A Dura Tarefa Da Volks
Exames: A Dura Tarefa Da Volks. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: jjacometto • 13/3/2014 • 4.300 Palavras (18 Páginas) • 438 Visualizações
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Revista da ESPM – Setembro/Outubro de 2002
Um case em foco
Este case foi elaborado por Celine Shim sob orientação
do professor Alexandre Gracioso, com base em publicações
editadas no período de janeiro/00 a janeiro/02.
Este case faz parte da coleção da Central de Cases ESPM/EXAME,
criada para estimular a utilização de cases nas escolas brasileiras.
Por anos a Volkswagen conseguiu se manter em primeiro no
mercado brasileiro. Recentemente, a FIAT assumiu
a liderança e novas montadoras conquistaram participações
significativas de mercado. A Volkswagen agora luta para
novamente se estabelecer como líder
Revista da ESPM – Setembro/Outubro de 2002
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I. Introdução
Grandes e profundas mudanças no
mapa da participação de marcas no mercado
automobilístico brasileiro ocorreram
no ano de 2001, dentre as quais pode-se
destacar a acirrada disputa, nunca antes
vista, entre a Volkswagen e a Fiat pela
liderança do ranking de vendas.
Após décadas de reinado quase absoluto,
em que nenhum concorrente sequer
conseguira fazer sombra à
montadora alemã, algumas alterações no
cenário automotivo surgidas a partir dos
anos 90 (como o advento do carro popular,
a abertura da economia, a modernização
da indústria e a chegada de novas
marcas) contribuíram para que a
Volkswagen fosse, aos poucos, diminuindo
sua participação. Para piorar, além de
a Fiat encostar na líder nos últimos anos,
chegando mesmo a ultrapassá-la, a dona
de modelos campeões como o Fusca e o
Gol vem passando por um momento de
vulnerabilidade devido ao processo de
reestruturação pela qual passa sua principal
fábrica, em São Bernardo do Campo,
no ABC paulista; o que ainda a impossibilita
de colocar sua nova linha de
automóveis no mercado, o Polo do projeto
PQ24.
A Volkswagen dominou o mercado
brasileiro, o décimo maior do mundo
segundo a J.D. Power & Associates de
Detroit, durante os últimos 42 anos. No
entanto, talvez essa conjunção de fatores
explique, em boa medida, por que,
desta vez, a Fiat venha sustentando-se
na liderança em quase todos os meses
desde novembro de 2000. EsSe fato histórico,
contudo, desencadeou no final
de 2001 duas leituras diferentes desse
resultado: ambas as empresas festejavam
a liderança do ranking através de
anúncios e releases para a imprensa, notificando
seus números em relação aos
da concorrente que amargara a segunda
posição.
Em pouco tempo, estabeleceu-se a
confusão sobre a real posição das
montadoras, visto que, de fato, todos os
números apresentados, tanto pela alemã
quanto pela italiana, estavam corretos
embora divergentes. Na verdade, o motivo
que causou o equívoco estava na
contabilidade de ambas as empresas:
enquanto a Volkswagen incluía os resultados
da Audi, pertencente ao grupo alemão,
a Fiat somava apenas os números
referentes às marcas individualmente.
Segundo a Anfavea (Associação Nacional
dos Fabricantes de Veículos
Automotores), os números da Fiat e da
Volkswagen publicados até janeiro de
2002 englobavam os do Alfa Romeu e
Seat, respectivamente, o que não comprometia
na posição do ranking. Mas
após certa discussão, a entidade decidiu
que, a partir de 2002, os números da
Audi seriam contabilizados no grupo
VW e todos os dados anteriores a essa
decisão passarão por uma atualização.
Enfim, se tomada como referência a
marca individual, a Fiat fecha 2001
como líder de vendas; mas caso o critério
seja o grupo, é a Volkswagen quem
fica na primeira posição.
Paralelamente a esses fatos, com a
entrada de novas marcas disputando
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