestimentos Cerâmicos

Revestimentos cerâmicos são materiais compostos de argila e outras matérias-primas inorgânicas, de porosidade variável, cobertos ou não por uma camada vítrea. Os revestimentos são utilizados para revestir paredes e pavimentar solos. Os revestimentos podem ser classificados pela absorção de água e pelo processo de conformação dos mesmos, segundo NBR 13817 como mostrado na tabela I.

Tabela I : Classificação de Revestimentos cerâmicos em função do processo de moldagem e absorção de água.

Absorção de Água

(%) Extrusão

(A) Prensado

(B) Outros

(C)

Abs  0,5 AI BIa

CI