A ANÁLISE DA RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE DE UMA ASSOCIAÇÃO DE USUÁRIOS DE SAÚDE MENTAL DE JOÃO MONLEVADE
Por: Vanessa Ramos • 31/8/2020 • Trabalho acadêmico • 3.349 Palavras (14 Páginas) • 277 Visualizações
ANÁLISE DA RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE DE UMA ASSOCIAÇÃO DE USUÁRIOS DE SAÚDE MENTAL DE JOÃO MONLEVADE
João Monlevade
Outubro - 2019
ANÁLISE DA RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUSTENTABILIDADE DE UMA ASSOCIAÇÃO DE USUÁRIOS DE SAÚDE MENTAL DE JOÃO MONLEVADE
Trabalho final da disciplina
“Ética e Responsabilidade Socioambiental”.
Professor: Dr. Jean Carlos Machado Alves
João Monlevade
Outubro - 2019
1. INTRODUÇÃO
Sabe-se que até cerca de 35 anos atrás, todo ramo organizacional, seja de qualquer dimensão, pouco se importava com os impactos deixados por suas atividades. Havia assim, enorme resistência a qualquer questionamento sobre o tratamento de medidas pró-ambientais e procedimentos humanísticos com todos os stakeholders. O aumento dos custos era considerado empecilho para o incremento das ações socioambientais e, pelo fato de os métodos de produção serem glorificados e de as organizaçãos serem vistas como fonte de riqueza, esses assuntos não eram aprofundados.
Com o passar do tempo e com a mudança de pensamento mundial, essas mesmas questões socioambientais que eram ignoradas, começaram a ser discutidas e organizadas. Pela questão ambiental, se estabelecia, a partir do início da década de 90, a norma de padronização mundial ISO 14.000 - mais tardar no Brasil a NBR 16.000 - que além de englobar questões ambientais e políticas de responsabilidade social, certificava as organizaçãos. Pouco depois, o lançamento da ISO 26.000 na análise de todo ambiente organizacional, a relação dos colaboradores, o respeito das diferenças sociais, culturais e o marketing responsável puderam ser discutidos com mais atenção, além de serem utilizados como critério de avaliação. Mobilizou-se então, diversas discussões e envolvimento populacional.
Atualmente, percebe-se grande avanço nos aspectos de responsabilidade socioambiental, entretanto, ainda se faz necessário o fortalecimento de tais diretrizes no dia a dia. O interesse pelo conhecimento, a perpetuação dos comportamentos apoiados pela moral na sociedade e a cobrança aos representantes governamentais, através do cumprimento das leis vigentes são alguns exemplos do que pode ser realizado. Este trabalho visa estudar algumas das atividades de responsabilidade socioambiental em uma organização do terceiro setor, listando-a e promovendo uma análise crítica acerca do desenvolvimento das mesmas.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Luta Antimanicomial
De acordo com Coelho (2008), se refere ao paradigma antimanicomial, como algo que ao desenvolver várias ações busca transformar a concepção atual social em relação à loucura, à doença mental e à anormalidade procurando um conjunto de práticas sociais que possam construir solidariedade, a inclusão dos sujeitos em desvantagem social, a diferença e a diversidade.
Já Luchmann (2007) o movimento da luta antimanicomial pode ser definido comum movimento social, plural, independente, autônomo que deve manter parcerias com outros movimentos sociais. Para tanto, é necessário um fortalecimento através de novos espaços de reflexões para que a sociedade se aproprie desta luta. Sua representação nos conselhos municipais e estaduais de saúde, nos fóruns sociais, entidades de categorias, movimentos populares e setores políticos seriam algumas formas de fortalecimento, (LÜCHMANN,2007).
Diante das concepções vistas percebemos a importância dessa luta para a valorização da inclusão social e a dificuldade que ela tem passado para superar as resistências, Sendo essa inclusão está diretamente relacionada à saúde mental dos usuários da associação.
2.2 Responsabilidade Social
Santos (2004) diz que nós brasileiros temos fama por nosso jeitinho de ser preguiçosos e ganhar tudo na malandragem, mas percebeu que isso tem mudado e que hoje, a ideia de um povo trabalhador, que ajuda, respeita, confia, e se preocupa com o bem estar do próximo, está sendo absorvida por nossa sociedade. Diz também que ao exercer responsabilidade social uma organização torna todos seus recursos disponíveis a serviço do desenvolvimento social da comunidade.
Esse desenvolvimento só ocorre a partir da preocupação com o bem estar do próximo e a preservação dos recursos naturais, e ao conhecer a ASSUME e claramente perceptível isso, o quanto eles se preocupam com o bem estar de todos frequentadores da associação e como a partir da reciclagem para produzir artesanato eles se preocupam com a preservação do meio ambiente.
2.3 Terceiro Setor
Segundo Alvarado e Santos (2019) na fase neoliberal do capitalismo uma característica foi a desresponsabilizarão social do Estado. Assim, como forma de estratégia transferiram atividades, que antes eram realizadas por ele, para o mercado ou para sociedade civil, promovendo um discurso de solidariedade e responsabilidade levando à refilantropização, a re-comercialização e despolitização das ações do Estado. Com essa transferência de responsabilidades para outros setores, o terceiro setor se fortaleceu.
Para França Filho (2002), o termo terceiro setor é identificado no universo das organizações sem fins lucrativos (non-profit organizations), sendo herdeiro de uma tradição anglo-saxônica vinda da ideia de filantropia. Salomon e Anheier (1992), consideram que dentro desse campo são consideradas cinco características essenciais nas organizações, sendo elas: ser privada, formal, independente, não deve distribuir lucros e que deve comportar um certo nível de participação voluntária. Nesta concepção também é considerado que as organizações deste setor não devem ser políticas nem confessionais.
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